Quero compartilhar um trecho de um livro de 2023 do padre Robert Spitzer, SJ, intitulado Science at the Doorstep to God: Science and Reason in Support of God, the Soul, and Life after Death (A Ciência na Soleira de Deus: Ciência e Razão em Apoio a Deus, à Alma e à Vida após a Morte — publicado pela editora Ignatius Press), que marquei enquanto o lia há algum tempo:
Embora alguns afirmem que as evidências científicas favorecem esmagadoramente o materialismo — ou seja, a rejeição de Deus, da religião ou de uma dimensão espiritual do ser humano (como a alma), é interessante notar que uma pesquisa realizada pelo Pew Research Center revelou que 51% dos cientistas professam crença em Deus ou em alguma realidade espiritual, enquanto 41% se identificam como agnósticos ou ateus.
Curiosamente, cientistas mais jovens demonstram mais crença em Deus ou em uma realidade espiritual do que os mais velhos. Segundo a mesma pesquisa, 66% dos cientistas jovens professam crença em Deus ou em uma realidade espiritual superior, enquanto apenas 32% são agnósticos ou ateus — ou seja, dois terços são crentes, enquanto um terço não é.
As estatísticas referentes à fé dos médicos são ainda mais impressionantes. De acordo com uma pesquisa de 2014 publicada no Journal of Religion and Health, 76% dos médicos acreditam em Deus ou em um poder espiritual superior, enquanto 12,4% são agnósticos e 11,6% se declaram ateus — ou seja, três quartos são crentes, e apenas um quarto não é. Além disso, 74% dos médicos acreditam que milagres ocorreram no passado, e 73% acreditam que ainda ocorrem no presente…
Também vale destacar que a maioria dos fundadores da física moderna eram pessoas de fé, incluindo: Galileu Galilei (pai da astronomia observacional e das leis iniciais da dinâmica e da gravidade), Sir Isaac Newton (pai do cálculo, da mecânica clássica e da óptica quantitativa), James Clerk Maxwell (pai da teoria clássica da radiação eletromagnética), Max Planck (pai da teoria quântica e cofundador da física moderna), Albert Einstein (pai da teoria da relatividade e cofundador da física moderna), Kurt Gödel (um dos maiores matemáticos e lógicos modernos, conhecido pelos teoremas da incompletude), Sir Arthur Eddington (pai da explicação da fusão nuclear como fonte da radiação estelar), Werner Heisenberg (pai da teoria matricial da mecânica quântica e do princípio da incerteza) e Freeman Dyson (criador de várias teorias em eletrodinâmica quântica contemporânea).
Há ainda muitos outros físicos, químicos e biólogos contemporâneos — vencedores do Prêmio Nobel — que professam abertamente a crença em Deus e em uma alma transfísica (ou seja, a ideia de que a alma humana vai além da realidade física).

Não existe conflito verdadeiro entre fé e ciência
Ao longo da história, fé e ciência foram muitas vezes vistas como opostas, mas dentro do evangelho restaurado, aprendemos que fé e ciência podem — e devem — andar juntas. Enquanto a ciência busca compreender o funcionamento do universo, a fé nos ajuda a entender nosso propósito nele. Juntas, fé e ciência ampliam nossa visão da criação, do ser humano e do plano de Deus para Seus filhos.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ensina que toda verdade faz parte do evangelho de Jesus Cristo — seja ela obtida por meio da revelação divina ou da pesquisa científica. Como ensinou o presidente Russell M. Nelson, profeta e renomado cirurgião, o conflito entre ciência e religião “só surge a partir de um conhecimento incompleto de ciência ou de religião, ou de ambos”.
Embora às vezes as descobertas científicas pareçam contradizer doutrinas religiosas, esses aparentes conflitos são, na verdade, oportunidades para exercermos humildade e paciência em nossa busca contínua pela verdade. A Igreja encoraja o aprendizado “por estudo e também pela fé”, conforme o Senhor orientou o Profeta Joseph Smith. Isso significa que ciência e fé não apenas podem coexistir, mas se complementam.
Enquanto a ciência busca entender o funcionamento do mundo físico, a religião nos guia a compreender nosso propósito eterno, nossa relação com Deus e como viver de maneira justa. Ambas são ferramentas essenciais para descobrir a verdade, aliviar o sofrimento e fortalecer nossa esperança.
A Igreja também valoriza o trabalho de cientistas, médicos e estudiosos entre seus membros — inclusive apóstolos — que conciliam fé e conhecimento secular em sua vida e profissão. Afinal, como disse Brigham Young, “não há verdade que não pertença ao evangelho”.
Fonte: Meridian Magazine
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