Ciência e Religião
Muitos membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e também membros de muitas igrejas diferentes, saem da igreja por causa do “conflito” entre a ciência e a religião. Muitos professores na escola gostam de acentuar esse conflito, direto ou indiretamente atacando os religiosos. Da mesma forma, alguns líderes locais da igreja podem criticar a ciência.
O erro de ambos esses grupos é a idéia que existe um conflito entre os dois! A verdade é que: a ciência e a religião são duas maneiras de descobrir a verdade, mas a verdade é uma só.
A ciência é muito limitada em sua busca da verdade: a ciência não pode provar nada. Ela só pode nos dar evidência se apoiando em uma teoria ou outra. Todo bom cientista sabe disso. Quando temos muita evidência, chamamos as teorias de leis científicas.
A religião é também muito limitada em sua busca da verdade! Impressões espirituais, sentimentos internos e respostas para orações são coisas muito pessoais. Isso significa que não podem ser generalizados para as outras pessoas. Uma verdade religiosa para mim pode ser muito diferente para você. Assim, a religião também é limitada em nos dizer a verdade.
Então, em qual fonte devemos confiar? Devemos pôr de lado a ciência? Não! Sem a ciência, seríamos como civilizações antigas–sem tecnologia, sem conhecimento do mundo, e sem progresso. Devemos abandonar então a religião? Não! Sem a religião, confiaríamos nas filosofias do mundo para determinar nossa moralidade, e essas filosofias mudam com o vento. Sem a religião, teríamos pouca razão para viver, para amar, e para progredir como raça humana.
Precisamos de ambos a ciência e a religião. A questão é saber o lugar e tempo certo para cada um.
Pensando Cientificamente: É questão de quando
Um exemplo que mostra a utilidade de pensar cientificamente é a mais nova moda nos Estados Unidos: óleos essenciais. Dizem-se que esse óleos de hervas podem curar um monte de doenças, podem aliviar dor de cabeça, e muitas outras coisas. A literatura cientifica, porém, não apóia o uso desses óleos de jeito nenhum. Não são perigosos, mas a evidência experimental mostra que os óleos fazem quase nada.
Agora uma pergunta: é errado alguém usar esses óleos? E se alguém realmente acredita que esses óleos ajudam quando tem uma dor de cabeça.
Isso é a verdade fundamental sobre a evidência científica: ela é importante quando os resultaos são gerais, mas ela nem sempre deve controlar nossos pensamentos e ações pessoais.
Com certeza, hospitais não devem usar esses óleos como forma de tratamento alternativo! Seria ridículo! Isso é porque em geral, não são eficazes.
Porém, se alguém sentir que esses óleos o ajudam pessoalmente, com certeza essa pessoa deve continuar os usando! Só porque a ciência atual diz que geralmente não ajuda, isso não significa que não pode ajudar a uma pessoa específica. Nesse caso, são os sentimentos pessoais que são importantes. Se esta pessoa abandonasse o alívio e sentimentos bons que tem quando usa esses óleos só porque a ciência disse, isso também seria ridículo!
Anotemos que é sábio usar ambos os recursos. A nossa experiência pessoal erra frequentemente, mas a ciência também erra bastante.
A Ciência no Evangelho
O mesmo se dá com o evangelho. De acordo com a tradução mais aceitada da Bíblia, o mundo tem no máximo uns 10.000 anos. A evidência cientifica, porém, afirma que o mundo é muito mais velho que isso, tendo mais que um bilhão de anos. Precisamos avaliar isso com sabedoria, reconhecendo que a tecnologia e conhecimento científico que tinham na época da Bíblia era muito limitada, e é muito provável que seja só um erro inocente das pessoas que o escreveram muitos anos atrás. Seria tolo descartar todo o nosso conhecimento geológico por causa de algo tão trivial.
De outro lado, muitos cientistas riram da idéia que Deus responde às nossas orações. Mas isso é uma coisa pessoal, e portanto é uma questão que só pode ser determinado pessoalmente. Afirmo que na minha vida pessoal, Deus já respondeu à várias orações minhas; sei disso. Eu seria muito tolo em descartar essa crença só porque a ciência não consegue prová-la.
Élder Neil L. Anderson disse o seguinte em respeito de “evidências” contra o profeta Joseph Smith:
“A importância do trabalho de Joseph requer mais do que uma consideração intelectual; requer que nós, como Joseph, “[peçamos ou perguntemos] a Deus”. Perguntas espirituais merecem respostas espirituais de Deus.
Muitos dos que não creem no trabalho da Restauração fazem-no por não acreditar que seres celestiais falem aos homens na Terra. Dizem ser impossível que placas de ouro tenham sido entregues por um anjo e traduzidas pelo poder de Deus. E com tal descrença, rapidamente rejeitam o testemunho de Joseph; e há alguns infelizmente se empenham em desacreditar a vida do Profeta e macular seu caráter.
Causa-nos enorme tristeza quando alguém que antes reverenciava Joseph recua em suas convicções e passa a maldizer o Profeta.
“Aprender sobre a Igreja (…) do ponto de vista de seus desertores”, disse certa vez o Élder Neal A. Maxwell, “é como entrevistar Judas para entender Jesus. Desertores sempre nos falam mais sobre si mesmos do que sobre a organização que abandonaram”.”
A Verdade é a Verdade
Como aplicamos tudo isso? Lembremos que a verdade é uma só, e todos nós estamos em busca dela. Não critiquemos outros que pensam de uma maneira diferente de nós, pois ninguém é dono da verdade. Lembremos que a ciência é importante para o progresso do mundo, e que não devemos abandoná-la. Lembremos também que a ciência erra, e que não nos diz nenhuma verdade absoluta.
Levemos em conta também de que a religião é essencial, mas imperfeita. Internalizamos aquilo que é importante, e que sabemos pessoalmente que são verdadeiras. Confiemos em Deus que aquelas coisas que parecem ser inconsistentes ou confusas um dia serão explicadas para nós. Lembremos que crenças pessoais e religiosas devem ser baseados em fontes pessoais e religiosas também.
Assim, a ciência e a religião são duas faces da mesma moeda: maneiras de descobrir a verdade absoluta de Deus.
Este artigo foi escrito por Payton Jones
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