É automático, não é? A pessoa diz “Como você está?” e dizemos “Bem” sem ao menos pensar na resposta…
É como se estivéssemos apenas dizendo “oi” a um outro. Amo a resposta de uma irmã já idosa que sempre sorri e diz:
“Bem, a menos que você queira os detalhes.”
Quando conhecemos pessoas, quando ministramos, até mesmo quando conversamos com nossos entes queridos, algumas pessoas sabem como penetrar essa camada invisível e realmente saber o que a outra pessoa está sentindo. Mas não é sempre que isso acontece.
Exemplo
Em uma recente reunião entre pessoas de diversas religiões, uma mulher compartilhou uma forma diferente de demonstrar interesse genuíno pelo outro: em vez de apenas perguntar “Tudo bem?”, ela dizia “Como você está se sentindo?”.
Essa simples mudança de abordagem nos fez refletir mais profundamente e responder com mais sinceridade.
Tristeza, frustração, dor, medo ou alegria. Todos carregamos emoções dentro de nós. Quando reconhecemos o que sentimos e nos permitimos ser vulneráveis, abrimos espaço para que outros nos apoiem.
Assim, os laços de carinho se fortalecem, e também descobrimos o quanto podemos ser úteis ao amparar quem precisa.

A importância da vulnerabilidade e da empatia
Precisamos saber o que nossos irmãos e irmãs estão sentindo em seus corações, especialmente quando ministramos, mas não podemos fazê-lo a menos que eles se abram e compartilhem seus sentimentos.
São nesses momentos que precisamos de ferramentas para gerar respostas significativas.
Primeiro, precisamos ganhar a confiança da pessoa. Precisamos expressar genuinamente que nos importamos e ouvimos. Quando as pessoas sabem que nosso interesse é sincero, podemos fazer as perguntas que nos levam a um relacionamento verdadeiro.
Também podemos compartilhar um pouco de nossos sentimentos. Esta ideia pode soar um pouco assustadora para pessoas que não gostam de falar de si mesmas. Mas isso ajuda muito.
Não estou sugerindo que devemos abrir o nosso coração em um primeiro momento, ou que precisamos compartilhar nossas tristezas mais profundas e nossos piores pecados.
Existe um vasto universo de sentimentos que podemos compartilhar, e é justamente nessa troca que construímos os relacionamentos de confiança e amor, e onde eles se fortalecem. Ao abrirmos o coração, mostramos autenticidade e convidamos o outro a fazer o mesmo. É assim que nascem vínculos verdadeiros.
Todos temos experiências e pensamentos que não apresentam nenhum risco quando compartilhados, e ainda assim podem ser usados para construir algo em comum com o outro.

Como criar diálogos significativos
No entanto, precisamos tomar cuidado para não tornar a conversa somente sobre nós mesmos. A resposta deles deve inspirar novas perguntas e levar à compreensão de ambas as partes.
Então, poderíamos iniciar nossos diálogos com perguntas interessantes que podem levar a uma conversa, perguntas do tipo que não são respondidas apenas com uma única palavra.
Veja abaixo algumas alternativas para o “Como você está?”:
- Qual foi a melhor coisa que aconteceu com você hoje/essa semana?
- O que sempre faz você sorrir?
- Se você pudesse ir a qualquer lugar agora, aonde você iria?
- Você se sente desencorajado? O que você faz que o ajuda?
- Qual é a memória favorita de sua infância?
- Qual conselho você daria para o seu ‘eu’ de 10 anos de idade?
- Quais são os seus talentos mais fortes?
- Quais são as três palavras que descrevem você?
- Qual é o seu livro, filme, série ou programa de TV favorito?
- Qual é a necessidade mais urgente da sua vida agora?
- Como você recebeu seu testemunho?
- De que tipos de música você gosta?
- Conte-me sobre os seus filhos.
- Qual foi o seu primeiro emprego e como você finalmente escolheu uma carreira?
- Você já venceu algum medo? Como você o superou?
- Você gosta de praticar esporte?
- Qual foi o elogio mais legal que recebeu quando criança?
- Quais eram as tradições de sua família em sua infância?
- O que está na sua lista de desejos que você ama, mas ainda não realizou?
- Quais são os seus passatempos favoritos?
- Você tem uma comida preferida?
- Que professor(a) teve mais impacto em sua vida?
- Você tem um lugar preferido para viajar?
- Para quem você pede conselhos?
- O que eu posso fazer que vai te ajudar agora?

Quando a conversa precisa ser mais profunda
Obviamente, algumas dessas perguntas funcionam melhor quando temos um relacionamento estabelecido. Mas, apesar desses serem todos exemplos positivos de abordagens, isso não significa que também não possamos falar sobre os aspectos negativos de nossa vida.
As pessoas precisam colocar para fora, compartilhar suas preocupações, precisam passar pelo luto e precisam fazer perguntas difíceis. “Conversas difíceis são necessárias para a construção de relacionamentos saudáveis.”
Se alguém está passando por algo terrível e está disposto a conversar sobre o assunto, precisamos estar lá para apoiá-lo e não virar a conversa para um tópico “engraçado” ou previamente escolhido. Nossa disposição para ouvir e aconselhar é muito importante nestes momentos.
Quando nos empenhamos em conhecer o próximo verdadeiramente, descobrimos que podemos rir e chorar juntos e compartilhar alegrias e triunfos também. Assim é o compromisso do convênio batismal, que Alma, o pai, ensinou perfeitamente:
“(…) sendo que desejais entrar no rebanho de Deus e ser chamados seu povo; e sendo que estais dispostos a carregar os fardos uns dos outros, para que fiquem leves; (…) sim, e estais dispostos a chorar com os que choram; sim, e consolar os que necessitam de consolo e servir de testemunhas de Deus em todos os momentos e em todas as coisas e em todos os lugares em que vos encontreis.” (Mosias 18:8-9)
Podemos verdadeiramente servir como testemunhas de Deus, ao unir nossos corações e ministrar como Jesus Cristo. Todos nós, na maioria das vezes, estaremos muito mais do que “bem”.
Fonte: Meridian Magazine
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