Quais são os Livros Sagrados, ou as Escrituras, dos Mórmons?

Os Livros Sagrados, as escrituras, usadas pelos mórmons, ou membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, são conhecidas como as Obras-Padrão ou obras canônicas da Igreja. Consistem em quatro livros: Bíblia Sagrada, Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios e Pérola de Grande Valor.

Uma das características da Igreja é não possuir um cânone de escrituras fechado – e crer que Deus ainda revela novas escrituras. Assim: “Cremos em tudo o que Deus revelou, em tudo o que Ele revela agora, e cremos que Ele ainda revelará muitas coisas grandiosas e importantes relativas ao Reino de Deus.” (Regra de Fé nº 9)

Você pode acessar as escrituras aqui.

Mas a Bíblia não é suficiente?

A Bíblia é o livro principal do cânone de escrituras mórmons [1]. Se não fosse pela Bíblia a restauração da Igreja não aconteceria, pois Joseph Smith foi inspirado a buscar a verdade ao ler uma escritura na Bíblia.

Algumas pessoas pensam que os mórmons desprezam a Bíblia por terem outras escrituras. O Elder M. Russell Ballard, dos Doze Apóstolos, esclareceu:

“Irmãos e irmãs, tenho certeza de que muitos de vocês passaram pela experiência de ouvir pessoas dizerem que “os mórmons não são cristãos porque têm sua própria Bíblia, o Livro de Mórmon”. Para qualquer pessoa com esse tipo de concepção errônea, afirmamos que cremos em nosso Senhor Jesus Cristo como nosso Salvador e o autor de nossa salvação, e que cremos na Bíblia Sagrada, a reverenciamos e amamos. De fato, temos escrituras sagradas adicionais, inclusive o Livro de Mórmon, mas ele apóia a Bíblia e jamais a substitui. (…)

Quem se filia à Igreja não abandona sua fé na Bíblia, mas a fortalece. O Livro de Mórmon não enfraquece, não diminui nem ofusca a Bíblia. Pelo contrário, ele a amplia, expande e exalta. O Livro de Mórmon dá testemunho da Bíblia, e ambos testificam de Cristo.” (“O Milagre da Bíblia“, Conferência Geral Abril de 2007)

A Bíblia, como possuímos hoje contém alguns erros. Isso acontece pois a medida que ela foi sendo compilada, organizada, traduzida e transcrita, erros entraram em seu texto.

“A existência desses erros torna-se aparente quando pensamos nas diversas e muitas vezes conflitantes traduções da Bíblia que existem hoje. As pessoas que estudam cuidadosamente a Bíblia muitas vezes ficam intrigadas com suas aparentes contradições e omissões. Muitas pessoas também ficam curiosas com referências bíblicas a profetas, livros ou passagens de escrituras que não se encontram atualmente na Bíblia.” (Infalibilidade da Bíblia, Tópicos do Evangelho)

Felizmente as outras escrituras completam e ajudam-nos a compreender a Bíblia corretamente. O Senhor advertiu aqueles que acham que Deus apenas revelaria sua palavra através da Bíblia. Ele disse:

“Não sabeis que há mais de uma nação? (…) Por que murmurais por receberdes mais palavras minhas? (…) Portanto, porque tendes uma Bíblia não deveis supor que ela contenha todas as palavras minhas; nem deveis supor que eu não fiz com que se escrevesse mais. Pois eu ordeno a todos os homens, tanto no leste como no oeste, tanto no norte como no sul e nas ilhas do mar, que escrevam as palavras que lhes digo.” (2 Néfi 29:7-8, 10-11)

O que ensinam as escrituras dos mórmons?

Os livros de escrituras da Igreja ensinam sobre Jesus Cristo, seu ministério pré-mortal, mortal e pós-mortal. Revelam o Plano de Salvação e ensinam sobre o caminho para felicidade. Um breve resumo das obras padrão, retirado da introdução dos livros, esta abaixo:

Bíblia – A Bíblia é uma coletânea de escritos antigos que contém registros da comunicação de Deus com Seus filhos e instruções para eles. A palavra Bíblia tem origem grega e significa “os livros.” Embora geralmente pensemos na Bíblia Sagrada como um único livro, na verdade, trata-se de uma biblioteca divina, reunida em um único volume. A Bíblia é um testemunho do amor eterno de Deus por Seus filhos e de que Jesus Cristo é o Salvador do mundo; verdadeiramente, Ele é o único caminho para a vida eterna e salvação. A Bíblia está dividida em duas partes: o Velho Testamento (39 livros) e o Novo Testamento (27 livros). Seus autores provêm de várias origens, mas todos desejavam compartilhar o plano de Deus para a redenção de Seus filhos. Esse plano centraliza-se em Jesus Cristo, o Messias, a respeito de quem tanto os autores do Velho quanto do Novo Testamento prestaram testemunho.

O Livro de Mórmon – O Livro de Mórmon é um volume de escrituras sagradas comparável à Bíblia. É um registro da comunicação de Deus com antigos habitantes das Américas e contém a plenitude do evangelho eterno. O acontecimento de maior relevância registrado no Livro de Mórmon é o ministério pessoal do Senhor Jesus Cristo entre os nefitas, logo após a Sua ressurreição. O livro expõe as doutrinas do evangelho, delineia o plano de salvação e explica aos homens o que devem fazer para ganhar paz nesta vida e salvação eterna no mundo vindouro.

Doutrina e Convênios – Doutrina e Convênios é uma coletânea de revelações divinas e declarações inspiradas, dadas para o estabelecimento e regulamentação do reino de Deus na Terra nos últimos dias. As mensagens, advertências e exortações são para benefício de toda a humanidade e convidam todas as pessoas de todos os lugares para ouvirem a voz do Senhor Jesus Cristo, falando-lhes para o seu bem-estar terreno e sua salvação eterna.  A maior parte das revelações desta coletânea foi recebida por intermédio de Joseph Smith Júnior, outras foram dadas por meio de alguns de seus sucessores na Presidência.

Pérola de Grande Valor – A Pérola de Grande Valor é uma coletânea de escritos seletos que tratam de muitos aspectos significativos da fé e da doutrina de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Esses materiais foram traduzidos e produzidos pelo Profeta Joseph Smith e a maior parte foi publicada nos periódicos da Igreja da época. Nela encontramos os Livros de Moisés e Abraão, o Relato de Joseph Smith, as Regras de Fé e mais.

Mais livros sagrados surgirão?

Os membros da Igreja sabem que a boca de Deus não esta fechada, e que Ele revela sua vontade a Seus profetas. O que eles falam pode ser considerado escritura. Além disso, cremos que escrituras antigas ainda não reveladas serão trazidas a luz em algum futuro próximo.

O Livro de Mórmon, por exemplo, profetiza que nos últimos dias o registro das Tribos Perdidas virá a luz (2 Néfi 29:12-14). O Élder Bruce R. McConkie explicou que esses escritos

“seriam trazidos à luz de maneira maravilhosa, com a direção do presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que é um revelador e um tradutor e que possui as chaves do reino de Deus na Terra no que se refere a todos os homens, inclusive às Dez Tribos” (The Millennial Messiah, p. 217).

Sabemos que o Salvador visitou algumas das tribos perdidas de Israel depois de Sua Ressurreição e depois de visitar os Nefitas. (Ver 3 Néfi 16:1–3; 17:4.) E aguardamos ansiosos esses registros. Todavia, precisamos estudar aquilo que já recebemos, para merecermos mais.

Como posso saber se os livros de escrituras são verdadeiros?

Com tanta confusão no mundo, tantas vozes, é difícil distinguir a verdade do erro. Algumas pessoas tem um amor e fé natural pelas escrituras – outras as enxergam com ceticismo. No final, cada um de nós precisa decidir se crê ou não nas escrituras.

A fé na palavra de Deus advém por uma busca sincera e com real intenção (Morôni 10:3-5). É preciso ler e estudar – e além disso, “experimentar a palavra” (Alma 32:27-28), procurando viver os ensinamentos das escrituras (Jo~]ao 7:17, Tiago 2:17-18). No exercício de viver de toda Palavra que sai da boca de Deus recebemos um testemunho poderoso, do Espírito Santo, de que as obras-padrão são verdadeiras – e que conduzem a felicidade.

Assim, precisamos estudá-las, amá-las e viver segundo ensinam. A promessa é que, se aplicarmos as escrituras em nossa vida teremos paz, alegria, sabedoria e vida eterna (2 Néfi 31:20).

Como você recebeu seu testemunho das escrituras? Mencione nos comentários!

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[1] O Presidente Brigham Young disse: “Para nós, a Bíblia é o livro principal, depois vem o Livro de Mórmon” (Discursos de Brigham Young, pg. 126)