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Por que Alma 7:10 diz que Jesus nasceria em Jerusalém se a Bíblia declara que Jesus nasceu em Belém?

Por que o Livro de Mórmon em Alma 7:10 afirma que Jesus nasceria em Jerusalém se a Bíblia ensina claramente que Ele nasceu em Belém?

Resposta

A questão proposta é válida e apesar de frequentemente ressurgir como novidade, é praticamente tão velha quanto a própria existência da Igreja em tempos modernos. Uma leitura superficial de Alma 7:10 fará com que até o mais leigo dos leitores identifique o que parece ser uma inconsistência e erro grotesco no texto do Livro de Mórmon.

Entretanto, há diversos pontos cruciais para o entendimento do versículo em questão, que os mesmos olhos leigos provavelmente serão incapazes de observar caso não seja feita uma análise contextual dos fatos citados. Vamos analisar o versículo e em seguida alguns desses pontos:

“E eis que nascerá de Maria, em Jerusalém, que é a terra de nossos antepassados(…)” Alma 7:10

A escritura em Alma 7:10 anuncia o nascimento de Cristo “em Jerusalém,” e logo em seguida se refere ao local como “a terra de nossos antepassados.” Alma em nenhum momento declara que Jesus nasceria “na cidade de Jerusalém,” mas “em Jerusalém” o qual tanto em tempos antigos como modernos inclui outras cidades como fazendo parte de sua “terra.”

A cidade de Belém está localizada a apenas 8 kilômetros de distância de Jerusalém, sendo naturalmente parte da “terra de Jerusalém.” Até mesmo cidades como Hebron, localizada a 40 kilômetros de Jerusalém, é considerada historicamente como parte da terra de Jerusalém.

Exemplos no Livro de Mórmon

O Livro de Mórmon também apresenta uma distinção entre uma cidade e a terra associada a uma cidade. No livro encontramos outras passagem onde acontece a mesma coisa:

  • A terra (Alma 2:15) e a cidade (Alma 6:1) de Zarahemla;
  • A terra e a cidade de Néfi (Alma 47:20).

Isso é consistente com o uso do antigo Oriente Médio. A carta El Amarna #290 relata que “uma cidade da terra de Jerusalém, de nome Bit-Lahmi [Belém], uma cidade pertencente ao rei, passou para o lado do povo de Keila.”

Um crítico do século XIX, excessivamente confiante, assegurou levianamente a seus leitores que “Não existe tal terra. Nenhuma parte da Palestina leva o nome de Jerusalém, exceto a própria cidade.” Embora isso talvez fosse verdade no século XIX, não era verdade na antiguidade. Um suposto “erro grosseiro” se transforma em evidência da antiguidade do texto.

Assim, o Livro de Mórmon acerta ao afirmar que a cidade de Belém está na “terra de Jerusalém”.

A “terra de Jerusalém”

O uso do termo “terra de Jerusalém” é um uso autêntico antigo.

O estudioso Hugh Nibley observou em 1957:

“Enquanto o Livro de Mórmon se refere à cidade de Jerusalém de forma clara e inequívoca mais de sessenta vezes, refere-se mais de quarenta vezes a outra entidade geográfica totalmente diferente, que é sempre designada como “a terra de Jerusalém”. No Novo Mundo também, cada grande cidade do Livro de Mórmon é cercada por uma terra com o mesmo nome.”

A terra de Jerusalém não é a cidade de Jerusalém. Leí “habitou em Jerusalém todos os seus dias” (1 Néfi 1:4), no entanto, seus filhos tiveram que “descer para a terra da herança de nosso pai” para pegar suas propriedades (1 Néfi 3:16,22).

A aparente anomalia é prontamente explicada pelas Cartas de Amarna, nas quais lemos que “uma cidade da terra de Jerusalém, Bet-Ninib, foi capturada.”

Era regra na Palestina e na Síria desde os tempos antigos, como mostram as mesmas cartas, que uma grande área ao redor de uma cidade e todos os habitantes dessa área levassem o nome da cidade.

É dado como certo que se Néfi morasse em Jerusalém, ele saberia sobre a região ao redor: “Eu, por mim mesmo, habitei em Jerusalém, portanto sei sobre as regiões ao redor” (2 Néfi 25:6).

Mas isso era completamente desconhecido na época em que o Livro de Mórmon foi escrito — as Cartas de Amarna foram descobertas em 1887.

Cristo nasceu em uma vila a cerca de 10 quilômetros da cidade de Jerusalém; não foi na cidade, mas foi no que agora sabemos que os antigos designavam como “a terra de Jerusalém”.

Fonte: Fair

 

 

 

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