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Caridade e vício: o que um bispo aprendeu ao ajudar um amigo

Este artigo é uma tradução de um trecho do livro “Whole in Christ” escrito por Robert L Miller.

Na versão da Bíblia do Rei Tiago, Pedro implora aos santos que “sobretudo, tende ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá uma multidão de pecados.” (1 Pedro 4:8).

Vamos refletir por alguns momentos sobre o que essas palavras podem significar. Há muitos anos, minha esposa, Shauna, e eu ficamos amigos de um casal de santos dos últimos dias que tinha mais ou menos a nossa idade. Vamos chamá-los Ann e Richard.

A fé de de Ann e Richard em meio aos desafios da vida

Nossos amigos foram abençoados com uma adorável família de quatro filhos, a mais velha era uma linda garotinha que tinha a mesma idade que a nossa filha mais velha.

Infelizmente, esta filha, a quem vamos chamar Cindy, nasceu com inúmeras debilidades físicas causadas por danos cerebrais muito graves.

Ann e Richard a auxiliavam em tudo, para banhá-la, vesti-la, e ajudá-la a andar. Além disso, a mãe e o pai eram os únicos que podiam entender a Cindy quando ela tentava falar.

As despesas hospitalares incorridas ao longo dos anos foram enormes, e mesmo que Richard tivesse um bom emprego, o custo de consultas regulares e periódicas ao hospital e medicamentos excessivamente caros exigiam que ele trabalhasse longas e longas horas de horas extras, para que a família simplesmente se mantivesse financeiramente.

Vimos aquele doce casal trabalhar e servir de uma maneira tão paciente, dolorosa, mas semelhante a Cristo por mais de quarenta anos antes que Cindy deixasse esta vida.

Ann e Richard eram membros muito fortes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e ambos aceitaram os chamados de servir na Igreja de boa vontade.

Infelizmente, Richard sempre lutou com um problema com a Palavra de Sabedoria ao longo de sua vida de casado, um problema que ele desesperadamente tentou superar.

Ele ficava livre do vício por vários meses e então, em grande parte como resultado das pressões da vida, a ansiedade associada a responsabilidade financeira, e a necessidade extenuante de cuidar de Cindy, fazia com que ele tivesse recaídas.

Mais uma coisa sobre o Richard: ele sempre era o primeiro a levantar a mão para se voluntariar para projetos de serviço, para limpar a capela, para montar e tirar cadeiras, e para limpar depois de atividades da ala.

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Servir e ajudar meus amigos através do meu chamado como bispo

Por um tempo, eu servi como bispo de Richard e Ann e me encontrava com eles periodicamente, uma vez que eles regularmente precisavam de encorajamento e bênçãos do sacerdócio.

Mais de uma vez, como bispo, chorei ao testemunhar a mais alta forma de cristianismo era manifestada por este santo casal.

Ao refletir sobre o desafio de Richard com o vício, a impressão que pesava sobre minha alma era que Deus, nosso Pai Celestial, era muito menos incomodado pelo “espinho na carne” de Richard do que seria de nossos atos ocasionais de impaciência, nosso sarcasmo, ou nossa falta de caridade condescendente.

Hoje, ambos já faleceram e foram para o que eu sinceramente acredito ser uma recompensa gloriosa. Por quê? Porque eles passaram suas vidas adultas em serviço constante e piedoso para um de seus filhos.

Como Jesus e o rei Benjamim ensinaram “quando estais a serviço de vosso próximo, estais somente a serviço de vosso Deus” (Mosias 2:16-17).

E vossos pecados vos são perdoados”

Quando penso especificamente nas palavras do Apóstolo Pedro, penso em Richard, pois a verdadeira caridade cobre uma infinidade de pecados.

Na Epístola de Tiago, o irmão do Senhor, encontramos estas fascinantes palavras:

“Irmãos, se alguém dentre vós se desviou da verdade, e alguém o converter, saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados.” (Tiago 5:19-20).

A alma de quem? Aquele que se converteu? Sim, claro. E aquele que ajuda uma ovelha perdida? A alma dele ou dela está salva? Sim, claro.

Em uma revelação moderna dada aos élderes da Igreja, lemos que: “bem-aventurados sois, porque o testemunho que prestastes está registrado no céu para ser visto pelos anjos; e eles se regozijam por vós e vossos pecados vos são perdoados.” (Doutrina e Convênios 62:3).

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A caridade

Na tradução de Joseph Smith, as palavras de Pedro transmitem uma mensagem ligeiramente diferente: “Mas, sobretudo, tende ardente caridade entre vós; porque a caridade evita uma multidão de pecados” (TJS, 1 Pedro 4:8).

Isso não significa que alguém cheio de caridade está muito ocupado para pecar. Mas que possuir caridade é a evidência de que uma pessoa goza da presença e influência duradoura do Espírito Santo.

Mórmon ensinou que a caridade também fornece a força espiritual e a fortaleza que permitem a pessoa permanecer fiel.

“E o primeiro fruto do arrependimento é o batismo; e o batismo vem pela fé, para cumprirem-se os mandamentos; e o cumprimento dos mandamentos traz remissão de pecados. E a remissão de pecados traz mansidão e humildade; e a mansidão e a humildade resultam na presença do Espírito Santo, o Consolador, que nos enche de esperança e perfeito amor, amor que se conserva pela diligência na oração até que venha o fim, quando todos os santos habitarão com Deus.” (Morôni 8:25 -26).

Fonte: LDS Living

| Vida dos Santos dos Últimos Dias

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