Quando Alayna Efnor, presidente das Moças em Mesa, Arizona, ouviu o presidente de estaca falar sobre o pouco tempo que tinham para fazer a diferença na vida dos jovens, ela não imaginava que mais de 3.000 batismos seriam realizados por eles em favor de seus antepassados.
A mensagem do presidente não saía de sua mente. Ela se perguntava:
“Como posso ajudá-los a sentir o Espírito? Como posso acender neles o desejo real de ir ao templo e entender por que isso é tão importante?”
Ela decidiu, então, lançar um desafio: uma competição amigável entre rapazes e moças, com foco nas ordenanças vicárias no templo. O grupo que realizasse mais batismos em sete semanas ganharia um jantar.
Mas o que aconteceu depois foi muito mais do que placares e equipes. Foi uma experiência transformadora que mudou corações, fortaleceu testemunhos e trouxe o céu um pouco mais perto dos jovens.

Mesmo que percamos, já vencemos
Desde o primeiro dia, os jovens se empolgaram. Aprenderam a usar o FamilySearch, criaram suas contas e começaram a buscar nomes de seus próprios antepassados, envolvendo até suas famílias no processo. Mas logo o objetivo se tornou muito mais profundo do que apenas somar pontos.
“Ao voltar do templo, ouvia as meninas dizendo: ‘Sei que eles estavam lá hoje. Eu senti.’”
O ambiente em seus lares começou a mudar. As atividades dos jovens ganharam novo significado. A empolgação não era mais pela vitória, mas por se conectarem com seus ancestrais, sentirem o Espírito e descobrirem a alegria de servir no templo.
Uma jovem muito tímida, que mal falava na Igreja, começou a ir regularmente ao templo. Mais tarde, teve coragem de subir ao púlpito para compartilhar seu testemunho de como essa experiência havia mudado sua vida.
“Mesmo que percamos, já vencemos.”
Durante essas sete semanas, o templo passou a fazer parte de suas vidas. No início, os grupos iam de três a cinco vezes por semana. Ao final, alguns já frequentavam diariamente.
Eles se incentivavam mutuamente. Mandavam mensagens para seus líderes contando quantos batismos haviam realizado. Além disso, pesquisavam sobre as pessoas cujos nomes levavam ao templo: seus locais de nascimento, suas histórias.
“Já não eram apenas nomes. Os jovens sentiam uma conexão verdadeira.”

Pai e filho completam 1.000 nomes
Um desses jovens, Ian Christiansen, estava especialmente comprometido. “Sempre acreditei que, quando dedicamos tempo às coisas espirituais — mesmo que no início não pareçam divertidas — o Senhor nos abençoa.”
Um familiar lhe deu uma ideia: e se ele e seu pai viajassem para um templo menos movimentado, para conseguirem fazer mais batismos em uma única viagem?
Eles colocaram o plano em prática. Com a ajuda de vários familiares e da ferramenta Ordinances Ready, reuniram e imprimiram 1.000 nomes. Com esse grande pacote em mãos, embarcaram rumo a Billings, Montana.
“Foi surreal. Estávamos como crianças, super empolgados. Não acreditávamos que realmente íamos fazer isso.”
Eles se coordenaram com o presidente do templo, presidente Wilde, e perguntaram se poderiam fazer 300 nomes. “Só isso?”

Foi então que Ian percebeu que completar os 1.000 nomes poderia ser possível. Começaram imediatamente com 100 batismos consecutivos. Os trabalhadores do templo ficaram impressionados — e muito dispostos a ajudar. Após uma pequena pausa, continuaram. E seguiram. Ao final do primeiro dia, já tinham realizado 500 batismos e confirmações.
“Meus olhos ardiam um pouco por causa do cloro. Mas, fora isso, eu estava pronto para continuar.”
Seu pai fez questão de realizar pessoalmente cada batismo. “Seu braço doía um pouco por levantar mil vezes. E ele quase ficou sem voz de repetir tantas vezes a oração. Mas conseguimos.” No segundo dia, ajustaram o ritmo para avançar melhor. A pilha de nomes diminuía cada vez mais.
“Ao final, durante a última confirmação, meu pai e eu choramos. Abraçamos todos, apertamos mãos, agradecemos. Ficamos tão próximos dos trabalhadores que, já no segundo dia, eles conheciam nossos tamanhos de roupa e deixaram mudas secas prontas para podermos trocar rapidamente entre os batismos e confirmações.”

Mais de 3.000 batismos realizados
Quando Ian voltou e compartilhou sua experiência, impressionou a irmã Efnor.
“Tivemos várias conversas profundas. Perguntei a ele: ‘Não virou apenas uma questão de números?’ E ele me respondeu: ‘No começo, talvez. Mas eu me lembrava constantemente do porquê estava lá.’”
Apesar de os rapazes terem sido declarados vencedores da competição, as moças prepararam o jantar como prêmio. E, num gesto de união, os rapazes chegaram com flores e as convidaram a compartilhar a refeição com eles.
Os jovens talvez tenham começado por um desafio — completaram mais de 3.000 batismos (3.226) em sete semanas — mas terminaram com convicção. Eles haviam mudado. Seus corações estavam mais sensíveis, seus testemunhos mais fortes e sua compreensão mais profunda.
“Essa experiência me ensinou muito sobre a necessidade das ordenanças de salvação.”
Eles vieram pelo desafio. Ficaram pelo Espírito.
Fonte: MásFé