Independentemente de nossa época ou cultura, nosso Pai Celestial sempre se preocupará com todos os Seus filhos e filhas.
Uma das formas mais maravilhosas pelas quais Ele nos manifesta Seu amor é por meio das leis divinas. Elas influenciam nosso caráter espiritual e também têm grande impacto em nosso progresso temporal.
Embora nas escrituras não encontremos muitas informações sobre as leis que regiam os antecessores de Moisés, a quem foram revelados os Dez Mandamentos que prevalecem até hoje (Êxodo 20:1-17; Mosias 12:33), isso não significa que Deus não tenha concedido um guia divino a Seus primeiros filhos.

A caridade como base
Antes de Moisés receber os Dez Mandamentos no monte Sinai, várias leis morais e divinas regiam o comportamento humano, fruto tanto da revelação divina quanto do desenvolvimento social.
Assim, os primeiros códigos morais conhecidos, remetem a Adão e Abraão. O convênio feito com Adão enfatizava os princípios de retidão, obediência e a lei do sacrifício (Moisés 5:5–8). Já Abraão recebeu o sacerdócio e mandamentos que incluíam a fidelidade e a caridade (Abraão 1:2; 2:9–11).
Esses primeiros mandamentos demonstram que o desejo de Deus de que houvesse justiça entre Seu povo, não se limitava às revelações posteriores dadas a Moisés, mas refletiam uma série de instruções divinas destinadas a guiar a humanidade para uma vida ética e de integridade espiritual.
As experiências de Adão e Abraão ilustram como Deus comunicou Sua vontade a Seus servos escolhidos desde o início da humanidade e como Ele estabeleceu um precedente para as normas morais que os profetas codificaram depois nos Dez Mandamentos (Alma 25:15).

A Lei de Moisés como convênio sagrado
Essas normas incluíam vários estatutos e sentenças que regiam a conduta social, a observância religiosa e a moralidade pessoal.
Agora, a lei de Moisés (mais abrangente), também abordava questões civis e cerimoniais, desde restrições alimentares até orientações para adoração (Levítico 11; Deuteronômio 14). Esse extenso código legal ilustra o desejo de Deus de que Seu povo viva em harmonia entre si e de acordo com Sua vontade divina.
A importância da Lei de Moisés está em sua função como documento do convênio que definia a identidade e as responsabilidades dos israelitas como o povo escolhido de Deus (Deuteronômio 26:16–19). Fornecia uma estrutura para viver a fé, enfatizando que a obediência aos mandamentos divinos é parte integral de uma vida fiel.

Adaptação cultural
Antes de Deus entregar os Dez Mandamentos, várias civilizações antigas criaram seus próprios códigos legais. Esses códigos eram ensinamentos morais semelhantes aos da Bíblia ou até chegaram a influenciá-los.
Um dos exemplos mais notáveis é o Código de Hamurábi, que surgiu por volta de 1754 a.C. Esse antigo código babilônico continha leis sobre justiça social, direitos de propriedade e direito de família, refletindo temas morais que os Dez Mandamentos articulariam posteriormente.
Enquanto muitas leis antigas focavam na retribuição e ordem social, os códigos morais dados aos israelitas destacavam a autoridade divina e a responsabilidade comunitária. Essa diferença ressalta a importância teológica das leis de Deus como reflexo de Seu caráter e de Suas intenções para com Seu povo.
No Livro de Mórmon, Jacó, irmão de Néfi, ensinou fortemente contra a idolatria, a imoralidade e a ganância, chamando o povo ao arrependimento (Jacó 2–3). Suas palavras mostram como adaptaram os mandamentos às necessidades espirituais e culturais específicas do povo nefita.

A lei de Deus ontem e hoje
Os ensinamentos de Jacó lembram que a instrução divina transcende tempo e cultura, adaptando-se às circunstâncias do povo de Deus, mas mantendo princípios éticos fundamentais.
Diversos trechos das escrituras afirmam que as leis morais dadas à humanidade foram projetadas para guiar os indivíduos à retidão e estabelecer uma sociedade que reflita o caráter de Deus (Mosias 2:17; Alma 42:21–24).
Os mandamentos não apenas estabeleciam normas para a conduta pessoal, mas também formavam a base do governo social e da harmonia comunitária.
Uma doutrina que se cumpre até hoje, graças à incessante revelação dos céus que obtemos por meio dos profetas modernos (Amós 3:7; Doutrina e Convênios 1:38). Assim, a lei de Moisés, como toda guia divina da antiguidade ou da atualidade, é um lembrete do amor e da ajuda contínuos de nosso Amoroso Pai para com Seus filhos e filhas.
Fonte: Ask Gramps
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