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Por que Leí dividiu seu povo em sete tribos?

“Ora, aqueles que não eram lamanitas eram nefitas; não obstante, eram chamados de nefitas, jacobitas, josefitas, zoramitas, lamanitas, lemuelitas e ismaelitas.” Jacó 1:13

No início de seu registro, Jacó esclareceu que os nefitas e os lamanitas, na verdade foram divididos em sete tribos: “nefitas, jacobitas, josefitas, zoramitas, lamanitas, lemuelitas e ismaelitas” (Jacó 1:13). Essas mesmas filiações também são relatadas em 1 Néfi 1:37-38 e também em Mórmon 1:8-9, sugerindo que eram como uma “ordem legal e social que durou por quase mil anos.”

Esse sistema de tribos organizadas provavelmente surgiu a partir da última benção de Leí, onde ele abençoou e aconselhou especificamente os patriarcas ou posteridade de cada uma das sete tribos (ver 2 Néfi 2-4). De muitas maneiras, as bênçãos de Leí para cada tribo podem ser significativas quando comparadas as bênçãos patriarcais dadas por Abraão, Isaque e Jacó.

A posteridade de Leí repetidamente se referiu a ele como “nosso pai Leí” da mesma maneira que os israelitas se referiam a Abraão como “nosso pai Abraão”. Leí deixou Néfi como líder ao invés de Lamã ou Lemuel, assim como Isaque fez com Esaú ao dar o direito da primogenitura para Jacó, seu filho mais novo. E assim como a benção final de Jacó para suas 12 tribos, Leí dividiu sua família em grupos e os abençoou com uma terra de herança. Essas bênçãos patriarcais mantiveram sua importância “religiosa, militar, política e legal” duradoura para ambas as posteridades.

É possível que as 12 tribos de Israel e as s7 tribos de Leí tenham sido contadas intencionalmente, para que seus totais finais fossem números sagrados. Antigamente, pensava-se que o número 12 estivesse historicamente ligado a governar e julgar, enquanto que o número 7 simbolizava perfeição e plenitude. No livro de Levíticos, o número sete aparece 46 vezes, em contextos ligados ao sacerdócio e ao templo. As doze tribos de Jacó aumentaram para treze quando a herança de José foi dividida entre seus dois filhos, Efraim e Manassés.

No entanto, como a tribo sacerdotal de Levi não herdou uma parte da terra prometida, eles não foram contados como uma das tribos de Israel e, portanto, o número total de tribos foi reduzido para doze (ver Números 1:47–50). Corbin Volluz argumentou, “Parece que o Velho Testamento modifica a figura de treze tribos para doze, para poder manter esse importante número, e o Livro de Mórmon também modifica a figura de oito tribos para sete, omitindo a tribo de Sam, da qual o Livro de Mórmon não fala, para dar uma atenção especial ao salientar que a semente de Sam é contada junto com a de Néfi (ver 2 Néfi 4:11).

A visão de Leí e as sete tribos

Assim como os Israelitas que viram a terra de Israel como a terra prometida, Leí também viu a terra de sua herança, no Novo Mundo, como a terra prometida. Tornando a divisão de sua posteridade em sete tribos, apropriada dentro de um contexto sagrado. O significado sagrado e simbólico das sete tribos pode ser um fator importante na preservação e continuidade ao longo de tantos anos. Também é possível notar que o número sete tem um significado cósmico entre os povos antigos na Mesoamérica. Michael Coe descreve sete como o “número místico da superfície da terra e de acordo com Diane Wirth, “representa as sete direções no universo – as quatro direções cardiais mais o zênite ou céu, centro, e nadir ou submundo”.

Além disso, as lendas mesomericanas e trabalhos de arte, de maneira distinta e repetida, descrevem vários povos que surgem de sete cavernas ou linhagens. Embora atualmente não exista uma evidência direta dessa relação, é possível que essas lendas antigas correspondam, de alguma maneira, às sete tribos mencionadas no Livro de Mórmon. A formação dessas sete tribos e sua importância ao longo da narrativa do Livro de Mórmon, não é algo que a maioria dos leitores nota conscientemente.

Porém, uma vez apontadas, essa sutil consistência se torna aparente e significativa. Hugh Nibley observou que, embora essas tribos “permaneçam subjugadas” ao longo do texto, “[elas estão lá] e são a base real dos relacionamentos pessoais”. Ele também observou a “retenção da identidade tribal em todo o Livro de Mórmon [como] uma característica peculiar e extraordinariamente autêntica.”

Além de apoiar o Livro de Mórmon como um texto autenticamente antigo e consistente, as sete tribos de Leí têm uma relevância imediata para os leitores modernos. Em 1829, o Senhor identificou essas mesmas tribos, declarando que o “conhecimento sobre um Salvador” ocorreria “aos nefitas e aos jacobitas e aos josefitas e aos zoramitas, pelo testemunho de seus antepassados, e esse testemunho chegará ao conhecimento dos lamanitas e dos lemuelitas e dos ismaelitas, que degeneraram na incredulidade” (D&C 3:16-18). Ross Christensen explicou que “não sabemos exatamente onde as sete linhagens estão mais do que sabemos onde as tribos perdidas de Israel se localizam. Mas as sete linhagens existem em algum lugar, porque o Senhor prometeu em 1828 que eles conheceriam o Salvador”.

Apesar das sete linhagens de Leí não serem declaradas nas bênçãos dadas pelos patriarcas na Igreja de Jesus Cristo, elas claramente são análogas ao duradouro legado e à importância das doze tribos de Israel. De alguma maneira, parece que essas sete tribos fornecem uma base duradoura para relacionamentos pessoais e conexões familiares para os descendentes de Leí.

Fonte: Book Of Mormon Central

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| Livro de Mórmon

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