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Como posso aplicar a Expiação de Cristo na minha vida?

Uma amiga me perguntou recentemente: “como você aplica a Expiação na sua vida?”. Ela é membro da Igreja muitos anos, e isso me permitia falar com ela usando apropriadamente o termo “expiação”. Ela já sabia, por exemplo, que a “expiação” se refere ao sacrifício infinito que Jesus Cristo realizou por nós no final de seu ministério mortal – começando no Jardim do Getsêmani, passando por sua traição e julgamento injusto, sua crucificação e sua ressurreição gloriosa. Ela sabia que a Expiação nos libertava da morte física e do pecado – vencendo as duas mortes.

Ela também sabia que precisamos estudar continuamente sobre a Expiação. Conforme o Elder Richard G. Scott disse:

“Há uma necessidade premente de que todos fortaleçamos a compreensão do significado da Expiação de Jesus Cristo, para que ela se torne o alicerce inabalável sobre o qual edificaremos nossa vida. (…)

A profunda reflexão pessoal sobre as escrituras, acompanhada de uma oração fervorosa e sincera, fortalecerá sua gratidão e compreensão da inestimável Expiação” (“Ele Vive! Glorificado Seja Seu Nome!”, A Liahona, maio de 2010, pp. 75–77).

A pergunta dela se referia a graça ou poder capacitador de Cristo. A graça é o auxílio ou poder divino que provém da Expiação. Nos poucos minutos que tive tentei explicar a respeito da graça – e como nosso comprometimento com os mandamentos é importante. Eis algumas coisas que mencionei:

O poder divino vem de Cristo não da um ente despersonalizado chamado “expiação”

A primeira coisa que procurei esclarecer é que não podíamos pensar em “aplicar a Expiação” se não lembrarmos que a expiação é de Jesus Cristo. O Presidente Russell M. Nelson explicou isso:

“É doutrinariamente incompleto referir-se ao sacrifício expiatório do Senhor usando atalhos como “a Expiação”, “o poder capacitador da Expiação”, “aplicar a Expiação” ou “ser fortalecido pela Expiação”. Essas expressões apresentam o risco real de desviar a fé tratando o evento como se ele existisse por si mesmo e tivesse capacidades que não dependessem de nosso Pai Celestial e de Seu Filho, Jesus Cristo.

Dentro do grandioso plano do Pai está o Salvador com Seu sofrimento. Foi o Salvador quem rompeu os laços da morte. Foi o Salvador quem pagou o preço de nossos pecados e de nossas transgressões, e Ele apaga esses pecados se nos arrependermos. É o Salvador quem nos livra da morte física e espiritual.

Não existe um ser sem forma chamado “a Expiação” ao qual imploramos socorro, cura, perdão ou poder. Jesus Cristo é a fonte. Termos sagrados tais como Expiação e Ressurreição descrevem o que o Salvador fez, de acordo com o plano do Pai, para que vivamos com esperança nesta vida e ganhemos a vida eterna no mundo vindouro. O sacrifício expiatório do Salvador — o ato central de toda a história humana — é mais bem compreendido e apreciado quando nos ligamos a Ele de modo expresso e claro.” (“Invocando o Poder de Jesus Cristo em nossa vida”, Conferência Geral, abril de 2017)

O Poder Fortalecedor da Expiação de Jesus Cristo ou em outras palavras, Sua Graça

A graça de Jesus Cristo é o poder fortalecedor e compensador que advém Dele. O Élder David A. Bednar explicou:

“Suspeito que muitos membros da Igreja estejam mais bem familiarizados com a natureza do poder redentor e purificador da Expiação do que estão com o seu poder fortalecedor e capacitador. Uma coisa é saber que Jesus Cristo veio à Terra para morrer por nós — isso é fundamental e básico para a doutrina de Cristo. Mas também precisamos ser gratos pelo fato de o Senhor desejar, por meio de Sua Expiação e pelo poder do Espírito Santo, viver em nós — não apenas para nos dirigir, mas também para nos capacitar.

(…)

É pela graça do Senhor Jesus Cristo, devido ao Seu sacrifício expiatório, que a humanidade ganhará a imortalidade, significando que toda pessoa receberá seu corpo de volta para viver eternamente. Da mesma forma, é pela graça do Senhor que os indivíduos, pela fé no sacrifício de Jesus Cristo e no arrependimento de seus pecados, recebem força e ajuda para fazer boas obras, o que não conseguiriam se tivessem que agir sozinhos. Essa graça é um poder que permite a homens e mulheres ganharem a vida eterna e a exaltação depois de fazerem todos os esforços que estiverem a seu alcance.

A graça é o auxílio divino ou a ajuda de Deus que cada um de nós necessita desesperadamente para qualificar-se para entrar no reino celestial. Portanto, o poder capacitador da Expiação nos fortalece para fazer o bem e ser bons e para servir além de nosso próprio desejo individual e capacidade natural.” (“A expiação e a jornada pela mortalidade”, Extraído de um discurso devocional proferido na Universidade Brigham Young em 23 de outubro de 2001. Para acessar o texto na íntegra, em inglês, visite o site speeches.byu.edu.)

Conclusão

Quando o povo do Rei Benjamin ao verem-se “em seu estado carnal, menos ainda que o pó da Terra”, declararam, em uma só voz:

“Oh! Tende misericórdia e aplicai o sangue expiatório de Cristo, para que recebamos o perdão de nossos pecados e nosso coração seja purificado; porque cremos em Jesus Cristo, o Filho de Deus, que criou o céu e a Terra e todas as coisas; que descerá entre os filhos dos homens” (Mosias 4:2)

Tal como os antigos nefitas também podemos clamar – pedir com intensidade – que seja “aplicado o sangue expiatório” em nossa vida. Podemos recorrer ao poder fortalecedor todos os dias. Assim como o Rei Benjamin incentivou seu povo a ter fé, se arrepender e guardar os mandamentos, nossos profetas também disseram o mesmo sobre aplicar a explicação.

O Elder Bednar disse:

“Todos nós, em um momento de fraqueza, podemos exclamar: “Ninguém compreende. Ninguém sabe”. Talvez nenhum ser humano saiba. Mas o Filho de Deus sabe e compreende perfeitamente, porque sentiu e tomou sobre Si nossas cargas antes que as vivenciássemos. E por ter pagado o preço final e tomado sobre Si a carga, Ele tem perfeita empatia e pode estender-nos Seu braço de misericórdia nas muitas fases de nossa vida. Ele pode estender a mão, tocar, socorrer — literalmente correr para nós — e fortalecer-nos para que sejamos mais do que jamais poderíamos ser e ajudar-nos a fazer o que jamais poderíamos fazer se dependêssemos apenas de nossa própria capacidade.”

O Presidente Nelson falou que devemos fazer nossa parte para receber a plenitude dessas bênçãos. Seus conselhos são:

“A fé em Jesus Cristo nos impele a fazer coisas que sem essa fé não faríamos. A fé que nos motiva a agir permite que tenhamos mais acesso a Seu poder.

Também aumentamos o poder do Salvador em nossa vida quando fazemos convênios sagrados e os cumprimos com exatidão. Nossos convênios nos ligam a Ele e nos dão poder divino. Como discípulos fiéis, arrependemo-nos e O seguimos, entrando nas águas do batismo. Seguimos o caminho dos convênios e recebemos outras ordenanças essenciais. (…)

O evangelho de Jesus Cristo está repleto de Seu poder, que está disponível a cada filho ou filha de Deus que O busca sinceramente. É meu testemunho que, quando invocarmos Seu poder em nossa vida, tanto Ele quanto nós nos regozijaremos.”

Em essência precisamos ter fé, nos arrepender, fazer e cumprir convênios. Ao vivermos o evangelho receberemos o poder divino de Jesus Cristo. E como efeito as bênçãos de paz, alegria e salvação. A resposta para minha amiga é a mesma agora: aplicamos a Expiação de Jesus Cristo quando guardamos os mandamentos Deles.

| Para refletir
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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