O que é religião?

Primeiramente vamos conceituar “religião”. Em uma definição abrangente podemos dizer que religião é “o resultado do esforço humano para entrar em contato com o “além”. A experiência religiosa fornece explicações e interpretações globais do mundo. As religiões tradicionais baseiam-se em um intenso intercâmbio cerimonial dos vivos com seus ancestrais e, por sua vez, com o mundo espiritual ao seu redor.”

Assim vemos que religião não é sinônimo de instituição religiosa ou mesmo segmento que fala de Deus. Trata-se de uma orquestra de valores, rituais, princípios e ensinamentos, que dão sentido e pretendem conduzir as pessoas.

A Bíblia ensina que “a religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tiago 1:27).

A religião é algo bem antigo

A religiosidade ou sentimento religioso, sempre esteve presente com a humanidade. Parece que sempre esteve presente, e faz parte do próprio ser humano.

Os Santos os Últimos Dias aprendem pelas escrituras que Adão e Eva eram pessoas religiosas, e que um sistema de crenças, ordenanças e ensinamentos foi transmitido por Deus aos primeiros pais da humanidade (Moisés 6).

Naquela época havia apenas uma religião. Entretanto, com o passar do tempo novas crenças surgiram. Algumas dessas crenças corromperam a primeira religião. Mas os profetas de Deus, sempre vigilantes, restauravam as verdades ensinadas no início.

A história do surgimento das religiões é fascinante, ainda mais quando estudada em paralelo às escrituras e às revelações modernas. Entretanto, várias crenças religiosas não eram aprovadas por Deus.

Lemos no relato de Abraão, que seus pais se afastaram “de sua retidão, e dos santos mandamentos que o Senhor seu Deus lhes dera, voltando-se para a adoração dos deuses dos pagãos”.

E isso aconteceu porque “o seu coração estava determinado a fazer o mal, e estava completamente voltado para o deus de Elquena, e o deus de Libna, e o deus de Mamacra, e o deus de Corás, e o deus do Faraó, rei do Egito”.

Essa religião tinha como crença oferecer “os seus filhos a (…) ídolos mudos” (Abraão 1:5-7). Imagine se essa religião existisse hoje em dia em nosso país!

A religião verdadeira

Como Santo dos Últimos Dias, sei que a verdadeira religião é aquela que porta o Evangelho verdadeiro de Jesus Cristo. Esse evangelho são ensinamentos e práticas sagradas que conduzem ao bem e à salvação. A verdadeira religião é uma restauração perfeita da mesma religião que Cristo estabeleceu, que continha os mesmos princípios da religião de Adão, Noé, Abraão, Moisés, etc.

Apesar de várias correntes religiosas ensinarem coisas contrárias à primeira e à verdadeira religião, muitas crenças e segmentos religiosos contêm partes da verdade divina.

“Porque eis que o Senhor concede a todas as nações que ensinem a sua palavra em sua própria nação e língua, sim, em sabedoria, tudo o que ele acha que devem receber; vemos, portanto, que o Senhor aconselha com sabedoria, segundo o que é justo e verdadeiro” (Alma 29:8).

Essa passagem ensina que o Senhor nem sempre revela a plenitude de sua religião, mas “em sabedoria” concede “tudo o que ele acha que devem receber”. Assim, é maravilhoso para mim, sendo um Santo dos Últimos Dias, verificar o quanto as religiões do mundo são maravilhosas, possuindo aspectos da verdade que estão na minha própria religião.

Deus inspirou sacerdotes, líderes comunitários e sábios de todas as épocas, mesmo quando a verdadeira religião não estava disponível na Terra (devido à apostasia) – e eles lutaram para melhorar a vida das pessoas. Foram inspirados por Deus e fizeram muito de bom.

Entre estes notáveis líderes podemos citar Buda, Maomé, João Calvino, Martinho Lutero – e muitos outros. Mas nenhum desses homens possuía as chaves para restaurar a Igreja verdadeira. Isso coube, em nossos dias, a Joseph Smith, o Profeta da Restauração.

Ao listarmos abaixo os três motivos que levam a religião a ser vital em nossa sociedade contemporânea, excluímos todo extremismo religioso e seitas obscuras.

Estamos nos referindo, abaixo, às grandes religiões do mundo e suas ramificações (cristianismo, islamismo, judaísmo, religiões orientais, etc.) – bem como a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, da qual faço parte, e que se encaixa como uma Igreja Cristã.

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1º Razão que torna a religião necessária para sociedade: moralidade

A religião ensina moralidade. Ela se preocupa em definir o certo e o errado, e ajudar seus seguidores a saber que há o mal e o bem. Toda nossa sociedade é construída sobre valores morais. No nosso caso, esses valores remetem aos valores judaico-cristãos. O Elder Dallin H. Oaks explicou:

“Muitas áreas da lei se baseiam na moralidade judaico-cristã e tem sido assim há séculos. A civilização ocidental se baseia na moralidade e não pode existir sem ela. Como John Adams, o segundo presidente dos Estados Unidos, declarou: ‘Nossa constituição foi feita somente para um povo moral e religioso. Ela é totalmente inadequada para o governo de qualquer outro'”.

A Constituição do Brasil se baseou, em parte, na Constituição dos EUA – e como eles, muitas de nossas leis possuem uma base moral religiosa, que determina o que é certo e o que é errado.

2º Razão que torna a religião necessária para sociedade: família. 

As religiões do mundo prezam a família “tradicional”: pai, mãe e filhos. Essa base social é protegida pelas crenças religiosas. O casamento é sagrado em quase todas as religiões, sendo um ato solene revestido de simbolismo e beleza.

Os filhos são considerados preciosos. Muitas pesquisas, cientificas mostraram que a formação tradicional de família é mais benéfica econômica, política e socialmente.

Além disso, todos os seres humanos são irmãos em Deus, aprendendo em suas diversas religiões a amar e a fazer o bem uns aos outros. O Presidente Gordon B. Hinckley expressou esse conceito para os Santos dos Últimos Dias:

“Todos nós [das várias denominações religiosas] acreditamos que Deus é nosso Pai, apesar de diferirmos em nossa interpretação Dele. Cada um de nós faz parte de uma grande família, a família humana, os filhos e filhas de Deus. Somos, portanto, irmãos e irmãs. Precisamos nos empenhar mais para edificar o respeito mútuo e uma atitude de tolerância, aceitando uns aos outros sejam quais forem as doutrinas e filosofias que professamos”.

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3º Razão que torna a religião necessária para sociedade: paz. 

Todas as religiões pregam a paz, são pacíficas. Evidentemente, nem todas as religiões são pacifistas – daí porque lemos sobre “guerras santas”, ou, em outras palavras, guerras em nome de uma religião ou crença. Mas, na evolução do pensamento e compreensão inter-religiosa, descobriu-se que a grande diversidade de religiões pode conviver pacificamente, sem abandonar suas práticas e credos.

No Brasil desfrutamos de grande liberdade religiosa. Eu tive a honra de estar em uma Mesquita Islâmica, há algum tempo, num dia de celebração, e sentar-me com judeus, muçulmanos, adventistas do sétimo dia, batistas, católicos, espiritas, sacerdotes de crenças de matriz africana, e muitos outros.

Nesta ocasião a liberdade religiosa era evidente. Estamos desfrutando de um bom espírito de união, sem prejudicar nossas mais preciosas crenças. Aprendemos que este será o espírito que reinará no Milênio. Lemos no Livro de Mórmon exemplos em que a religião levou a grande paz (por exemplo, Helamã 5 e 4 Néfi).

Essas são apenas algumas das muitas razões que tornam a religião importante para sociedade. Poderíamos citar: os projetos de ajuda humanitária, as escolas confessionais, recuperação de pessoas emocionalmente abaladas, as obras de arte, várias descobertas cientificas, etc. Diga-nos, nos comentários, por qual motivo a religião é importante para você!

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