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Duas lições que aprendi quando meu avô faleceu

Meus pais se divorciaram quando eu era muito pequeno. Tive pouco contato com meu pai e não tive contato com meu avô, que se chamava Plínio. Fui chamado para servir como missionário de tempo integral em Goiás, recebi uma carta em dezembro me dizendo que iria viajar em fevereiro. Eu tinha pouco tempo e muitas coisas para fazer, muitas pessoas para me despedir e amigos que eu gostaria de rever antes de viajar, e em uma tarde de janeiro minha mãe me disse: “Filho, encontrei seu avô hoje, e ele quer muito te ver!” Respondi de forma ríspida: “Não tenho tempo para falar com ele, depois da missão eu me encontro com ele.” Meses depois, enquanto estava servindo como missionário recebi a notícia que ele faleceu e em um primeiro momento me senti desesperado por ter perdido meu avô e acima disso, por não ter me despedido dele. Orei muito a Deus e Ele me ensinou duas lições que moldaram a pessoa que eu sou a primeira delas foi que nunca devemos deixar para depois.

Nunca deixar para depoisTempo

Nós, mórmons, acreditamos que nossa vida é uma dádiva divina e única, que deve ser valorizada, respeitada e muito bem vivida. Nunca devemos viver de maneira que possamos sentir culpa ou pesar, precisamos estar prontos para nos encontrar com Deus todos os dias, as escrituras sagradas nos ensinam que o dia para nós mudarmos, é hoje[1]. Nunca havia sentido tanta culpa como senti naquele dia por ter usado de uma maneira tão tola o meu tempo[2]. Ouvi a voz do Senhor dizendo claramente para mim que : Eu nunca devo deixar para depois, o que devo fazer hoje. Refleti muito sobre esse sentimento que tive, especialmente relacionado a nossa família, devemos valorizá-los e amá-los como se não houvesse amanhã. Se vivermos dessa maneira não haverá culpa, apenas saudade, quando alguém próximo passar para o outro lado do véu. Depois de aprender essa dura lição, a culpa foi substituída por consolo, pois Deus me ajudou a sentir que há vida após a morte.

 

RessureiçãoVida Após a Morte

Nós, mórmons, acreditamos que a morte não é o fim, mas na verdade um novo começo, outro passo adiante no plano de Deus para seus Filhos, para que todos sejam felizes para sempre junto com Ele e com nossos familiares. Eu já sabia isso na teoria, porém naquele dia eu senti isso, eu sabia que meu avô havia falecido mas não sentia que ele havia literalmente morrido, ou seja, deixado de existir. Senti que poderei cumprir com as palavras que disse a minha mãe e realmente encontrar com ele, depois dessa vida. Essa é uma promessa condicionada a minha obediência aos seus mandamentos e a diversos fatores, mas eu sei que é possível, assim como sei que o sol nascerá amanhã, eu simplesmente tenho certeza. Valorizemos nossa família, nosso tempo, nossa vida, e mesmo sentindo saudade das pessoas amadas que não estão mais presentes, não percamos a esperança, pois as famílias podem ser eternas no plano de Deus. 

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NOTAS

[1] Livro de Mórmon, Alma Capítulo 34, versículo 32.
[2] Bíblia Sagrada, Eclesiastes Capítulo 3, versículo 1.

| Inspiração
Publicado por: Viccenzo Benatti
Mórmon, marido e pai, Viccenzo serviu na Missão Brasil Goiânia e isso mudou sua vida completamente. É especialista em marketing digital e é apaixonado por aprender e ensinar.
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