Quando as perguntas da fé se tornam pesadas

Ao longo de uma jornada de fé, surgem perguntas. Algumas são pequenas, como uma palavra, frase ou nome no Livro de Mórmon, ou uma história amarga no Antigo Testamento. Todavia, outras são mais significativas.Assim, como a discriminação racial sobreviveu a décadas de liderança profética? Ou então, onde a poligamia se encaixa no plano de Deus? Por que as mulheres são relegadas a papéis menos proeminentes na Igreja?

Assim, fiéis têm oferecido respostas razoáveis para essas perguntas. Mas o desconforto pode permanecer. E logo, novas perguntas podem surgir. Um buscador pode ficar confuso em uma nuvem de questionamentos.

Comece com Jesus

Para aqueles que buscam paz em assuntos religiosos, recomendo que NÃO comecemos tentando resolver todos os desconfortos. Recomendo que comecemos com Jesus.

Quando você sentiu admiração profunda pela bondade do Redentor? Você se sentiu inundado por Seu amor? Quando você experimentou imensa alegria ao cantar hinos de louvor a Ele? Você viu Sua mão em sua vida? Quando você se sentiu profundamente grato por experimentar Seu conselho e orientação?

Esse é o alicerce sobre o qual uma vida boa pode ser construída. Ele é a Rocha.

Alguns podem sugerir que afirmações espirituais tão profundas só vêm após estudo intenso, oração sincera e vida digna. Isso pode ser verdade para alguns. Mas frequentemente Jesus vem inesperadamente, em lugares que nunca imaginamos e para nós quando mal estávamos prontos.

Em vez de nos imergirmos em dúvidas, podemos nos firmar em nosso relacionamento com Ele.

Podemos não ter todas as respostas
Imagem: Arthur Ogleznev, Unsplash

Nem tudo será revelado agora

Embora possamos ponderar e estudar qualquer incerteza espiritual ou pergunta que tenhamos em nosso coração, precisamos lembrar nossas próprias limitações humanas diante daquilo que nos causa desconforto. Podemos exigir respostas em nossos próprios termos. Filtramos informações através de nossos próprios vieses.

Podemos esperar que toda pergunta espiritual mereça uma solução clara. Esquecemos que Deus tem Seus propósitos e Seu tempo, e pode não escolher revelar todas as coisas conforme nossas preferências. Ele nos lembra:

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.” (Isaías 55:8)

Portanto, Deus pode reter respostas para permitir que nossa fé cresça e que priorizemos nossa conexão com Ele.

Logo, Deus nos instrui sobre o que fazer em tempos de desconforto doutrinário. Em um momento em que muitos relatos confusos sobre a Igreja estavam circulando, o Senhor ofereceu esta orientação:

“Escutai, ó povo de minha igreja, a quem foi dado o reino; escutai e dai ouvidos àquele que estabeleceu os fundamentos da Terra, que fez os céus e todas as suas hostes, e por quem foram feitas todas as coisas que vivem e se movem e têm seu ser.” (D&C 45:1)

não é a clareza doutrinária, é Cristo
Imagem: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Paz no relacionamento com Cristo

Deus nos direciona a voltar-nos para Jesus. Pense nisso. O Mestre do universo vem até nós, mortais meio desinteressados e autocentrados, e oferece um “presente” espiritual como convite para um relacionamento. Ele oferece Seus dons característicos de amor, graça, bondade e alegria. Ele vem com as mãos estendidas, pedindo que nos unamos a Ele em amizade e discipulado. Nesse relacionamento, encontraremos segurança e paz mesmo diante de perguntas para as quais não temos respostas reconfortantes.

Para aqueles que tentam encontrar um caminho em meio à confusão, troquemos uma palavra em uma escritura encorajadora:

“E não podeis suportar tudo agora; contudo, tende bom ânimo, porque eu vos guiarei..” (D&C 78:18)

Não estou recomendando ignorância descuidada. O estudo cheio de fé pode nos enriquecer. A apologética tem seu lugar essencial. Devemos aplicar inteligência real e estudo para compreender questões difíceis. Mas não precisamos de respostas para todas as perguntas (ou para qualquer pergunta!) para sermos envolvidos pelos braços de Seu amor. Jesus nunca exige sofisticação teológica como pré-requisito para Seu abraço. Na verdade, Ele adverte contra qualquer tipo de autossuficiência:

“E a quem quer que bata, ele abrirá; e os sábios e os instruídos e os ricos que são orgulhosos de seu conhecimento e de sua sabedoria e de suas riquezas — sim, estes são os que ele despreza; e a menos que se despojem de todas estas coisas e considerem-se insensatos diante de Deus e humilhem-se profundamente, ele não lhes abrirá..” (2 Néfi 9:42)

não é a clareza, é Jesus Cristo
Imagem: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

A resposta final

Se já O conhecemos e experimentamos Seu amor aqui na Restauração, continuamos buscando essa experiência. Nós O confiamos. Permitimos que Ele nos cure, ilumine e renove. Ele é o Caminho. A Verdade. Ele é nossa Vida. Ele é Aquele que nos conduzirá ao Pai. Em vez de ficarmos inquietos e puxarmos os fios soltos da doutrina, devemos nos encher dEle!

Para acrescentar perspectiva: quando recebemos um presente celestial de trilhões de dólares entregue à nossa porta, vamos discutir sobre imperfeições na embalagem? Quando Jesus nos chama para um relacionamento amoroso e redentor com Ele, vamos partir por causa de perguntas sem resposta?

Ao avaliarmos nossas crenças, devemos dar prioridade às grandes experiências com Jesus acima de qualquer frustração, incerteza, confusão ou dúvida sobre esta, ou aquela doutrina, ou prática.

Quando nos deixamos ser abraçados por Jesus, não teremos fechamento instantâneo ou clareza sobre todas as questões religiosas — mas não é para termos! Jesus é a resposta para todas as perguntas que mais importam. Focamos Nele, em Sua bondade, em Sua maneira de viver e de doar. Todas as coisas serão resolvidas no tempo devido. Enquanto isso, cresceremos em fé e nos alegraremos em Seu abraço.

Não é a clareza doutrinária que vai nos salvar. É Jesus.

Fonte: Meridian Magazine

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