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Por que estamos comemorando ficar menos tempo na Igreja?

menos tempo

Menos de um ano como profeta e nenhum outro presidente da Igreja fez tantas mudanças em Conferências Gerais quanto Russell M. Nelson.

O anúncio “não temos mais mestres familiares e professoras visitantes” foi recebido com tanta aclamação que a maioria de nós perdeu a mensagem de verdade, que foi: “teremos mais ensino familiar, só que com outro nome”.

Um templo na Rússia? O suspiro no Centro de Conferências foi tão alto que me arrepiou todo enquanto estava em casa a quilômetros de distância.

Duas horas de reuniões na Igreja? Tenho quase certeza de que vi uma bola de praia começar a pular no meio da congregação.

Para a próxima Conferência Geral, fiz um cartão de “bingo da conferência”: “camisas coloridas liberadas”, “as meninas podem distribuir o sacramento” e “vamos voltar com o sacrifício de animais”. É melhor as pombinhas começarem a ficar espertas.

Uma pergunta mais séria surge em relação a algumas dessas mudanças, que é: “por que ficamos tão empolgados com a perspectiva de ficar menos tempo na Igreja?”

Por que queremos tanto ficar menos tempo na Igreja

Lembro-me das poucas vezes em nossa ala local, quando o ar-condicionado parava totalmente no meio da reunião (sem mencionar que nas outras 50 vezes no ano funcionava direito). Em poucos minutos, os casacos eram tirados, as cabeças carecas ficavam suadas, qualquer papel se tornava um leque improvisado e 400 olhos viravam-se para o bispo com a mesma pergunta: Você vai cancelar o resto das reuniões?

A tensão da expectativa pairou sobre a congregação até que não estávamos mais prestando atenção ao sofrimento dos oradores suando. Quando o esperado anúncio foi feito e estávamos prestes a ir para nossa Babilônia personalizada onde tínhamos climatizadores, ninguém mias fez cara feia na congregação. Só se via comemoração e o povo correndo para o estacionamento.

Pensem na emoção ao descobrir que uma reunião depois da sacramental será desmarcada. A experiência transcendental quando uma aula termina 10 minutos mais cedo. O nirvana em descobrir que as famílias a quem ministra estão de férias e não precisam ser visitadas.

Por que gostamos tanto da perspectiva de fazer menos, quando o testemunho do evangelho deve nos motivar a fazer mais? Por que ficamos indignados quando as reuniões não são curtas no Natal?

Entenda: Não sou diferente de nenhuma outra pessoa.  Sempre estou fazendo os cálculos sobre como essas coisas afetariam o meu triatlo dominical: sonequinha, futebol e outra soneca (sinto-me envergonhado ao dizer isso). Essa noção de que temos muitas coisas a fazer com nosso tempo, sobre as quais deveriam ser uma das principais prioridades na vida, sugere uma negligência sobre o evangelho que teria deixado os primeiros membros da Igreja confusos.

Se a Igreja é o último lugar em que queremos estar no domingo, não parece o presságio de um ótimo resto de semana.

Agora preciso ir ali murchar uma bola de praia.

Fonte: ThirdHour

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