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Uma lição que a vida ensinou ao Élder Oaks quando seu pai morreu

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O Élder Oaks compartilha uma lição dentre as muitas que a vida lhe ensinou.

O ano de 1940 poderia ter sido um ano ótimo para nossa família. As dificuldades financeiras e de saúde que se seguiram a formatura de 1930 do meu pai da faculdade de medicina na Filadélfia ficaram no passado. Nossa família estava feliz e morando em Twin Falls, Idaho, onde a prática médica do meu pai (olhos, ouvidos, nariz e garganta) estava próspera e ele servia no sumo conselho da estaca de Twin Falls.

Em janeiro de 1938, ele e minha mãe tinham retornado de seus quatro meses de valioso treinamento pós-doutorado em oftalmologia em Viena, na Áustria e em Cairo, Egito. Depois de anos de sacrifício desde seu casamento em 1929, minha mãe finalmente podia desfrutar uma vida segura como esposa de um médico próspero. Em janeiro de 1940, o filho Merrill completaria quatro anos, e em março, a filha Evelyn completaria um. Em agosto de 1940, eu, seu filho mais velho, seria batizado logo após meu oitavo aniversário.

Planos Frustrados

A felicidade antecipada de 1940 não era para ser. No Outono de 1939, meu pai foi diagnosticado com tuberculose e internado em um hospital de Tuberculose em Denver, Colorado. Muitos dos medicamentos de hoje ainda não tinham sido desenvolvidos, e mesmo recebendo cuidados ótimos para a época, os médicos não conseguiram impedir o progresso da doença. Ele morreu no hospital em 10 de junho de 1940, deixando minha mãe lutando com uma pergunta que tem incomodado muitos santos fiéis. Durante os seis meses de sua internação, meu pai tinha recebido muitas bênçãos do sacerdócio. Elas continham promessas de recuperação. Quando ele morreu, ela e outras pessoas se esforçaram para conciliar a morte dele com a fé que tinham e com as várias promessas de cura feitas em nome do sacerdócio. Em última análise, todos nós aprendemos com esta experiência.

O Sofrimento de Minha Mãe

Ao ler as cartas que minha mãe escreveu durante o final da doença do meu pai lembrei-me das lutas dela. No primeiro mês de internação do meu pai, ela escreveu-lhe de Twin Falls, Idaho: “Você será curado se tiver fé suficiente! (…) A recuperação virá de acordo com nossa fé (…) Se tivermos fé e pedir, receberemos as bênçãos”.

Uma semana depois ela escreveu: “Se nossa fé for grande o bastante, nenhuma bênção de Deus nos será negada”.

Repetidas vezes, líderes do sacerdócio proeminentes, inclusive o presidente da Missão dos Estados Ocidentais em Denver e um membro visitante do Quórum dos Doze Apóstolos, foram para o lado da cama do meu pai e deram bênçãos do sacerdócio com promessas de cura. Cada um desses líderes repreendeu a doença e ordenou que o meu pai fosse curado. As bênçãos conferidas por outros eram iguais. Dois anos antes, quando meus pais partiram para os estudos médicos adicionais de meu pai na Europa, eles pediram uma bênção de um membro do Quórum dos Doze. Ele disse-lhes que tempo viria quando meu pai “curaria milhares”. Essa promessa tinha sustentado meus pais durante a doença do meu pai e em seguida contribuiu para desespero da minha mãe após a morte dele.

Finalmente, 10 dias antes do meu pai morrer, os médicos aconselharam minha mãe, na época em Denver, que fizesse tudo que pudesse, pois a doença logo ceifaria a vida de seu marido. Em choque, ela, no entanto, escreveu para seu bispo em Twin Falls, Idaho, dizendo que ela sentira “uma grande paz” e que “Estava pronta para dizer seja feita Tua vontade”. Sua aceitação e sua cura haviam começado, mas as perguntas não saíam da mente.

Finalmente, a Lição Aprendida

A resposta foi dada e a lição foi aprendida no funeral do meu pai com a ajuda do Presidente J. W. Richins da Estaca Twin Falls, em cujo sumo conselho meu pai tinha servido. Esse líder inspirado declarou:

“Em termos de medicina e fé, tudo o que poderia ter sido feito foi feito (…) também foram feitas todas as orações possíveis por ele (…) Sem dúvida a mais fervorosa e sincera oração que já foi oferecida foi feita pelo Mestre no Jardim do Getsêmani, quando fervorosamente ele orou ao Pai dizendo: “Se queres, passa de mim este cálice’ (…) mas ele encerrou com estas observações: ‘Todavia não se faça a minha vontade, mas a tua’. Isso aconteceu com o próprio Salvador. Sua oração não foi respondida, porque não era a vontade de Deus. Por isso nossas orações não foram respondidas conforme pedimos (…) para a recuperação [do Lloyd], mas sempre dissemos ‘seja feita tua vontade’.

Gradualmente este grandioso princípio e maravilhosa lição fixou-se na alma de minha mãe, curando as feridas que ela sentia pelas promessas e fé não cumpridas.

Minha Lição Compartilhada na Conferência Geral

Anos mais tarde, em dois discursos feitos na conferência geral, eu resumi a lição que eu aprendi com essa experiência.

No primeiro, eu disse: “A fé, não importando quão grande seja, não pode produzir um resultado contrário à vontade Daquele que detém esse poder. O exercício da fé no Senhor Jesus Cristo está sempre sujeito à ordem dos céus, à bondade e à vontade e sabedoria do Senhor, que escolherá o tempo oportuno para que alguma coisa seja realizada”.

No segundo, eu disse: “Mesmo exercendo Seu divino poder em uma situação em que haja suficiente fé para curar, os servos do Senhor não podem dar uma bênção do sacerdócio que faça uma pessoa ser curada, se isso não estiver de acordo com a vontade do Senhor”.

Conclusão

Nem a fé nem o poder do sacerdócio pode invocar uma bênção que é contrária à vontade do Senhor.

Escrito pelo Élder Dallin H. Oaks, extraído do livro “Life’s Lessons Learned” [As Lições Aprendidas com a Vida] e traduzido por Luciana Fiallo Alves

Fonte: LDSLiving.com

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