
Todas as vezes que eu começo a ler o Livro de Mórmon, chego em 1 Néfi 4 com a história de Néfi e Labão e eu me faço a mesma pergunta: ” Por que Néfi teve que matar Labão? ”
Néfi retournou a terceira vez a casa de Labão confiando que o Senhor prepararia um caminho para que ele completasse sua missão. Ele encontrou Labão bêbado e foi ordenado que ele cortasse sua cabeça fora, com sua própria espada. Depois, ele encontrou o servo de Labão, pegou os registro e os levou aos seus irmãos fora da cidade. Quando Zorã tentou fugir da escravidão novamente, Néfi ofereceu a ele liberdade e um lugar com seu pai.
Labão estava bêbado e inconsciente. Por que Néfi precisou matá-lo para completar sua missão?
Relendo essa história recentemente, eu finalmente entendi que talvez Néfi incluiu esse evento com tantos detalhes para responder mesmo as mais importantes perguntas, as perguntas eternas. Como nós fomos liberados do poder de Satanás? Qual é o nosso relacionamento com Jesus Cristo? Como nós podemos receber a vida eterna?
É muito mais que um fato histórico; é também um emblema—uma história simbólica representando os seguintes personagens:
- Néfi, representando Jesus Cristo
- Labão, representando Satanás
- Zorã, representando cada um de nós
Então, por que Néfi precisou matar Labão? Eu ainda não tenho uma resposta completa para essa pergunta, mas essa não é a verdadeira pergunta. Trocando o foco eu descobri outras respostas a pergunta que realmente importa: O que essa história me ensina sobre o Salvador?
Escrito pela equipe do LDS.net, traduzido por Viccenzo Benatti
Tenho uma questão sobre isso. De acordo com o livro, Néfi foi compelido pelo Espírito a maratona Labão. Porém, não seria contra os mandamentos de Deus matar? Não seria covardia se aproveitar dá inutilidade de um homem, o desarmar, e o ferir com sua própria arma?
Se Deus fosse colocar um iníquo nas mãos de seu servo, porquê desta maneira? Porquê cometer um crime, mesmo contra um homem mau, parecia ser o único modo de libertação?
Acredito que, ao matar alguém que te ameaça, você se torna tão iníquo quanto ele. Quando um criminoso mata outro, é certo que isso foi por escolha própria, mas quando um cristão o faz, não está ele interferindo no livre arbítrio do outro, quando, com suas próprias ações, ele chegaria a seu próprio fim?
Que justificativa haveria para um homem reto como Néfi tirar a vida de outra pessoa? O Profeta Joseph Smith (1805–1844) ensinou que é o Senhor que estabelece o padrão do certo e do errado: “Deus disse: ‘não matarás’; em outra ocasião disse: ‘destrui-las-ás totalmente’. Esse é o princípio que conduz o governo do céu: as revelações adequadas à situação em que os filhos do reino se encontram. Tudo o que Deus nos pede é sempre certo, seja o que for, ainda que só venhamos a compreender o motivo muito depois do acontecido. Se buscarmos primeiro o reino de Deus, todas as boas coisas serão acrescentadas. O mesmo aconteceu com Salomão: ele primeiro pediu sabedoria e Deus lhe concedeu e, com ela, todos os outros desejos de seu coração, até em coisas que pareceriam abomináveis a todos que compreendem apenas em parte a ordem dos céus, mas que são na verdade corretas, porque Deus as concedeu e sancionou por revelação especial” (History of the Church, vol. 5, p. 135).
Algumas pessoas acham erroneamente que o que o Espírito do Senhor as está inspirando a fazer é contrário aos mandamentos anteriores do Senhor, foi assim que Néfi se sentiu. Hoje, não precisamos preocupar-nos com a possibilidade de o Senhor inspirar-nos a fazer algo contrário aos mandamentos atuais. O Presidente Harold B. Lee (1899–1973) ensinou-nos que há uma pessoa específica a quem o Senhor faria uma revelação dessas: “Quando for preciso que qualquer coisa seja diferente daquilo que o Senhor ordenou anteriormente, Ele o revelará a Seu profeta e a ninguém mais” (Stand Ye in Holy Places, 1974, p. 159)