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4 motivos que levam alguém a se afastar da Igreja

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem mais de 15 milhões de membros espalhados por todo o mundo. Entretanto, nem todos os que se filiam a Igreja permanecem ativos. Há muitos motivos que os que deixam a Igreja alegam. Alguns são: saudades da vida antiga, desejo de uma “licença” para pecar, dúvidas sobre a História da Igreja e as escrituras, engano causado pelas filosofias dos homens, apelo para os extremos (ceticismo, fanatismo, etc.), sossego (“Tudo vai bem em Sião”), etc.

A maioria dos que se afastam, todavia, se encaixam nas razões apresentadas abaixo, que também foram identificadas pelo Salvador em Mateus 13, na Parábola do Semeador, e na Parábola do Joio e do Trigo. Confira:

 

1- Ofensa – Mateus 13:5-6, 20-21

Elder David A. Bednar, dos Doze Apóstolos, contou que fez “centenas e centenas de visitas” à pessoas que estavam afastadas da Igreja e identificou um tema comum nas diversas respostas que ouvia: “Com frequência eu ouvia explicações como: “Há vários anos, um irmão disse algo na Escola Dominical que me ofendeu, e nunca mais voltei.” “Ninguém no ramo me cumprimentava ou se aproximava de mim. Sentia-me um intruso. Fiquei magoado com a frieza dos membros deste ramo.” “Não concordei com certos conselhos do bispo. Não porei os pés naquela capela enquanto ele for o líder.”  Foram citados muitos outros motivos de ofensa — desde diferenças doutrinárias entre adultos a zombarias, provocações e exclusões entre os jovens. No entanto, o motivo recorrente era: “Fui ofendido por (…)”.

Após ouvir e expressar amor, Elder Bednar dizia: “Deixem-me ver se compreendi o que aconteceu com vocês. Porque alguém na Igreja os ofendeu, vocês deixaram de ser abençoados pela ordenança do sacramento. Renunciaram à companhia constante do Espírito Santo. Porque alguém na Igreja os ofendeu, afastaram-se das ordenanças do sacerdócio e do templo sagrado. Abriram mão da oportunidade de servir ao próximo e de aprender e crescer. E agora estão erguendo barreiras que impedirão o progresso espiritual dos seus filhos, dos filhos dos seus filhos e das gerações seguintes”. Muitas vezes as pessoas paravam para pensar por um instante e em seguida comentavam: “Eu nunca tinha visto as coisas por esse prisma”.”

Elder Bednar deu uma importante lição então: ele disse que é “no fundo é impossível para uma pessoa ofender outra. Na verdade, achar que alguém nos ofendeu é fundamentalmente falso. Ofender-nos é uma escolha que fazemos; não é uma condição infligida ou imposta a nós por alguém ou algo.” Elder Bednar então fez dois convites: primeiro, estudar a vida e ensinamentos do Salvador e aprender a reagir a pessoas que desejam nos ofender – e também a perdoar; e, segundo, fazer um convite “com amor e mansidão — e não em espírito de superioridade e orgulho” para alguém que esteja fora da Igreja por estar ofendido, para que volte e receba as bênçãos de Sião.

Para ler o discurso de Elder Bednar clique aqui.

 

2- Apostasia – Mateus 13:4 e 19

Algumas pessoas deixam à Igreja por apostasia. Apostasia é afastamento da verdade, conforme revelada pelos profetas dos últimos dias. Um apóstata prega contra os ensinamentos da Igreja e frequentemente se torna um opositor aos ensinamentos e líderes da Igreja. A apostasia é sutil no início – e geralmente o apóstata não se vê como um opositor da verdade. O Presidente Young advertiu que “quando um homem começa a procurar imperfeições” nos líderes e ensinamentos da Igreja,“podemos saber que tal pessoa tem em maior ou menor grau o espírito de apostasia”.

O Presidente Brigham Young também ensinou que coisas pequenas acabam levando a apostasia. Ele disse: “Se os santos negligenciarem suas orações e violarem o dia que consagraram para adorar a Deus, perderão Seu Espírito. Se um homem deixar-se levar pelo ódio, amaldiçoar, blasfemar e tomar o nome de Deus em vão, não poderá reter o Espírito Santo. Em resumo, se um homem fizer qualquer coisa que saiba ser errada e não se arrepender, não poderá usufruir a companhia do Santo Espírito; caminhará, portanto, nas trevas e negará sua fé.”

O Presidente Young também enfatizou que sem a verdadeira conversão o perigo de apostasia é real: “Muitos aceitam o evangelho porque o reconhecem como verdadeiro; estão convencidos em seu raciocínio de sua veracidade; foram vencidos por forte argumento e se vêem racionalmente compelidos a admitir que é verdadeiro mediante raciocínio lógico. Cedem a ele e obedecem a seus princípios básicos, mas jamais procuram ser iluminados pelo poder do Espírito Santo; tais pessoas frequentemente se afastam do caminho.” Ele disse também: “Os apóstatas julgam que todos estão errados, menos eles.”

Para nos abster da apostasia pessoal precisamos ser humildes e guardar os mandamentos. O estudo das escrituras parece ser a chave para evitar a apostasia. Alma declarou que os lamanitas convertidos pela pregação da Palavra de Deus, através de Amon e seus irmãos, nunca apostaram (Alma 23:6). Mais tarde, ele explicou a seu filho que esse milagre se deu devido as escrituras sagradas (Alma37:9). O Presidente Young compreendia isso, pois disse: “Se as pessoas vivessem sua religião, não haveria apostasia nem ouviríamos lamentações ou maledicências. Se elas fossem ávidas pela palavra da vida eterna e sua alma se dedicasse inteiramente à edificação do reino de Deus, todos os corações e mãos estariam prontos e dispostos. Conseqüentemente, o trabalho iria avante vigorosamente e progrediríamos como deveria ser.”

Para ler mais citações do Presidente Young sobre o tema clique aqui.

 

3- Orgulho – Mateus 13:7 e 22

“O orgulho é a grande pedra de tropeço no caminho de Sião”, disse o Presidente Ezra Talf Benson. Ele disse que “o cerne do orgulho é a inimizade — inimizade para com Deus e para com nossos semelhantes. Inimizade quer dizer “ódio, hostilidade ou oposição”. É o poder pelo qual Satanás quer reinar sobre todos nós.”

Ele também disse que “os orgulhosos querem que Deus concorde com eles. Não estão interessados em mudar de opinião para concordar com Deus.” Ele enfatizou que o orgulhoso se preocupa mais com a opinião dos homens do que com a vontade de Deus. O orgulhoso é egoísta, vaidoso e rebelde. Ele é materialista e imediatista. Procura satisfazer seus prazeres e repudia a virtude. E este acaba se afastando, e fazendo muitos outros se afastarem do caminho: “o orgulhoso larga a barra de ferro” (ver 1 Néfi 8:19–28;11:25; 15:23–24).

Para evitar esse mal, o Presidente Benson disse que “temos de ceder “ao influxo do Santo Espírito”, despojar-nos do orgulhoso “homem natural”, santificar-nos “pela expiação de Cristo, o Senhor”, e tornar-nos “como uma criança, [submissos, mansos e humildes]” (Mosias 3:19; ver também Alma 13:28). Esse processo começa com um forte desejo, fé em Cristo, arrependimento e boas obras.

Para ler um resumo do clássico discurso do Presidente Benson sobre o orgulho, clique aqui.

 

4- Medo ou Cansaço – Mateus 13:24-30

Algumas pessoas abandonam o “velho barco chamado Sião” quando tem duvidas, se sentem inseguras, hesitantes, ansiosas ou perdem a força e a esperança. Na parábola do Joio e do Trigo, o Senhor permitiu que o Joio crescesse junto com o Trigo. A interpretação essa passagem nos mostra que os opositores da fé, da esperança e da caridade, estão entre os santos – e que isso é plenamente conhecido pelo Senhor – e que, no devido tempo, Ele separará uns dos outros. O trigo representa os que são valentes do testemunho de Jesus e perseveram até o fim.

Vários profetas do passado e do presente admoestar o povo de Deus a não se cansar, não temer, não se maravilhar – e a prosseguir com firmeza. Paulo admoestou os santos de sua época a não se cansarem de fazer o bem (2 Tessalonicenses 3:13). Ele ainda afirmou “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.” (Gálatas 6:8-9).

Não precisamos duvidar que as promessas do Senhor se cumprirão. Alguns se afastam por não verem algumas bênçãos prometidas se realizando quando acham que elas devem se realizar. O Presidente Henry B. Eyring disse: “A demora do Senhor com frequência parece longa; às vezes dura a vida inteira. Mas ela sempre é planejada para abençoar. Não é preciso haver momentos de solidão, tristeza ou impaciência. Embora o tempo Dele nem sempre coincida com o nosso, podemos ter a certeza de que o Senhor cumpre Suas promessas.”

O Presidente Eyring também ensinou: “Ao fazermos o que Ele deseja que façamos pelos filhos de Seu Pai, o Senhor considera isso como algo que fizemos a Ele, então nos sentiremos mais próximos Dele, ao sentir Seu amor e Sua aprovação. Com o tempo nos tornaremos semelhantes a Ele e pensaremos no Dia do Juízo com feliz expectativa.”

Para ler o discurso do Presidente Henry B. Eyring clique aqui.

O Elder Tad R. Callister ensinou: “Posso conviver com algumas imperfeições humanas, mesmo entre os profetas de Deus, pois se espera que elas existam em seres mortais. Posso conviver com algumas descobertas científicas supostamente contrárias ao Livro de Mórmon. O tempo vai corrigi-las. E posso conviver com algumas aparentes anomalias históricas. Elas são insignificantes na paisagem total da verdade. Mas não posso viver sem as verdades doutrinárias e ordenanças restauradas por Joseph Smith, não posso viver sem o sacerdócio de Deus que abençoa minha família e não posso viver sem saber que minha esposa e meus filhos estão selados a mim por toda a eternidade. Esta é a escolha que temos diante de nós: algumas perguntas sem resposta, de um lado, contra uma série de certezas doutrinárias e o poder de Deus, do outro.” (Devocional do SEI, 12 de janeiro de 2014)

O medo, as dúvidas, a falta de motivação e de coragem, podem ser sobrepujadas pela graça do Senhor. Precisamos ser dignos desse poder divino guardando os mandamentos e desenvolvendo um relacionamento pessoal e forte com Deus e Jesus Cristo. Quando o fizermos nossa alma ficará satisfeita e tranquila (Enos 1:17). Com o tempo veremos a poderosa mãos de Deus cumprir todas as promessas e responder todas as perguntas.

 

Conclusão

Não é uma boa ideia se afastar da Igreja, mas Deus respeita, acima de tudo, a liberdade de escolha. Como discípulos de Cristo precisamos respeitar a vontade daqueles que escolhem se afastar. Não obstante, temos o mandamento de persuadir todos os homens a (re)conhecerem o Senhor e guardarem Seus mandamentos. Mesmo os que se afastaram precisam ser constantemente ministrados “porque” disse o Senhor “não sabeis se eles irão voltar arrepender-se e vir a mim com toda a sinceridade de coração e eu irei curá-los; e sereis vós o meio de levar-lhes salvação” (3 Néfi 18:32). Compreender o motivo pelo qual as pessoas se afastaram não é tão importante quanto estender-lhes a mão com amor e convidá-las a retornar a atividade plena na Igreja.

O Profeta Thomas S. Monson ensinou: “Ao longo dos anos, fizemos muitos apelos aos menos ativos, aos ofendidos, aos críticos, aos transgressores, para que voltem. “Voltem e banqueteiem-se na mesa do Senhor e provem novamente os doces e prazerosos frutos da integração com os santos.”

No santuário íntimo da consciência de cada pessoa existe aquele espírito, aquela determinação de desfazer-se do velho eu e atingir a plena estatura do verdadeiro potencial. Nesse espírito, fazemos novamente este sincero convite: voltem. Estendemos a mão para vocês com puro amor de Cristo e expressamos nosso desejo de ajudá-los, de dar-lhes as boas-vindas e integrá-los plenamente. Para os que estão magoados ou que estão hesitantes e temerosos, dizemos: Deixem-nos elevá-los, alegrá-los e afastar-lhes os temores. Aceitem literalmente o convite do Senhor: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”

Para ler o discurso completo do profeta clique aqui.

 

| Para refletir
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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