“Nós não tememos a IA”, disse o Élder Gerrit W. Gong, do Quórum dos Doze Apóstolos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, durante a Cúpula de Roma sobre Ética e Inteligência Artificial, realizada em 21 de outubro de 2025, no Vaticano.
Segundo ele, “a IA é um tema definidor de nossa época” e as empresas de tecnologia precisam garantir que seus programas “tenham uma bússola moral e reflitam de forma honesta as crenças religiosas”. O Élder Gong afirmou:
“Quando promovemos padrões éticos e baseados na fé, centrados no ser humano, precisos e respeitosos, e incorporamos na IA um fundamento moral e uma bússola moral, abraçamos nossa identidade e propósito divinos e promovemos o florescimento humano para o bem comum.”

Ele explicou que os líderes da Igreja estão preparando “planos e protocolos para ajudar as empresas de IA a melhorar seus programas”. E acrescentou:
“Não tememos a IA, nem pensamos que a IA seja a resposta para tudo. A IA não é a soma nem a solução de todas as nossas oportunidades ou problemas.”
Durante o evento, o Élder Gong destacou preocupações éticas levantadas por líderes religiosos e especialistas. “Condenamos os vícios e males que a IA tem sido usada para ampliar, incluindo ‘companheiros artificiais’, pornografia gerada por IA e jogos de azar impulsionados por IA”, disse. Ele também alertou que:
“A IA pode potencializar a dopamina digital”, mencionando “os algoritmos de redes sociais otimizados para aumentar o uso, atrair mais usuários, maximizar a publicidade e monetizar a raiva.”

Religião e inteligência artificial
O apóstolo reforçou:
“Deus é Deus. A IA não é e não pode ser Deus.”
Ele revelou que programadores da Universidade Brigham Young (BYU) estão desenvolvendo uma ferramenta de IA “para testar quão bem os programas de inteligência artificial refletem a fé e a religião”. Segundo ele, “retratar tradições de fé de forma precisa ou respeitosa não é uma imposição da religião sobre a IA. Pelo contrário, é uma necessidade pública.”
O projeto da BYU está sendo desenvolvido em parceria com cientistas evangélicos, católicos e judeus das universidades Baylor, Notre Dame e Yeshiva. “Esperamos incluir outras universidades que representem a diversidade internacional de tradições de fé e ética”, afirmou.

O Élder Gong também informou que “a Igreja está criando protocolos para proteger contra o uso intencional indevido da IA, como deepfakes”, e para “alertar contra a dependência excessiva da IA para companhia, orientação de vida ou apoio emocional”.
Ele concluiu com uma advertência:
“Estamos advertindo contra a tendência de personificar a IA; contra o enfraquecimento, por parte da IA, dos princípios divinos do trabalho, da fé e do raciocínio; e contra a IA se tornar um substituto para algo que ela não é — uma fonte divina de inspiração.”
Fonte: Church News
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