Bom, Muito Bom, Excelente
Há sete anos, Élder Dallin H. Oaks deu um discurso chamado “Bom, Muito Bom, Excelente.” Nesse discurso, Élder Oaks explicou que há muitas coisas boas na vida que são agradáveis a nós e ao Senhor. Contudo, nem todas essas atividades são iguais–existe o bom, o muito bom, e o excelente.
“Durante minha infância eu aprendi que algumas escolhas são boas, mas outras são melhores ainda. Vivi durante dois anos numa fazenda. Raramente íamos à cidade. Fazíamos as compras de Natal pelo catálogo Roebuck, da Sears (uma loja de departamentos). Eu passava horas mergulhado em suas páginas. Para as famílias da zona rural, naquela época, esse catálogo era como o shopping center ou a internet, hoje em dia.
Um elemento da exposição das mercadorias do catálogo ficou gravado na minha mente. Havia três níveis de qualidade: bom, muito bom e excelente. Por exemplo, alguns sapatos masculinos figuravam como bons (1,84 dólares), outros como muito bons (2,98 dólares) e outros como excelentes (3,45 dólares)” (Dallin H. Oaks)
Elder Oaks explica que mesmo que os sapatos “bons” custavam menos, muitas vezes valia a pena comprar o “excelente” porque durava mais e enfim, era de melhor qualidade. Isso se aplica às nossas vidas. Passamos nosso tempo fazendo várias coisas. Algumas dessas coisas são mais “baratas”–quer dizer, elas não requerem muito esforço para fazermos, ou são divertidas. Muitas dessas coisas são boas, mas nem todas são excelentes. As vezes é preciso pagar o preço para aquilo que é realmente excelente.
“Ao refletirmos sobre várias escolhas, convém lembrar que não basta que algo seja bom. Há outras escolhas melhores, muito boas, e outras melhores ainda, excelentes. Mesmo que determinada escolha seja mais difícil, caso o seu valor seja maior, isso a tornará a melhor de todas.
Pensem em como usamos nosso tempo nas escolhas que fazemos quanto a ver televisão, jogar videogames, navegar na internet ou ler livros e revistas. Claro que é bom participar de diversões saudáveis ou obter informações interessantes; mas nem todas as coisas dessa natureza merecem a porção da nossa vida que lhes dedicamos. Algumas são melhores, e outras, melhores ainda. Quando o Senhor nos mandou buscar conhecimento, exortou-nos: “Nos melhores livros buscai palavras de sabedoria” (D&C 88:118, grifo do autor).”
Presidente Thomas S. Monson disse: “Não se pode estar certo fazendo o que é errado nem se pode estar errado, fazendo o que é certo.” É verdade que nunca faremos o errado por fazer o certo. Porém, se enchermos nossas vidas com o “bom” e o “certo” sem fazer o “excelente” e o “essencial”, nós nos arriscamos a morte espiritual.
Usar a internet, fazer compras, e fazer exercícios são atividades boas e saudáveis, mas em excesso, podem sufocar as coisas essenciais. Vários estudos científicos mostram que fazer atividades saudáveis em excesso pode causar vícios incapacitantes. Por exemplo, cientistas já documentaram vícios sérios de fazer exercícios (Terry et al., 2004; Griffiths et al., 2005), fazer compras (Clark and Calleja, 2008), jogar videogames (Lemmens et al., 2009), e usar mídia social, como Facebook (Andreassen, Torsheim, Brunborg, & Pallesen, 2012). Estes vícios podem ser tão destrutivos quanto os vícios de álcool ou drogas. Talvez nem todos de nós temos esse tipo de vício, mas quantos são prejudicados por fazer essas coisas em excesso?
Simples e Excelente
Muitas vezes gastamos a maior parte de nosso tempo e dinheiro em atividades que, enfim, não são as mais importantes. Será que se tirássemos de nossas vidas todas as grandes viagens, atividades esportivas, e entretenimento, realmente seríamos menos felizes. Talvez teríamos mais tédio, mas enfim, acho que seríamos tão felizes quanto somos agora, ou até mais felizes. Por que então gastamos tanto para ter essas coisas?
Muitas vezes as coisas mais simples são as mais preciosas. Élder Oaks conta uma história poderosa que demonstra este princípio:
“Certo amigo meu fez nas férias de verão uma série de viagens com sua jovem família, incluindo visitas a locais históricos memoráveis. No final das férias, perguntou ao seu filho adolescente qual a atividade que mais lhe agradara. O pai aprendeu muito com a resposta, assim como todos aqueles que o ouviram contá-la: “Meu momento preferido das férias”, respondeu o menino, “foi a noite em que eu e o senhor nos deitamos na grama e conversamos olhando as estrelas”.
Grandes atividades familiares podem ser boas para os filhos, mas nem sempre são melhores do que os momentos que um filho e um pai ou uma mãe cheios de amor passam a sós, um com o outro.”
Nada disso significa que é errado fazer as coisas que caem na lista de “bom”. É só que nós podemos ter uma vida muito mais relaxada e agradável se soubermos o que realmente é importante, e o que realmente tem pouco valor duradouro. Precisamos equilibrar nossas vidas apropriadamente de atividades divertidas e interessantes, mas também edificantes e construtivas.
É fácil esquecer das prioridades no dia a dia. Temos várias responsabilidades que nos tiram do verdadeiro foco de nossa vida. Por exemplo, é necessário que trabalhemos para sustentar nossas famílias e nos sentirmos felizes. Porém, o trabalho tem uma tendência de dominar nossas vidas de uma maneira que não deve. Elder Oaks comunica isso claramente quando diz, “Não conheço nenhum homem que, ao fazer um retrospecto da vida profissional, tenha dito: ‘Não passei tempo suficiente no trabalho.’”.
Minha Lista de Bom, Muito Bom, e Excelente
Ao escrever este artigo, refleti sobre as muitas atividades que faço na minha vida. Pensei que seria propício traçar uma lista dessas atividades, e categorizar como bom, muito bom, e excelente.
Recomendo que você também faça a sua própria lista. Não jogue fora– leia frequentemente para poder lembrar o que é realmente importante. Anotei que ao traçar as minhas prioridades, eu pude reduzir o estresse que eu sinto e focar nos momentos importantes na minha vida.
Bom
- Usar as mídias sociais
- Assistir filmes, ler, e assistir televisão
- Trabalhar
- Praticar esportes e de outras atividades recreativas
- Mandar mensagens aos amigos pelo celular
Muito Bom
- Conversar casualmente com familiares e amigos próximos
- Passar tempo de qualidade com amigos
- Ler as escrituras
- Fazer exercícios regularmente
- Estudar (na universidade)
Excelentes
- Ter conversas profundas e significantes com familiares
- Orar com real intenção
- Estudar e discutir sobre as escrituras e o evangelho
- Frequentar à igreja
Sua lista vai ser diferente da minha. E para você, isso é bom! Criar uma lista assim nos ajuda a refletir e organizar as nossas prioridades. Assim, a medida que nosso tempo precioso passa, estaremos fazendo o que realmente tem valor para nós.
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