Essa palavra “doutrina” às vezes causa alguma confusão. Isso acontece pois “doutrina” é uma palavra que pode ser utilizada de muitas maneiras. Mas no contexto do Evangelho a definição é muito clara.
Doutrina é ensinamento, instrução, conjunto de conhecimento que é transmitido, é a base de uma religião ou conjunto de crença (João 18:19, D&C 128:1) que leva até a perfeição (Hebreus 6:1) – com o Pai e o Filho (2 João 1:9). A doutrina se encontra nas escrituras sagradas (2 Néfi 3:1). É a palavra de Deus e exige-se estudo dedicado para compreendê-la (D&C 11:16). Entretanto, vem primeiro por revelação (Deuteronômio 32:2, D&C 102:23, 121:45).
A palavra doutrina aparece, em português, 8 vezes no Velho Testamento, 34 vezes no Novo Testamento , 16 vezes no Livro de Mórmon, 24 vezes em Doutrina e Convênios e 2 vezes na Pérola de Grande Valor.
A doutrina advém inicialmente do Pai, que a deu a Cristo (3 Néfi 11:32).
Doutrina e não doutrinas
É interessante notar que nas obras-padrão a palavra “doutrina” está sempre no singular. Quando aparece no plural, “doutrinas”, sempre se associa a algo negativo: doutrinas de homens ou de demônios (Mateus 15:9, Colossenses 2:22, 1 Timóteo 4:1, Hebreus 13:9, 2 Néfi 3:12, 2 Néfi 28:9, 12 e 15, Alma 1:18, D&C 46:1, Joseph Smith – História 1:9). Não que seja errado utilizar a palavra doutrinas (plural), pois se encontra, por exemplo, na introdução do Livro de Mórmon e no cabeçalho de algumas sessões de Doutrina e Convênios (que não são texto direto das escrituras), mas parece haver uma lição – e é: há somente uma doutrina verdadeira que está em Cristo (D&C 10:62).
A doutrina do evangelho de Jesus Cristo “é pura” (Jó 11:14), “boa” (Provérbios 4:2), maravilha quem a ouve (Mateus 22:33, Marcos 11:18) e corrige (Isaías 29:24). É o texto daquele que ensina com autoridade (Marcos 1:22), inclusive a mensagem dos apóstolos (Atos 2:42) e élderes da Igreja (1 Timóteo 4:16, 5:17, 2 Timóteo 4:2). Deve ser vivida (1 Timóteo 4:6, Tito 1:9, D&C 101:78).
Doutrina prática
Deve ser ensinada, pelos pais, aos filhos (Efésios 6:4, D&C 68:25). Na realidade, o Senhor deu o mandamento de que a “doutrina do reino” fosse ensinada diligentemente pelos seus santos com a promessa de que Sua graça os acompanharia e que seriam, então, instruídos mais perfeitamente em diversos assuntos – teoria, princípio, lei do evangelho, etc. (D&C 88:77-78, 97:14)
O Senhor não se agrada que se dispute sobre os pontos de sua doutrina (3 Néfi 11:28), pois sua doutrina não é cólera – mas sim “que estas coisas devem cessar” (3 Néfi 11:30). Os verdadeiros pontos de sua doutrina, quando incorporados, nos ligam a Deus, nos tornando Seu Povo (3 Néfi 21:6).
Aqueles que a aplicam se desviam dos “laços da morte” (Provérbios 13:14). Porém, há muitas doutrinas falsas, doutrinas de homens (Mateus 15:9, Efésios 4:14, Hebreus 13:9, Apocalipse 2:14-15, Joseph Smith – História 1:9) e de demônios (1 Timóteo 4:1, D&C 46:7) – que não salvam (Colossenses 2:22).
Satanás e a verdadeira Doutrina
Satanás procura nos fazer crer que a doutrina de Cristo é “uma coisa louca e vã” (3 Néfi 2:2). Ele “incita o coração do povo a contender” com relação a doutrina”, torcendo as escrituras e não as compreendendo (D&C 10:63).
Algumas pessoas, com o fito de obter riquezas e honrarias, ensinam “mais ou menos” do que a doutrina de Cristo preceitua – “doutrinas falsas, vãs e tolas” – e como recompensa tem um alicerce de areia e as portas do inferno estão escancaradas para eles (2 Néfi 28:9, 15; Alma 1:16, 3 Néfi 11:40).
Inclui os seguintes ensinamentos: fé em Cristo, arrependimento, batismo, imposição de mãos para o recebimento do Espírito Santo, redenção do gênero humano, ressurreição dos mortos, salvação no Reino de Deus, juízo eterno (Hebreus 6:2, 3 Néfi 11:32-36, D&C 10:67, D&C 138:19). Os que edificam sobre isso edificam sobre a Rocha de Cristo e as portas do inferno não prevalecem (3 Néfi 11:29).