Por que a Igreja ensina que houve uma apostasia se Mat 16:18 afirma que a Igreja não seria abalada?
Pergunta:
A Igreja Mórmon ensina que após ter Cristo organizado sua Igreja, ter morrido e ressuscitado, um período de apostasia se iniciou e a Igreja de Cristo caiu e deixou de existir na terra. Como pode ter existido uma apostasia quando Mateus 16:18 ensina que “as portas do inferno não prevaleceriam” contra a Igreja de Cristo e tendo Jesus dito em Mateus 28:19-20 que Ele permaneceria com seus discípulos “todos os dias, até a consumação dos séculos.”?
Antônio Carlos, BH
Resposta:
Olá Antônio,
Sendo a doutrina da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias fundamentada na ideia de uma restauração, é natural que objeções sejam levantadas a respeito da validade da premissa inicial de que a Igreja original de fato caiu em apostasia. Em outras palavras, se for possível desconstruir o ensinamento de que a Igreja de Cristo caiu em apostasia, será igualmente possível desconstruir a necessidade que havia de uma restauração, e consequentemente, de tudo o que ela nos trouxe.
O problema, entretanto, dessa linha de raciocínio, é que a própria Bíblia contém evidência suficiente para atestar o fato de que um gradual afastamento da verdade ocorreu no primeiro século após Cristo. Analisemos algumas dessas evidências:
1. 2 Tessalonicenses 2:1-3 adverte os santos a permanecerem inamovíveis no entendimento, para que não “se pertubassem, como se o dia [da vinda] de Cristo estivesse próximo.” O versículo 3, entretanto, torna claro que a vinda de Cristo não aconteceria, sem antes haver uma apostasia.
2. Amós 8:11-12 se refere à um tempo de “fome espiritual” na terra, onde indivíduos “correriam por toda a parte, buscando as palavras do Senhor,” mas não a achariam. O capítulo contém elementos simbólicos e literais e não é absolutamente claro a que época se refere, mas oferece uma profecia que dá contexto e torna plausível os eventos que sucederam a morte de Cristo e culminaram em uma apostasia generalizada.
3. Em Atos 20:29-30 Paulo declara que após sua partida se daria o início de uma apostasia interna, onde “lobos cruéis” se introduziriam no rebanho a fim de atrair discípulos.
4. Daniel 2:44 é frequentemente citado como evidência contra o conceito de uma apostasia generalizada, quando afirma que “o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre.” Mateus 21:43, em contrapartida, torna claro que o reino visto por Daniel não era a verdade e Igreja organizada por Cristo, pois essa seria retirada dos Judeus e dada a uma nação que produziria seus frutos, o que gera uma alusão direta e harmoniosa com o relato do Livro de Mórmon de que a Igreja prosperou na América enquanto se degradava no Velho Mundo.
5. 2 Pedro 2:1-2 afirma que “falsos profetas e falsos doutores” introduziriam “heresias de perdição” entre os fieis com a afirmativa de que muitos os seguiriam e de que o caminho da verdade seria “blasfemado.”
O restante desse artigo você confere no Intérprete Nefita.