Não nos é possível compreender plenamente no que consiste a eternidade – pelo menos não no presente momento. Como seres mortais nossa capacidade de entender coisas imortais, eternas e infinitas é grandemente restringida pelo véu do esquecimento. Tampouco podemos fazer qualquer definição sobre “eternidade de eternidades” (Salmos 41:13, 106:48; D&C 20:17, 109:77). Como o tempo só é contado pelos homens (Alma 40:8), deve haver uma outra forma de percepção e perpetuação dos eventos para os seres exaltados. Deus, porém, não desejou falar a respeito – dando-nos tão somente, a palavra genérica e complexa eternidade.
Somos informados que Jeová é o mesmo ontem, hoje e para sempre – Ele é aquele que “vive para todo o sempre”. Ele é, portanto, um ser eterno.
Nem sempre, porém, Jeová foi Deus. Assim como Eloim, Nosso Pai. O Profeta Joseph Smith ensinou:
“O próprio Deus foi como somos agora, e é um homem exaltado e está entronizado nos céus! Esse é o grande segredo” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, pg. 44)
Essa frase pode parecer contraditória, se comparada à algumas passagens que dizem que Deus é o mesmo de eternidade em eternidade – um ser imutável (Mórmon 8:18, 9:19; D&C 20:17). Todavia, Deus nunca mudou essencialmente. Ele sempre foi a mesma inteligência (GEE “Inteligência”). Essa inteligência, porém, evoluiu. Deus, o Pai, ganhou um corpo de espírito, foi enviado para uma experiência mortal, ressuscitou e mereceu a Vida Eterna, como recompensa à sua obediência. Esse é uma aspecto importante e um grande diferencial da teologia mórmon.
Depois de Deus tornar-se Deus, teve seus próprios filhos espirituais – sendo que o primeiro foi Jeová. Com relação a Jeová: Ele cresceu no lar celeste e foi enviado para esta Terra. Ele seguiu o exemplo de Seu Pai – pois Ele nada fez que não tivesse visto o Pai fazer (João 5:6-21). Cristo morreu e ressuscitou. E agora se assenta à direita do Pai, como o grande Senhor e Rei do Universo.
É também correto dizer que Ele, Jesus Cristo, sempre foi Deus ou melhor que Ele é Deus, pois atingiu o status de divindade pelo qual merece um título que mais do que retroagir e avançar infinitamente – extrapola a realidade temporal que nos encontramos.
O acréscimo de glória, como exemplificado acima, não desfigura a inteligência primeira – e nesse sentido Deus, o Pai, Deus o Filho e todos nós, somos gnolaum (Abraão 3:18).
O Profeta Joseph Smith ensinou:
“Estou referindo-me à imortalidade do espírito do homem. Seria lógico dizer que a inteligência dos espíritos é imortal, mas que teve um princípio? A inteligência dos espíritos não teve início nem terá fim. Isso é absolutamente lógico”. (History of the Church, 6:311.)
Falando a respeito da natureza eterna de nosso espírito, o Presidente Brigham Young declarou:
“A humanidade foi organizada de elementos destinados a durar por toda a eternidade; nunca teve um começo e nunca poderá ter fim. Jamais houve uma ocasião em que não existiu essa matéria da qual eu e vocês fomos criados, e jamais poderá existir uma época em que ela deixará de existir, pois não pode ser aniquilada. Ela é reunida, organizada e tornada capaz de receber conhecimento, para ser entronizada em glória, para dela serem feitos anjos, Deuses—seres que controlarão os elementos, e que terão o poder, por meio de sua palavra, de ordenar a criação e redenção de mundos, ou de extinguir sóis por meio de seu sopro, de desorganizar mundos, fazendo com que voltem novamente ao seu estado caótico. Foi com esse objetivo que eu e vocês fomos criados.” (Discursos de Brigham Young, p. 48.)
A respeito da origem de nosso espírito na vida pré-mortal, o Presidente Marion G. Romney, que foi conselheiro na Primeira Presidência, ensinou:
“Em sua origem, o homem é um filho de Deus. Os espíritos dos homens ‘são filhos e filhas gerados para Deus’. (D&C 76:24) Por meio desse processo de nascimento, a inteligência que existia por si mesma foi organizada em seres espirituais individuais”. (Conference Report, setembro-outubro de 1978, p. 18; ou Ensign, novembro de 1978, p. 14.)
Concluímos com as palavras do Élder Neal A. Maxwell escreveu:
“Reconhecemos não nos ser possível compreender todas as implicações das palavras: ‘[os] espíritos (…) não tiveram princípio; eles existiam antes (…) pois são (…) eternos’. (Abraão 3:18). Mas sem dúvida compreendemos o suficiente para percebermos um Deus amoroso e redentor trabalhando e Se esforçando para ajudar-nos a tornar-nos como Ele é — algo que deveria nos inspirar profunda gratidão e alegria, em vez de desespero e dúvida, bem como uma submissão voluntária a tudo o que Ele considere que nos levará para mais perto desse objetivo”. (“Not My Will, But Thine”, p. 40.)
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Boa tarde! Bem, essas passagens citadas são bem conhecidas. Obviamente, nem todos os mórmons tem um profundo interesse em conhecer mais sobre esse assunto… Entretanto, desculpe minha sinceridade, apesar de vocês haverem apenas reproduzido o que já fora escrito por inspiração aos profetas, tanto em tempos anteriores à restauração em nossa atual dispensação, não vejo “lógica” em tentar dizer que (existe lógica) na afirmação que as inteligências nunca foram criadas, sempre existiram, assim como a matéria, havendo sido e sendo sempre organizadas e desorganizadas, ou trazidas novamente ao caos por Elohim, nosso Pai Celestial, Jeová, nossa irmão mais velho e Salvador ou por quaisquer ou todos os outros Deuses.
Aceitamos essas afirmações, apenas isso. Aceitamos na esperança de que em algum momento de nossa existência possamos, quiçá, compreendê-las ou até mesmo poder tomar parte na organização da matéria do universo. Mas, não há lógica humana aceitável ou compreensível capaz de explicar isso, ou esses conceitos.
Quem é o Deus de Deus? |Então, quem organizou a inteligência de Elohim? Essa questão se torna um círculo sem resposta aceitável ou compreensível, pois sempre haveria uma inteligência que depende de outras para “existir” ou ser organizada. Doutrina e Convênios explica que não é assim, exatamente porque algo depende sempre de algo para existir, ter lógica, propósito, organização, finalidade. Dizer que a inteligência não pode ser criada, sempre existiu pode ser “aceitável” como dogma. Podemos nos conformar em tentar “ter esse conhecimento”, mas é completamente incompreensível.
Isso mesmo! Começamos nosso artigo dizendo “Não nos é possível compreender plenamente no que consiste a eternidade”. O Profeta Joseph Smith, contudo – ao utilizar a palavra “lógica” na citação do artigo, não quis dizer que a lógica humana, na nossa opinião, especialmente a lógica barata (com pouco esforço racional), possa alcançar um entendimento superior a maioria das pessoas. Ele disse: “Estou referindo-me à imortalidade do espírito do homem. Seria lógico dizer que a inteligência dos espíritos é imortal, mas que teve um princípio? A inteligência dos espíritos não teve início nem terá fim. Isso é absolutamente lógico”. (History of the Church, 6:311). Lógico pra aqueles que acreditam na imortalidade do homem, evidentemente. Ele falava para um grupo de santos. Após aceitar alguns axiomas teologicos básicos, outras verdades decorrem “por lógica”