É possível ser um cientista e viver o equilibro entre ciência e religião? Nesse artigo, veja a perspectiva de um cientista e santo dos últimos dias sobre o assunto.

Nota do editor: O trecho a seguir é uma adaptação do livro de Aaron D. Franklin, “What is Truth? Navigating a World of Faith, Science, and Noise”.

Bares abertos durante recepções em congressos científicos… oferecem mais oportunidades para falar sobre minha fé do que quase qualquer outro ambiente. 

Socializar nesses eventos com um copo de Coca-Cola gelada na mão é como usar uma placa de neon dizendo: “Pergunte por que sou diferente!” 

Como sou uma pessoa naturalmente expansiva, certa vez participei de uma conversa animada e envolvente em grupo durante uma recepção em um congresso. Depois, um colega professor me disse que eu era “a pessoa sóbria mais divertida” que ele já tinha conhecido. Desde então, pensei em eternizar essa frase numa camiseta.

Durante uma dessas recepções, me perguntaram o esperado: por que eu não bebo álcool? E dei a resposta de sempre: “Por motivos religiosos — sou membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.” 

Isso pareceu surpreender a pessoa por um momento. Ela comentou que já conheceu vários membros da minha Igreja ao longo dos anos e ficou curiosa sobre como eu consigo equilibrar a realidade científica das coisas com minhas crenças religiosas. 

ciência e religião

Ciência e religião: uma resposta simples

Essa não era uma pergunta típica que eu costumava receber. Em todas as recepções e jantares de congressos a que fui ao longo dos anos, as respostas mudavam geralmente de assunto ou se limitavam a algumas perguntas básicas sobre a Igreja — se eu tinha servido missão, esse tipo de coisa.

Contudo, apesar da singularidade da pergunta, minha resposta veio rapidamente. “É simples,” eu disse. “Eu não compartimentalizo. Verdade é verdade. 

Algumas verdades eu descubro seguindo métodos científicos no laboratório com evidências empíricas, enquanto outras eu descubro exercendo fé e com experiências reais e espirituais.”

Desde essa conversa, venho refletindo mais sobre a pergunta que me fizeram em meio a uma multidão de cientistas embriagados.

Embora minha abstenção do álcool grátis tenha sido a diferença mais visível, havia algo muito mais profundo que me distinguia de muitos dos meus colegas — minha visão sobre a verdade. 

Com o tempo, percebi que, embora muitos cientistas acreditem em Deus, para alguns, unir os mundos científico e religioso ainda é visto como tabu. Para mim, no entanto, eles são inseparáveis. (…)

O conselho do então Élder Russell M. Nelson sobre esse tema, dado durante a dedicação do Prédio de Ciências Biológicas da Universidade Brigham Young, resume isso muito bem:

“Toda verdade faz parte do evangelho de Jesus Cristo. Seja uma verdade que venha de um laboratório científico ou por revelação do Senhor, ela é compatível. … Não há conflito entre ciência e religião. O conflito só surge de um conhecimento incompleto — seja da ciência, da religião ou de ambos.”

Fonte: LDS Living

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