O que os Líderes da Igreja Mórmon Ensinam Sobre o Natal?

Nas planícies verdejantes dos arredores de Belém, na Judeia, numa calma noite de primavera, cerca de 2,000 anos atrás, as atividades simples de um grupo de pastores foram interrompidas pela aparição de um ser celestial, um anjo, que anunciava com grande esplendor: “Eis que aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo. Pois hoje, na cidade de Davi, vos nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor”.[1]

O natal é uma época maravilhosa, pois celebra o nascimento na carne do Mestre e Senhor de todo o Universo! Esse momento foi grandemente aguardado e profetizado por milhares de membros fieis da igreja e seus respectivos líderes e profetas ao longo de milhares de anos.[2] Seu nascimento marcava o início de uma jornada de inigualável importância, que culminaria no derramamento de Seu sangue tão valioso, pagando o preço requerido pelos pecados e falhas humanas, e Sua ressurreição gloriosa, anunciando e convidando toda humanidade a se tornarem perfeitos como Ele se tornara[3].

Apesar de sabermos que Cristo provavelmente não nasceu em 25 de Dezembro, a liderança da igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias entende que, considerando que o mundo inteiro comemora esta data, e que nela se dissemina mais abundantemente o espírito de caridade, amor e união, não haveria problema em usá-la para falar, pregar e profetizar de Cristo[4], principalmente sobre seu nascimento e a grandiosidade desse evento, considerando que Ele é O Senhor, todos os dias do ano.

Aqueles que não pertencem ao que poderíamos chamar de “fé mórmon”, não se preocupem. Nossas crenças sobre o natal e os ensinamentos de nossos líderes são iguais as suas crenças, pois acreditamos ser a Bíblia também a palavra de Deus[5]. Acreditamos que Ele nasceu como um menino pobre, filho da virgem Maria, num estábulo de Belém, uma cidade rochosa da Judeia. Que foi visitado por pastores, que os anjos cantaram em júbilo ao seu nascimento e que uma nova estrela nasceu na noite de seu nascimento, guiando sábios do oriente que vieram a adorar o verdadeiro Deus dos judeus. Acreditamos que, mais de dois mil anos depois, o dia de natal ainda produz um espírito de amor e união, que abre corações e os convida a buscar a luz do mundo, que é Cristo. Vejamos o que ensinam os líderes da igreja a respeito dessa época maravilhosa, através de alguns trechos de discursos inspirados proferidos pela primeira presidência sobre o assunto, e através deles, ponderemos sobre a grandiosidade da data e o tratamento dado pela Igreja verdadeira sobre o tema.

O presidente Dieter F. Uchtdorf, segundo conselheiro na primeira presidência, nos convida a focar na bela simplicidade do Natal, a despeito da cultura materialista que o mundo possa associar a esta data:

“Esta época do ano não é maravilhosa? Tantas coisas fazem nosso coração encher-se do espírito de Natal: a melodia da música natalina, as luzes, os enfeites e as vozes alegres desejando “Feliz Natal!”

Há certas palavras que ressoam como os sinos em minha alma e me lembram da beleza e do significado do Natal — palavras como “E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto” 1 e, naturalmente “Mundo Feliz”, “Jesus num Presépio” e “Noite Feliz”. Embora seja verdade que exista materialismo e ansiedade no Natal, também é verdade que, se tivermos olhos para ver, podemos vivenciar a poderosa mensagem do nascimento do Filho de Deus e sentir a esperança e a paz que Ele traz ao mundo. Tal como o Grinch, podemos ver o Natal com outros olhos”[6].

O presidente Henry B. Eyring, primeiro conselheiro na primeira presidência, lembra-nos de que a época de Natal é um lembrete da luz trazida a terra com a primeira vinda de Cristo, uma luz de entendimento, de salvação, de redenção!

“Um dos mais belos símbolos do nascimento de Jesus Cristo neste mundo é a luz. O aparecimento do Messias prometido por tanto tempo trouxe luz a um mundo que estava em trevas. Sentimos crescer nossa fé nos profetas e servos de Deus, tanto nos anjos que Ele envia para nos suster quanto naqueles que Ele chama a Seu serviço para guiar-nos. Sentimos, sem dúvida, maior fé de que Deus é o mesmo, imutável, ao longo do tempo e do espaço”.[7]

E finalmente, nosso amado profeta, Thomas S. Monson, finalmente, insta os membros da igreja a concentrar seus esforços natalinos em abençoar a vida das pessoas, não só com presentes físicos, mas com a caridade que é o puro amor de Cristo:

“Meus irmãos e irmãs, a verdadeira alegria do Natal não provém da agitação e da pressa de se fazer mais coisas ou de se comprar os presentes esperados. A verdadeira alegria vem ao mostrarmos o amor e a compaixão inspirados pelo Salvador do Mundo, que disse: “Quando fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25:40). (…) Ao planejarmos os gastos com os presentes de Natal, planejemos também como usar nosso tempo para trazer o verdadeiro espírito de Natal à vida do próximo. O Senhor presenteou sobejamente a todos e Seus dons são de valor inestimável. Em seu ministério, Ele abençoou o doente, restaurou a visão ao cego, curou o surdo e fez andar o coxo e o manco. Ele tornou limpo o que era impuro. Restaurou ao morto o fôlego da vida. Deu esperança ao debilitado e levou luz onde havia escuridão”.[8];

Será nosso grande privilégio focar naquilo que realmente importa neste natal. Ao seguir nossos líderes (que são testemunhas especiais do próprio Jesus Cristo), aprenderemos mais sobre a gloriosa primeira vinda do Salvador a este mundo, sobre seu exemplo de amor e perdão, e como levar o doce espírito que Ele traz ao mundo, para todos os corações!

Referências:

[1] Lucas 2:10;
[2] João 1:1,14; Éter 3:14-17;
[3] 3Néfi 27:27;
[4] 2 Néfi 25:26;
[5] Regras de Fé 1:7;
[6] Dieter F. Uchtdorf, “Devocional de Natal da Primeira Presidência, 2010”.
[7] Henry B. Eyring, “Devocional de Natal da Primeira Presidência, 2011”.
[8] Thomas S. Monson, “O Espírito Que Sentimos na Época de Natal”, publicado no site da igreja para juventude.