Em que os Mórmons acreditam? – parte 3
Leia a parte 1 aqui e a parte 2 aqui.
E quanto à Bílbia?
A Bíblia é a palavra de Deus, escrita pelos homens. É fundamental nos ensinamentos mórmons. Os santos dos últimos dias, porém, reconhecem que se insinuaram erros nessa obra sagrada, devido à forma como o livro chegou até nós. Além do mais, consideram-na incompleta como guia. Centenas de diferentes igrejas ou organizações religiosas, assim como interpretações conflitantes de doutrinas básicas, que levaram à criação de inúmeras seitas diferentes, prestam testemunho da insuficiência da Bíblia.
Para completar a Bíblia, os santos dos últimos dias têm três outros livros: o Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios e A Pérola de Grande Valor. Estes livros, juntamente com a Bíblia, constituem as obras-padrão da Igreja.
Os ensinamentos neles encontrados não entram em conflito com a Bíblia. Confirmam a divindade da escritura hebraica e esclarecem grandemente outras doutrinas ali mencionadas, sobre as quais os homens vêm discutindo há séculos.
Casamento
Para muitas pessoas, o mormonismo significa apenas uma coisa – poligamia, assunto de histórias sensacionalistas em todo o mundo. Houve época,em que tais histórias eram muito populares. Mas, à medida que aumentou o conhecimento dos fatos, elas foram desaparecando.
A verdade sobre a questão é essa: o mormonismo afirma ser uma restauração da obra de Deus em todas as dispensações anteriores. O Velho Testamento ensina que os patriarcas – homens escolhidos por Deus na antigüidade – tinham mais de uma esposa com aprovação divina. No curso do desenvolvimento da Igreja, no século XIX, foi revelado ao seu líder que essa prática deveria novamente ser adotada.
O anúncio dessa doutrina foi um grande choque. A maioria dos conversos vinham de famílias puritanas da Nova Inglaterra. Conta-se que pouco depois de tomar conhecimento da doutrina, vendo um cortejo fúnebre passar, Brigham Young teria afirmado que trocaria alegremente de lugar com o homem dentro do caixão, para não precisar enfrentar essa doutrina.
Não obstante, os líderes da Igreja aceitaram-na como um mandamento de Deus. Não foi fácil. Somente os homens de caráter muito elevado, e que se provassem capazes de manter mais de uma família, tinham permissão para se casar mais de uma vez. Apenas uma pequena percetagem das famílias da Igreja participou do casamento plural. Era uma prática considerada estritamente como princípio religioso.
No fim da década de 1880, o Congresso dos Estados Unidos aprovou várias medidas proibindo a poligamia. Quando a Corte Suprema declarou estas leis constitucionais, a Igreja indicou seu desejo de cumpri-las. Não poderia fazer outra coisa, tendo em vista seu ensinamento básico de que a lei da terra deve ser obedecida. Isto foi em 1890. Desde aí, os oficiais da Igreja não mais realizaram casamentos plurais, e membros que insistiram nessa prática foram excomungados. Entretanto, devido à divulgação de falsas informações, persistem ainda noções ridículas sobre a questão, obscurecendo a verdadeira imagem da doutrina do casamento plural pregada pelos santos dos últimos dias.
O casamento, na teologia mórmon, é um contrato sagrado, ordenado por Deus. Sob a autoridade do sacerdócio, um homem e uma mulher são casados não apenas para esta vida, como cônjuges legais, mas também para a eternidade.
Esse tipo de casamento se realiza somente nos templos sagrados, dos quais existem cinco no Brasil – além das capelas, onde são realizadas as reuniões dominicais e também culturais, durante a semana.
O casamento no templo é celebrado apenas por homens que recebem autoridade para fazê-lo. Bispos e outros oficiais podem celebrar somente cerimônias civis, em alguns países, como os sacerdotes e ministros de outras igrejas.
A Igreja atribui grande importância à santidade do lar e ensina que os filhos são uma bênção do Senhor. Não há princípio mais salientado pelos santos dos últimos dias do que a santidade do convênio matrimonial. Na teologia mórmon, o adultério vem, em gravidade, logo após o assassínio. Ensina-se a moralidade escrita, e a Igreja usa seus meios e instalações liberalmente para ensinar à juventude a necessidade de pureza moral e as bênçãos de um casamento feliz.
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