As tribos de Israel foram dispersas há centenas de anos, e as escrituras prometem que um dia seriam reunidas novamente.
A Tribo de Dã voltou? Um cumprimento de Isaías 11
Um vídeo gravado em Jerusalém, do canal Israel com Aline, mostrou algo extraordinário: a celebração da comunidade Beta Israel, descendentes etíopes da tribo de Dã, que finalmente retornaram à Terra Prometida após mais de 2.500 anos de dispersão.
Emocionante e profético, o vídeo mostra famílias subindo ao monte, sacerdotes orando em hebraico e em línguas etíopes, e milhares de pessoas agradecendo a Deus pelo cumprimento literal de Isaías 11, que promete reunir os dispersos de Israel “dos quatro cantos da terra”.
Ao longo dos séculos, apesar da fome, das perseguições e do isolamento, esse povo permaneceu fiel. Continuaram orando em direção a Jerusalém, jejuando e guardando suas tradições, confiando nas promessas de Deus de que um dia seriam reunidos novamente.
Hoje, grande parte dessa comunidade vive em Israel e seus filhos já nascem no país. Para muitos, isso representa um verdadeiro milagre e um poderoso lembrete: as tribos de Israel não são apenas figuras do passado; elas continuam reunidas em nossos dias.
Esse acontecimento desperta uma pergunta natural: Quem são, afinal, as tribos perdidas de Israel? Para onde foram? E como sua reunião está acontecendo hoje?
Para entender isso, precisamos voltar ao início da história…
As Doze Tribos de Israel
Primeiro, vamos começar por conhecer a origem das tribos de Israel.
O Senhor chamou de Israel a Jacó (antigo profeta da Bíblia), filho de Isaque e neto de Abraão, conforme relata o Velho Testamento (Gên. 32:28; 35:10).
Jacó, neto de Abraão, cujo nome foi mudado para Israel, teve doze filhos. Seus descendentes tornaram-se conhecidos como as doze tribos de Israel. São estas as doze tribos: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom (filhos de Jacó e Lia); Dã e Naftáli (filhos de Jacó e Bilha); Gade e Aser (filhos de Jacó e Zilpa); José e Benjamim (filhos de Jacó e Raquel) (Gên. 29:30-32; 35:16-18; 49).
Efraim e Manassés, filhos de José, posteriormente também foram chamados e contados entre as tribos de Israel (Núm. 1:34-35). “Portanto, eles foram chamados as tribos de Manassés e de Efraim.” (TJS, Gên. 48:5-6).
Dispersão de Israel
Após a morte de Salomão, no reinado de seu sucessor Jaboão, Israel se dividiu em dois reinos:
Reino do Norte – Israel
Incluía as 10 tribos:
Rúben, Simeão, Dã, Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, Efraim e Manassés.
Reino do Sul – Judá
Incluía as 2 tribos:
Judá e Benjamim, além de muitos levitas que serviam no templo (1 Reis 11: 31-36; 1 Reis 12: 19-20).
O Senhor dispersou e afligiu as doze tribos de Israel, em virtude de sua iniquidade e rebeldia, e o Reino do Norte foi levado cativo pelos assírios em 721 a.C.
“Porque sucedeu que os filhos de Israel pecaram contra o Senhor seu Deus, que os fizera subir da terra do Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito; e temeram outros deuses (…) e os filhos de Israel fizeram secretamente coisas que não eram retas, contra o Senhor seu Deus” (2 Reis 17: 7,9).
O Senhor os havia advertido que a obediência traria proteção, mas a desobediência resultaria em dispersão (Deuteronômio 28: 58-64).

Tribos perdidas
As tribos perdidas se refere principalmente às dez tribos do Reino do Norte, cujo destino após o cativeiro assírio foi parcialmente ocultado da história secular.
As tribos não desapareceram completamente, mas foram espalhadas pelo mundo.
Muitos anos depois, em Sua visita aos Nefitas no continente americano, Jesus Cristo disse que também visitaria as outras tribos que o Pai havia dispersado:
“Mas agora vou para o Pai e vou também me manifestar às tribos perdidas de Israel, porque não estão perdidas para o Pai, pois ele sabe para onde as levou.” (3 Néfi 17: 4)
Hoje em dia, as tribos dispersas de Israel se encontram misturadas entre todas as nações da terra, e descendentes dessas tribos estão espalhados entre muitos dos povos, muitas vezes sem saberem a sua própria linhagem (1 Néfi 22: 3-5, Doutrina e Convênio 133: 26-34).
“Sim, a maior parte de todas as tribos foi levada embora; e estão dispersas aqui e ali, pelas ilhas do mar; e nenhum de nós sabe onde estão, salvo que foram levadas.” (1 Néfi 22: 4)
Embora a dispersão das tribos tenha sido resultado da rebeldia e da apostasia da antiga Israel, as escrituras deixam claro que Deus nunca abandonou o Seu povo (Levítico 26: 44).
“E então os remanescentes que estiverem dispersos pela face da Terra serão reunidos do leste e do oeste, do sul e do norte; e terão conhecimento do Senhor seu Deus que os redimiu.” (3 Néfi 20: 13)
A mesma mão que permitiu a dispersão de Israel também prometeu uma grande reunião nos últimos dias, processo esse conhecido como a coligação de Israel. (Isaías 11: 12)
A coligação de Israel
Depois de séculos misturadas entre as nações da Terra, as tribos seriam novamente trazidas ao conhecimento da verdade e reunidas por meio dos convênios com Deus. Essa reunião acontece de duas formas:
- Reunião Espiritual: Acontece quando uma pessoa, de qualquer nação, aceita o evangelho de Jesus Cristo, faz convênios e se junta ao povo do convênio de Deus (1 Néfi 10: 14, 1 Néfi 15: 12-16, Ezequiel 36: 24-28).
As escrituras mostram que essa é a forma mais fundamental de reunião, pois é por meio da conversão que os filhos de Israel voltam ao Senhor. - Reunião Literal: Ocorre quando os descendentes literais de Israel são identificados, recolhidos e organizados, cumprindo as promessas feitas pelos profetas sobre a restauração física do povo (Jeremias 31: 8-10, 10º Regra de Fé).
Esse processo inclui a obra missionária, a identificação da linhagem por meio da revelação recebida pelo patriarca e o ajuntamento literal em congregações e estacas de Sião ao redor do mundo.
Por que isso importa hoje?
As promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó continuam em vigor, e o Senhor declarou que reuniria Israel “de todas as nações para onde foram levados” (Jeremias 32:37).
Moisés restaurou as chaves para coligar Israel, o que torna a obra missionária a força principal dessa reunião (Doutrina e Convênios 110: 11). Em um devocional mundial para jovens, o Presidente Russell M. Nelson explicou:
“Meus queridos jovens, esses certamente são os últimos dias e o Senhor está apressando Sua obra para coligar Israel. Essa coligação é a coisa mais importante que está acontecendo na Terra hoje em dia. Nada se compara em grandeza, em importância e em majestade. E se vocês escolherem, se desejarem, podem ser parte essencial dela. Vocês podem fazer parte de algo grande, importante e majestoso!”
A restauração do evangelho, a organização da Igreja verdadeira e a ministração das chaves do sacerdócio são partes essenciais desse processo divino.
E o Presidente Nelson continuou dizendo:
“Quando falamos sobre coligação, estamos simplesmente nos referindo a esta verdade fundamental: todos os filhos do Pai Celestial, nos dois lados do véu, merecem ouvir a mensagem do evangelho restaurado de Jesus Cristo. Eles decidem por si mesmos se desejam saber mais.”
É nesse ponto que percebemos que as tribos perdidas não fazem parte apenas da história antiga. Elas estão conectadas ao que Deus está fazendo hoje!
Especialmente à missão da Igreja em reunir Israel nos últimos dias e à contribuição que cada um de nós pode fazer, ao simplesmente compartilhar o evangelho.

Como as tribos são identificadas?
A coligação é a obra central da Igreja restaurada. Toda pessoa que aceita o evangelho passa a fazer parte da Casa de Israel, seja por sangue ou por adoção (Romanos 8:16–17). A principal forma de saber a sua linhagem na casa de Israel é por meio da bênção patriarcal.
Como todos pertencemos a muitas linhagens sanguíneas diferentes, dois membros da mesma família podem pertencer a diferentes tribos de Israel. Não importa se a pessoa pertence à casa de Israel por linhagem sanguínea ou adoção.
Os membros da Igreja são contados como descendentes de Abraão e herdeiros de todas as promessas e bênçãos contidas no convênio abraâmico (Convênio Abraâmico).
Conclusão
A história das tribos perdidas de Israel não é apenas um relato antigo, ela faz parte da obra viva de Deus em nossos dias.
Embora tenham sido dispersas por causa da rebeldia de seu povo, o Senhor prometeu que as reuniria novamente, e essa promessa está se cumprindo agora.
Por meio da restauração do evangelho, da obra missionária e dos convênios, Israel está sendo coligada em todas as nações.
Todos nós podemos participar desse processo, levando luz, esperança e verdade a um mundo que precisa conhecer melhor o nosso Salvador!
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