Pergunta:
O Livro de Mórmon menciona “Egípcio Reformado” como o idioma utilizado na produção e transcrição das placas. Por que então nenhum outro escrito menciona a existência do idioma “Egípcio Reformado”? Que evidências existem de que esse idioma realmente existiu?
Pedro, Ceará
Resposta:
Olá Pedro,
A questão de fato é interessante, mas apesar de ser utilizada frequentemente por críticos da Igreja no ataque ao Livro de Mórmon, ela não realmente apresenta real desafio à autenticidade do Livro de Mórmon como escritura sagrada.
Em 1 Néfi 1:2, Néfi inicia seu registro e declara que o fazia na linguagem de seu pai, que consistia “no conhecimento dos judeus e na língua dos egípcios”. Sendo Leí e sua família Judeus, por que utilizariam eles o idioma Egípcio, e não Hebraico ao escrever nas placas do que posteriormente seria O Livro de Mórmon? Mórmon 9:33 fornece a resposta:
“E se nossas placas tivessem sido suficientemente grandes, teríamos escrito em hebraico; mas o hebraico também foi alterado por nós; e se tivéssemos escrito em hebraico, eis que nenhuma imperfeição encontraríeis em nosso registro.”
Em outras palavras, escrever os registros no idioma Egípcio fornecia um uso muito mais significativo do espaço das placas, visto que a escrita egípcia é mais compacta. Morôni torna claro que “Egípcio Reformado” (que não é um título, mas uma descrição) foi o nome dado pelos Nefitas a uma forma escrita alterada no decorrer de mil anos, baseada na modificação do idioma Egípcio original (Mórmon 9:32). Dessa forma, é natural que o termo jamais seja encontrado em outro local a não ser no Livro de Mórmon.
É importante notar que Leí e seus descendentes não foram os primeiros a promoverem alterações no idioma Egípcio. Tal idioma contém 3 formas escritas fundamentais, sendo elas hieroglífos, hierático e demótico, sendo o primeiro a forma original e os demais formas “alteradas” ou “reformadas” do original.[1] Um exemplo de como “Egípcio Reformado” foi utilizado séculos antes de Leí se encontra no documento denominado “Papyrus Amherst 63″ (ver imagem do artigo), em que Israelitas utilizaram caracteres Egípcios em meio ao texto Hebraico em uma transcrição do texto de Salmos 20:2-6 que foi escrito no idioma de Cristo, Aramaico.[2]
Dessa forma, a utilização do idioma Egípicio na transcrição das placas não apenas não representa objeção real à veracidade do Livro de Mórmon, como está em harmonia com a utilização do idioma nos séculos que precederam Leí como demonstrado por papiros como o Papyrus Amherst 63.
Abraço!
Artigo originalmente publicado no Intérprete Nefita.
Referências
[1] William J. Hamblin, “Reformed Egyptian,” FARMS Review 19/1 (2007): 31–35
[2] John Gee and John A. Tvedtnes, “Ancient Manuscripts Fit Book of Mormon Pattern,” Insights 19:2 (February 1999): 4–5.
Muito bom o artigo!Tenho uma pergunta sobre isso…primeiro quero dizer que independente da resposta ou qualquer coisa,acredito no livro de mormon,por causa da resposta idelevel que senti há 10 anos atras!!
Pergunta:Quem tinha o direito de arender a escrever e estudar na epoca de Leí era o filho primogenito,no caso Labão…mas o LM qm escreve boa parte do LM é Néfi!!Porque?
Muito bom o artigo!Tenho uma pergunta sobre isso…primeiro quero dizer que independente da resposta ou qualquer coisa,acredito no livro de mormon,por causa da resposta idelevel que senti há 10 anos atras!!
Pergunta:Quem tinha o direito de aprender a escrever e estudar na epoca de Leí era o filho primogenito,no caso Lamã…mas o LM qm escreve boa parte do LM é Néfi!!Porque?
Porque se vc prestar atenção veras que desde o inicio Néfi teve a tendencia a acreditar nas palavras do pai, quando Lamâ não! como Deus sabe de tudo Néfi o fez!
Lembra de Jose e seu filho Efraim? Pois é, quem tinha direito a primogenitura e quem a recebeu no final!
Fagner, sua observação e pergunta é pertinente, talvez a resposta a esse seu questionamento esteja registrado em 2 Nefi 5:28-31 E haviam-se passado trinta anos desde que deixáramos Jerusalém. E eu, Néfi, havia feito os registros de meu povo, até então, nas minhas placas. E aconteceu que o Senhor Deus me disse: Faze outras placas; e gravarás nelas muitas coisas que são boas a meus olhos, para proveito de teu povo. Portanto, eu, Néfi, para ser obediente aos mandamentos do Senhor, fiz estas placas nas quais gravei estas coisas.
Descobrimos nesta passagem de escritura que o livro de I Nefi foi escrito pelo profeta Nefi somente depois que a colônia de Lei havia chegado a terra prometida. E isso aconteceu por entre os anos 588–559 a.C., nesta ocasião os nefitas já haviam se separada dos lamanitas, e Nefi teve que fazer uma retrospectiva dos últimos 30 anos.
Acredito, que por ser primogênito Lamã tenha feito o seu registro, mas não temos acesso a ele.