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Nunca se é muito velho caso você viva o Evangelho de Jesus Cristo

Esse artigo é para aqueles que se sentem velhos. É direcionado para as pessoas que acham que o tempo já passou, que as oportunidades estão muito limitadas – talvez até pensem que não tem mais chance de se arrepender, de casar ou de obter algo que muito desejam. Estou aqui para dizer que o evangelho de Jesus Cristo é um evangelho de esperança – e que nunca se é velho demais para ser feliz e receber bênçãos grandiosas nesta vida e também na eternidade.

A sua idade não representa muito na eternidade

Vamos começar pelo assunto mais óbvio: a idade. Quantos anos você tem? Essa é uma pergunta tão natural nas interações do dia-a-dia. Mas muitas pessoas tem receio de respondê-la. Talvez até se sintam mal ao fazê-lo, e algumas até mintam. A razão pelo qual fazem varia, mas geralmente é por temerem ser rotuladas ou discriminadas pelos demais.

As escrituras mostram pessoas que viveram muito tempo. Matusalém viveu por 969 anos (Gênesis 5:27)! É evidente que hoje em dia as pessoas não vivem tanto. E talvez nem vivam bem – pois a longevidade nem sempre significa vida de qualidade. Mas nosso profeta, o Presidente Russell M. Nelson é um exemplo de pessoas idosa – 95 anos anos de idade – e vigorosa!

A idade cronológica é um importante aspecto em nossa sociedade e na Igreja. As fases de um ser humano na sociedade são divididas genericamente pela idade – infância, adolescência, juventude, vida adulta, velhice. E na Igreja as crianças são batizadas a partir dos oito anos de idade, os rapazes recebem o sacerdócio aos 12, os jovens partem para missão entre os 18-25 anos, etc.

Mas não existe um marcador biológico, psicológico e espiritual idêntico para todos. Ademais, o espírito que está em nós é muito mais antigo que nosso corpo mortal. De fato, se considerarmos nossa “idade” pré-mortal, somos mais longevos.

O irmão Norman W. Gardner, que trabalha nos Seminários e Institutos da Igreja, disse:

“É fácil responder à pergunta: “Quantos anos você tem?” Os aniversários medem a idade de nosso corpo físico. Mas, na verdade, temos bem mais idade do que isso. Cada um de nós “é um filho (ou filha) gerado em espírito por pais celestiais que o amam” com “natureza e destino divinos”. Antes de nosso corpo espiritual ser criado, cada um de nós existia como “inteligência”, que “não teve princípio, tampouco terá fim”.” (“O que sabemos sobre nossa vida pré-mortal”, A Liahona – Fevereiro de 2015)

Sou muito velho para receber certas bênçãos

Algumas das pessoas que estão lendo este artigo talvez se sintam muito velhas para casar, ter filhos ou para ter oportunidades educacionais e profissionais. As escrituras mostram que ninguém é velho demais para receber todas essas coisas. Lemos que Isaque casou com 40 anos de idade – o que é quase o da idade que as pessoas costumam casar na maioria dos países.

Embora não tenhamos certeza da idade de Rute, ela era viúva quando casou com Boaz. Néfi era jovem quando se casou – mas Zorã – um ex-escravo – casou-se para eternidade mais velho. Existem muitos exemplos modernos também de pessoas que casaram com uma idade que muitos consideram avançada. Na eternidade, porém, essa idade é irrelevante.

Nunca é tarde para começar ou recomeçar a estudar, trabalhar e se desenvolver. Deus não olha para aspectos exteriores para conceder bênçãos para seus filhos – Ele olha para o coração.

Não se preocupe por estar envelhecendo. Essa preocupação não faz sentido se você desenvolver uma fé vigorosa. Abraão tinha 100 anos quando se tornou pai de Isaque. Moisés tinha 80 quando tirou Israel do Egito. Isabel era idosa quando concebeu João Batista. Provavelmente você é mais novo que eles – e pode realizar muito para si mesmo e aos que estão ao seu redor, talvez para o mundo todo.

Seu enfoque pode ser o de servir. Para servir as pessoas você não precisa de um cargo de destaque. Silenciosa e reiteradamente você pode abençoar as pessoas com pequenos atos de amor. Se orar por essas oportunidades elas surgirão. E você não perderá nada.

“Teus dias são conhecidos e teus anos não serão diminuídos; portanto, não temas o que o homem possa fazer, pois Deus estará contigo para todo o sempre.” (D&C 122:9)

Sou muito velho para ser útil na Igreja

O processo de envelhecimento faz parte do teste mortal. O avanço da idade pretende conceder lições importantes para nosso aperfeiçoamento eterno. O Elder Boyd K. Packer falou sobre isso, ele disse aqueles que se sentem idosos:

“Não podemos fazer o que costumávamos fazer, mas tornamo-nos mais do que jamais fomos. As lições da vida, algumas delas muito dolorosas, qualificam-nos para aconselhar, corrigir e até admoestar os jovens.

Em seus anos dourados, há tanto que fazer e tanto para ser. Não se aposentem da vida, não se dediquem só aos divertimentos. Para alguns, isso seria inútil e até egoísta. Pode ser que já tenham servido em uma missão e sido desobrigados e achem que já cumpriram todo o seu trabalho na Igreja, mas nunca serão desobrigados de serem ativos no evangelho. O Senhor disse: “(…) se tendes desejo de servir a Deus, sois chamados ao trabalho”. (D&C 4:3)

Pode ser que quando estiverem velhos e enfraquecidos, aprendam, por fim, que a maior missão de todas é fortalecer sua própria família, e a família dos outros, a fim de selar as gerações.

Estou ensinando um princípio verdadeiro. Estou ensinando a doutrina. Está escrito que “o princípio (…) concorda exatamente com a doutrina que vos é ordenada na revelação”. (D&C 128:7)” (“Anos dourados”, Conferência Geral abril de 2003)

O Elder Dieter F. Uchtdorf também disse algo importante:

“Agora, uma palavra para nós que somos mais experientes: a aposentadoria não faz parte do plano de felicidade do Senhor. Não há licença-prêmio nem programa de aposentadoria das responsabilidades do sacerdócio, seja qual for a idade ou a capacidade física. Embora a frase “já fiz isso” ou “já passei dessa fase” possa servir de desculpa para não termos que andar de skate, para recusar um convite para andar de motocicleta ou para dispensar a pimenta ardida no restaurante, não é uma desculpa aceitável para fugirmos da responsabilidade que assumimos por convênio: a de consagrar nosso tempo, nossos talentos e recursos a serviço do reino de Deus.

Pode haver aqueles que, após muitos anos de serviço na Igreja, acreditem ter direito a um período de descanso enquanto os outros carregam os fardos. Em termos bem claros e diretos, irmãos, esse tipo de pensamento não condiz com um discípulo de Cristo. Grande parte de nosso trabalho nesta Terra é perseverar até o fim, com alegria, todos os dias de nossa vida.” (“Dois princípios para quaisquer condições econômicas”, Conferência Geral outubro de 2009)

Para terminar: nunca dê ouvidos a pensamentos negativos. Não pense que Deus lhe tenha privado de algo. Olhe para o futuro com otimismo e esperança. Não sinta inveja ou deseje o mal de alguém. Lembre-se de quem você é, e que Deus não repudia ninguém. Ele te ama e quer lhe conceder tudo que Ele possui. Sê fiel!

Passando-se os anos, vós santos, provareis
O amor soberano do grande Rei dos Reis
E quando, enfim, esta vida findar,
Bem junto a Cristo,
Bem junto a Cristo,
Bem junto a Cristo ireis habitar. (“Que firme alicerce”, Hinos 42)

| Para refletir
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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