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Por que os santos dos últimos dias não usam o símbolo da cruz?

Uma cruz com um céu estrelado ao fundo

Talvez, você já tenha ido a alguma capela de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e não tenha visto nenhuma cruz. Talvez, frequente a casa de algum membro da Igreja e também nunca tenha visto uma cruz. Talvez, tenha notado que em sua maioria os membros da Igreja não usam colares com cruz. Mas você já se perguntou o motivo?  

Vamos falar sobre isso hoje. Mas antes de qualquer coisa, vamos entender um pouco mais sobre a história do símbolo da cruz.

Uso pré-cristão da cruz como símbolo

Em quase todos os lugares do mundo antigo, foram encontrados vários objetos, que datam de períodos muito anteriores à era cristã, marcados com cruzes de diferentes estilos.

O uso da cruz como símbolo religioso em tempos anteriores ao cristianismo e entre povos não cristãos pode ser considerado quase universal e, em inúmeros casos, estava relacionado a alguma forma de adoração da natureza.

É um fato inquestionável que, em épocas muito anteriores ao nascimento de Cristo, e desde então em terras não tocadas pelos ensinamentos da Igreja, a cruz foi usada como símbolo sagrado.

Uma das representações mais antigas é a suástica ou cruz gamada, que, em diversas religiões, em especial no hinduísmo, simboliza o fogo ou o sol (por sua rotação diária), bem como o relâmpago.

Outro símbolo relacionado à cruz é o ankh egípcio, símbolo da vida, que posteriormente foi adotado pelos cristãos coptas no Egito, talvez fundindo seus significados.

Na Idade do Bronze, surgiu na Europa, em diversos objetos, uma cruz parecida à latina, talvez com fins não somente ornamentais, mas também religiosos, dado que era frequente nos cemitérios e lugares sagrados.

domingo de páscoa

Tempos modernos

Na cristandade, a cruz representa a vitória de Cristo sobre a morte e sobre o pecado, já que, segundo suas crenças, graças à cruz Ele venceu a morte em si mesma e resgatou a humanidade do pecado.

Os católicos, ortodoxos e coptas fazem o sinal da cruz, movimentando sua mão direita e desenhando uma cruz sobre eles mesmos, para iniciar suas orações e ritos cotidianos. O sinal da cruz já era uma prática comum dos cristãos na época de Santo Agostinho (século V).

Os bispos católicos, ortodoxos e anglicanos assinam seus documentos antepondo uma cruz (+) aos seus nomes.

A cruz é o símbolo radical, primordial para os cristãos: um dos poucos símbolos universais, comuns a todas as confissões.

Durante os três primeiros séculos, parece que não se representou plasticamente a cruz: preferiam as figuras do pastor, do peixe, da âncora e da pomba.

Foi no século IV quando a cruz se tornou, pouco a pouco, o símbolo predileto para representar Cristo e seu mistério de salvação.

Desde o sonho do imperador Constantino, em 312 (“In hoc signo vinces”, “com este sinal vencerás”), que precedeu sua vitória na Ponte Mílvia, e a descoberta da verdadeira cruz de Cristo, em Jerusalém, no ano 326, pela mãe do mesmo imperador (Helena), a atenção dos cristãos com relação à cruz foi crescendo.

As primeiras representações pictóricas ou esculturais da cruz mostram um Cristo glorioso, com uma longa túnica e uma coroa real: está na cruz, mas é o vencedor, o Ressuscitado.

Só mais tarde, com a espiritualidade da Idade Média, Cristo começou a ser representado em seu estado de sofrimento e dor.

Atualmente, a cruz é um símbolo muito repetido em suas variadas formas.

Mas por que os santos dos últimos dias não usam a cruz?

Os santos dos últimos dias não se opõem à cruz. Eles simplesmente não fizeram parte de um período histórico ou tradição em que seu uso era comum.

Alguns cristãos afirmam que os santos dos últimos dias não são cristãos, e apontam para o fato de que a Igreja geralmente não usa o símbolo ou sinal da cruz na decoração, jóias pessoais ou arquitetura.

Dado que não há nada nas escrituras que ordene o uso da cruz como símbolo ou item de adoração, os santos dos últimos dias preferem evidenciar seu discipulado cristão pela forma como conduzem suas vidas.

Sobre essa questão, o Élder Marvin J. Ashton, que fez parte do Quórum dos Doze, disse:

“Por que você não tem cruzes em seus edifícios de adoração? Por que suas capelas não são construídas em forma de cruz? Por que você não encoraja seu pessoal a usar e exibir cruzes? Qual é a política da Igreja em relação às cruzes? A resposta está em Mateus 16:24-25:

Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;

Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por causa de mim, achá-la-á.”

Nós, membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em resposta a essas perguntas, tentamos ensinar nosso povo a carregar suas cruzes em vez de exibi-las ou usá-las.

Outro ponto muito importante que os membros têm em mente é focar na alegria da Ressurreição ao invés de focar na dor causada pela morte, na cruz.

Assim como nossos demais irmãos cristãos, acreditamos que Jesus Cristo foi crucificado por nossos pecados. O seu sacrifício, tornou-se conhecido como sacrifício expiatório, ou seja, Ele expiou (pagou) por nossos pecados!

Acreditamos na escritura de Marcos que diz:

“E havendo-o escarnecido, despiram-lhe a púrpura, e o vestiram com as suas próprias vestes, e o levaram para fora a fim de o crucificarem.

E constrangeram um certo Simão Cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz.

E levaram-no ao lugar do Gólgota, que é, traduzido, Lugar da Caveira.

E deram-lhe a beber vinho com mirra, mas ele não o tomou.

E havendo-o crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sortes sobre elas, para saber o que cada um levaria.

E era a hora terceira, e o crucificaram.

E por cima dele estava escrita a sua acusação: O REI DOS JUDEUS”.

A morte de Jesus Cristo na cruz, como vocês podem ver, é algo que partilhamos em comum com outras religiões cristãs. No entanto, o que nos difere é que preferimos nos lembrar de Jesus Cristo pela sua Ressurreição e não por sua morte! Levamos o nome de Cristo no nome da Igreja, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e por isso, preferimos nos lembrar do Cristo vivo e ressuscitado.

A alegria da ressurreição de Cristo é ainda maior, quando nos lembramos de que ela se estende a cada um de nós – nós também um dia ressuscitaremos. A escritura de 1 Coríntios 15, versículo 22 nos diz que:

“Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também em Cristo todos serão vivificados.”

Como membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, nós também lembramos com reverência o sofrimento do Salvador. Contudo, uma vez que o Salvador vive, não usamos o símbolo de Sua morte como símbolo de nossa fé.

Nossa vida deve ser a expressão de nossa fé. Quando somos batizados e confirmados, fazemos o convênio de tomar sobre nós o nome de Jesus Cristo. A maneira pela qual vivemos deve demonstrar nosso amor pelo Salvador e por Sua obra.

Os únicos membros da Igreja que usam o símbolo da cruz são os capelães SUD, pois ela é colocada em seu uniforme militar para mostrar que eles são capelães cristãos.

O Presidente Gordon B.Hinckley ensinou:

“Porque o Salvador vive, não usamos o símbolo de Sua morte como o símbolo de nossa fé. Mas o que usaremos? Nenhum símbolo, nenhuma obra de arte, nenhuma representação palpável serve para expressar a glória e a maravilha do Cristo Vivo. Ele nos disse qual seria esse símbolo ao dizer: Se me amais, guardai os meus mandamentos. (João 14:15)”

Cristo vive e Ele ama cada um de nós! É do Cristo vivo que queremos sempre nos lembrar.

Fontes:

Cruz | LDS.org

O Símbolo de Nossa Fé

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| Para refletir
Publicado por: Inaê Leandro
Inaê Leandro é estudante de Administração, escritora e foi Jovem Senadora em terceiro lugar por Minas Gerais, no Prêmio Jovem Senador, do Senado Federal. Atua como voluntária no Instituto Oikon e mantém juntamente com amigos, o site suscitare.com.br.
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