Alguém que você ama está se preparando para receber a investidura do templo — e você não poderia estar mais feliz por essa pessoa estar prestes a aprender mais sobre esse dom sagrado. Ao mesmo tempo, talvez você se sinta um pouco inseguro sobre o que dizer para ajudá-la a se preparar.
Para guiar suas conversas sobre o templo, aqui estão algumas sugestões baseadas nos ensinamentos da autora Melinda Brown. Ela tem anos de experiência ensinando a classe de preparação para o templo na Universidade Brigham Young (BYU). Ela tem um mestrado da universidade Duke Divinity School e recentemente publicou o livro An Endowment of Love, que se tornou um best-seller.
Conforme você lê as ideias de Melinda, pense em quais delas mais combinam com a pessoa que vai ao templo. Esses tópicos não são tudo o que pode ser dito, mas servem como ótimos pontos de partida para conversas mais profundas e significativas sobre a investidura.

1. Mostre as bênçãos de hoje
Ajude a pessoa a entender por que a investidura importa agora e não apenas na eternidade. A partir de muitas conversas com jovens adultos, Melinda percebeu que a maioria quer saber como o templo pode abençoar a vida no presente.
“Os jovens têm tantas coisas com as quais estão lidando e tentando entender nessa fase da vida, que o futuro imediato pesa sobre eles”, explica. “A investidura deve fazer diferença quando você sai pela porta do templo. Não é algo que você guarda para o futuro celestial, ela foi criado para abençoar sua vida agora.”
Para Melinda, participar da ordenança a ajuda a aplicar princípios cristãos nas interações diárias e a reconhecer mais claramente as bênçãos de Deus.
“É bom lembrar que a eternidade é agora”, diz ela. “Estamos vivendo uma parte dela neste momento. E isso deve nos abençoar já.”
Algumas bênçãos imediatas que você pode mencionar incluem:
- Um senso mais forte de unidade, pertencimento e propósito.
- Amor aumentado por outras pessoas, especialmente pelos antepassados.
- Renovado desejo de compreender e guardar convênios.
- Clareza mental e foco.
- Mais esperança e confiança durante desafios.
- Disciplina e força para resistir à tentação.
- Tempo dedicado longe da tecnologia.
- Inspiração divina para tomar decisões.
2. Explique que a lei divina é uma expressão do amor de Deus
Outro ponto importante é mostrar o papel da lei divina dentro do amor de Deus.
“Reconhecer que a lei divina significa amor divino é essencial, porque quando enxergamos esses conceitos como opostos, tudo fica muito mais complicado”, explica Melinda.
Ela observa que a linguagem usada ao falar sobre “dignidade para o templo” ou “leis do convênio” pode soar difícil, especialmente para quem luta com sentimentos de culpa ou insuficiência. Para ajudar, Melinda sugere comparar o templo à casa de um parente amoroso, como um avô querido.
“Quando penso nos meus avós, lembro de como, no final da vida, tudo o que eles queriam era demonstrar amor. O templo é a casa do Senhor, e Ele é o melhor anfitrião que existe.”
Lembre a pessoa de que as leis de Deus vêm de Seu amor perfeito. Ele entende completamente as leis eternas do universo e quer nos ensinar a evitar sofrimento desnecessário e alcançar nosso potencial máximo.
“É como entender as leis da natureza”, compara Melinda. “Quando cientistas compreendem melhor como o mundo funciona, eles criam ferramentas que melhoram e salvam vidas. Da mesma forma, o Senhor quer que entremos em Sua casa e aprendamos como a vida realmente funciona, e funciona melhor.”

3. Explique o que significa “guardar” os convênios
Assim como outras ordenanças, a investidura envolve fazer promessas sagradas com Deus. Para ajudar a pessoa a enxergar os convênios como bênçãos, e não como obrigações, Melinda explica o verdadeiro sentido da palavra “guardar”.
Na tradução original hebraica, o termo shamar, que significa “guardar”, também pode ser entendido como proteger, valorizar ou apreciar.
“Eu costumo explicar assim aos meus alunos”, diz Melinda. “Se quero ter um bom casamento, não penso: ‘Como vou manter meu casamento hoje?’. É mais natural pensar: ‘Eu amo meu marido. Como posso demonstrar esse amor hoje?’. É disso que se trata guardar convênios: fortalecer um relacionamento de amor com o Senhor.”
Essa visão ajuda a ver a investidura como uma oportunidade de fortalecer relacionamentos — com Deus e com outras pessoas. Você pode conversar com seu ente querido sobre:
- O que significa valorizar seu relacionamento com Deus e com os outros?
- Como viver os convênios do batismo influenciou suas relações?
- De que forma os convênios do templo podem abençoar seus relacionamentos agora e no futuro?
4. Incentive uma mente aberta
Convide a pessoa a participar de sua primeira sessão do templo com a mente aberta, confiando que sua experiência será única e que o entendimento virá com o tempo.
Ouvir experiências de outras pessoas pode gerar expectativas, boas ou ruins, que acabam atrapalhando.
“Se alguém cresce ouvindo que o templo é sempre maravilhoso, pode se frustrar se não sentir isso de imediato. E se ouvir o contrário, pode ter medo de ir. Ambos os extremos são prejudiciais”, explica Melinda.
Ela aconselha paciência e estudo espiritual. Se surgirem dúvidas, oriente a pessoa a buscar fontes confiáveis, como o site da Igreja e discursos da conferência geral, onde muitos desses temas são abordados com clareza e inspiração.
Acima de tudo, lembre-a de que pode conversar diretamente com o Senhor sobre tudo o que sentir.
O presidente Russell M. Nelson ensinou:
“A investidura do templo foi revelada por inspiração divina; portanto, só pode ser verdadeiramente compreendida por revelação, buscada em oração e com coração sincero.”

5. Lembre que a investidura é um ponto de partida, não uma linha de chegada
Uma frase que Melinda repete em suas aulas é:
“A investidura é um ponto de partida, não uma linha de chegada.”
“Se tratarmos essa experiência espiritual como o ‘fim do caminho’, é natural sentir confusão ou frustração”, diz ela.
Melinda compara a primeira sessão de investidura a um dia de orientação na faculdade, e não à formatura:
“No primeiro dia de aula, você não espera saber tudo. Está apenas começando a aprender. É o mesmo com o templo, é o início de uma jornada, não o fim.”
Adotar essa mentalidade de “eterno aprendiz” tira a pressão e foca no aprendizado contínuo.
“A investidura é para uma vida inteira de aprendizado”, afirma Melinda. “Você não vai entender tudo nas primeiras visitas — e isso é bom. Ela foi feita para ser profunda o suficiente para te sustentar espiritualmente por toda a vida.”
Para Melinda, o crescimento é o centro do evangelho de Jesus Cristo:
“Amanhã, ao acordar, veja o dia como um novo começo, não como o fim. Seja gentil com você mesmo. E lembre-se: enquanto continuar voltando-se ao Senhor, tudo ficará bem.”
Fonte: LDS Living
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