Na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, uma pessoa fervorosa que se arrependec— e que se qualifique conforme os requisitos expressos em Doutrina e Convênios 20:37 — recebe o batismo por alguém que possua a devida autoridade do sacerdócio, para remissão de seus pecados. Esse batismo é feito por imersão em água, pois a palavra “batismo” vem do grego e significa literalmente “mergulhar” ou “imergir”.
O Salvador revelou o método correto do batismo ao Profeta Joseph Smith, deixando bem claro que a ordenança precisa acontecer com alguém que tenha autoridade do sacerdócio e que precisa ser feita por imersão:
“A pessoa que foi chamada por Deus e tem autoridade de Jesus Cristo para batizar descerá à água com aquele que se apresentou para o batismo e dirá, chamando-o pelo nome: Tendo sido comissionado por Jesus Cristo, eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Então imergirá a pessoa na água e depois sairão da água”
(D&C 20:73–74).
A imersão simboliza a morte da pessoa em relação a sua vida pecaminosa e seu renascimento para uma vida espiritual, dedicada ao serviço de Deus e Seus filhos. Simboliza também a morte e a ressurreição. (Ver Romanos 6:3–6.) (Tópicos do Evangelho “Batismo”, lds.org)
Quando um batismo não é válido
Se uma pessoa tiver batizou-se com alguém sem autoridade, ou de maneira contraria as leis do Senhor, seu batismo será nulo.
Por isso, os conversos que se unem à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias recebem o batismo novamente — mesmo que já tenham passado por batismo em outra denominação cristã.
No entanto, esse ato não chamamos de rebatismo, pois os batismos anteriores são vistos como obras mortas, sem a autoridade divina.

O que as escrituras ensinam sobre rebatismo
Abordaram o tema do rebatismo na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias já no início da Restauração. Em 16 de abril de 1830, Joseph Smith recebeu uma revelação (Seção 22 de D&C), em resposta a pessoas que haviam batizaram-se anteriormente e queriam se unir à Igreja sem um novo batismo. O Senhor declarou:
Eis que vos digo que todos os convênios antigos fiz eu com que neste fossem invalidados; e este é um novo e eterno convênio, que era desde o princípio.
Portanto, embora seja um homem batizado cem vezes, de nada lhe aproveita, pois não podeis entrar pela porta estreita por meio da lei de Moisés nem por vossas obras mortas.
Pois foi por causa de vossas obras mortas que fiz com que este último convênio e esta igreja me fossem edificados, como nos dias antigos.
Portanto, entrai pela porta, como ordenei, e não procureis aconselhar a vosso Deus. Amém.
Nosso tema, portanto, foge do grupo mencionado na passagem acima e adentra o grupo daqueles que já foram uma vez batizados por alguém que possuía autoridade e receberam a ordenança com o cumprimento integral de todos os demais requisitos formais, como palavras devidamente empregadas e imersão completa na água.
Por que o termo “rebatismo” causa confusão
Alguns, como o Presidente Joseph Fielding Smith, desaconselham o uso do termo “rebatismo”, por ser confuso e induzir ao erro – “não existe na Igreja essa coisa de rebatismo”, disse ele (Doutrinas de Salvação, Volume 2, pg. 328).
De fato, a Igreja utiliza a expressão readmissão por meio do batismo e confirmação. Entretanto, utilizaremos com cautela a expressão rebatismo – para que não haja equívoco quanto ao batismo de conversos que batizaram-se em outras denominações, conforme já explicado.

Tipos de rebatismo segundo a doutrina
Há dois rebatismos a serem tratados:
- (1) o rebatismo daqueles que receberam a excomunhão da Igreja, se arrependem e desejam ser reintegrados na fé (readmissão);
- (2) o rebatismo dos que são fiéis.
O primeiro caso é o mais fácil de compreender. Uma pessoa que foi excomungada da Igreja ou tenha seu nome retirado dos registros da Igreja, ao se arrepender e desejar conviver com os santos – readquirindo as bênçãos que antes desfrutara, precisará ser rebatizada.
No segundo caso, uma pessoa fiel precisará de novo batismo por: (1) falta de registro; (2) nova organização formal da Igreja; (3) como sinal de renovação de compromissos celestiais.
1. Rebatismo por falta de registro
A falta de registro da ordenança do batismo ou da concessão do Espírito Santo (confirmação) faz com que seja necessário novo batismo. Entretanto, se duas testemunhas puderem confirmar a data, resolve-se o problema e a pessoa não precisa ser novamente batizada.
Se a pessoa se batizou por água, mas não recebeu a confirmação ou dom do Espírito Santo, não se registra seu nome na Igreja – e ela não se torna membro.
Entretanto, ao voltar para Igreja, com dignade, para receber a confirmação – desde que haja registro (ou duas testemunhas que precisem o momento do batismo pela água) – receberá a confirmação como membro da Igreja, mesmo que entre o batismo e a confirmação haja um hiato temporal grande.
Mas se tal não puder receber a confirmação, haverá novo batismo, seguido da confirmação.
Nas escrituras temos o exemplo de Paulo que, ao encontrar cerca de 12 discípulos de João Batista que já haviam batizado-se, batizou-os novamente e deu-lhes o Espírito Santo, pois não haviam-no recebido antes (Atos 19:1-7).

2. Rebatismo para nova organização formal da Igreja
Quando a Igreja se estabelece formalmente ou há um novo inicio para um ministério ou dispensação, aqueles que já foram se batizaram poderão sê-lo novamente.
Nas escrituras vemos que Alma, que já possuía o sacerdócio (e, portanto batizou-se – pois o batismo deve obrigatoriamente anteceder o recebimento do sacerdócio [1]) foi “sepultado na água” (Mosias 18:14).
Ele se rebatizou para mostrar que realmente havia se arrependido, mas seu rebatismo teve outro propósito: iniciar e organizar a Igreja de Deus (Mosias 18:17).
Este mesmo tipo de rebatismo aconteceu no caso de Joseph Smith. Ele batizou-se, com Oliver Cowdery, em 15 de maio de 1829 – e rebatizou-se em 6 de abril de 1830. O Presidente Joseph Fielding Smith explicou que os batismos que antecederam a organização formal da Igreja foram válidos – e foram para remissão dos pecados, e completou:
“Quando a Igreja foi organizada, todos os irmãos que a organizaram e outros que haviam sido batizados, foram rebatizados. Tinham que sê-lo, a fim de entrarem na Igreja pela porta.” (Doutrinas de Salvação, Volume 2, pg. 332).
De fato, um dos propósitos do batismo é admitir uma pessoa na Igreja.
Os nefitas também rebatizaram-se na época em que Cristo lhes apareceu [2].
3. Rebatismo como sinal de renovação de compromissos celestiais
Em História da Igreja na Plenitude dos Tempos (pg 448) lemos: “Os santos dos últimos dias faziam o rebatismo de tempos em tempos quando aconteciam certos eventos importantes, como um casamento, a filiação à Ordem Unida ou muitas vezes uma melhora no estado de saúde.
Anotam-se esses registros de rebatismos de membros da Igreja. A Primeira Presidência começou a preocupar-se com o fato de que alguns santos estavam substituindo o verdadeiro arrependimento pelo rebatismo.
Em 1893, os presidentes de estaca receberam a instrução de não exigir o rebatismo de santos que desejassem assistir à dedicação do Templo de Salt Lake, e em 1897 abandonou-se a prática do rebatismo definitivamente.
Conforme explicou o Presidente George Q. Cannon:
“É o arrependimento dos pecados que os salvarão, não o rebatismo” (Conference Report, out. 1897, p. 68).
O Presidente Joseph Fielding Smith explicou que esses rebatismos também aconteceram assim que os santos chagaram no Vale do Lago Salgado, para demonstrar a Deus gratidão, reafirmar o compromissos de guardar os mandamentos – porque muito dos registros de batismo extraviaram-se devido a perseguição (Doutrinas de Salvação, Volume 2, pg. 329).

Um só Senhor, uma só fé, um só batismo
Paulo ensinou:
“Um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Efésios 4:5).
Portanto, não há necessidade de rebatismo para voltarmos a presença de Deus, a menos nos estritos casos mencionados acima, em que a autoridade presidente, que possui as devidas Chaves do Sacerdócio, requer ou autorizar.
Quando pecamos, depois do batismo e da confirmação, precisamos exercer fé e arrependermo-nos. Ao tomarmos o sacramento renovamos o convênio batismal:
Aqueles que são batizados fazem convênio com Deus de tomar sobre si o nome de Jesus Cristo, guardar Seus mandamentos e servi-Lo até o fim (ver Mosias 18:8–10; D&C 20:37). Os membros da Igreja renovam esse convênio toda vez que tomam o sacramento (ver D&C 20:77, 79). (Tópicos do Evangelho “Batismo”, lds.org) [3]
Assim, conservamos os efeitos do batismo – sem necessidade de novo batismo.
Renovação espiritual contínua
Na última Conferência Geral Elder David A. Bednar explicou:
“Às vezes, os santos dos últimos dias expressam o desejo de ser batizados novamente — e assim tornarem-se tão puros e dignos como no dia em que receberam a primeira ordenança de salvação do evangelho.
Respeitosamente, gostaria de lembrá-los de que nosso Pai Celestial e Seu Filho Amado não têm a intenção de que tenhamos tal sentimento de recomeço espiritual, de renovação e de restauração apenas uma vez em nossa vida.
As bênçãos de se obter e de se conservar sempre a remissão de nossos pecados por meio das ordenanças do evangelho nos ajudam a compreender que o batismo é um ponto de partida em nossa jornada espiritual mortal; não é um destino pelo qual devemos ansiar passar muitas e muitas vezes.
As ordenanças do batismo por imersão, da imposição de mãos para o dom do Espírito Santo e do sacramento não são acontecimentos isolados e distintos; na verdade, são elementos em um padrão inter-relacionado e cumulativo de progresso redentor.
Cada ordenança seguida da outra eleva e aumenta nosso desempenho, nosso desejo e nosso propósito espiritual. O plano do Pai, a Expiação do Salvador e as ordenanças do evangelho oferecem a graça de que necessitamos para prosseguir adiante e progredir linha sobre linha, preceito sobre preceito rumo a nosso destino eterno.”
(Conferência Geral Abril de 2016)
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NOTAS
[1] O Presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) explicou que Alma tinha autoridade para batizar: “Podemos concluir que Alma já era portador do sacerdócio antes de (juntamente com outros) o rei Noé perseguí-lo. Se isso é verdade ou não, não faz a menor diferença, pois o Livro de Mosias diz claramente que ele tinha autoridade [ver Mosias 18:13]. O fato de ele ter autoridade para batizar é prova de que ele havia se batizado. Portanto, quando Alma batizou a si mesmo no ato de batizar Helã, isso não quer dizer que ele de fato batizou a si mesmo, mas foi um ato simbólico para mostrar ao Senhor sua humildade e completo arrependimento” [Answers to Gospel Questions, Joseph Fielding Smith Jr. (org.), 5 vols., 1957–1966, vol. 3, p. 203].
[2] “Quando apareceu aos nefitas neste continente, Cristo ordenou que se batizassem, embora já houvessem se batizado anteriormente para remissão dos pecados. Lemos como anjos exerciam ministério, diariamente, junto a Néfi; como Néfi batizava todos os que vinham para receber o batismo para remissão dos pecados; como organizou a Igreja e até mesmo levantou da morte seu irmão, visto que portava o sacerdócio. A seguir, lemos como o Salvador mandou que Néfi e o povo novamente se batizassem, porque havia organizado novamente a Igreja segundo o Evangelho.” (Doutrinas de Salvação, Volume 2, pg. 331).
[3] “Ao participar do sacramento, testificamos a Deus que continuaremos a lembrar-nos do Filho depois do curto tempo daquela sagrada ordenança. Parte dessa ordenança é uma promessa de lembrar-nos sempre Dele e um testemunho de que desejamos tomar sobre nós o nome de Jesus Cristo e guardar Seus mandamentos. Ao participar do sacramento e assumir esses compromissos, os membros da Igreja renovam o convênio que fizeram no batismo (ver Mosias 18:8–10; D&C 20:37).
Em troca, o Senhor renova a prometida remissão dos pecados e possibilita aos membros ter Seu Espírito sempre com eles (ver D&C 20:77). A companhia constante do Espírito é uma das maiores dádivas da mortalidade.” (Tópicos do Evangelho “O Sacramento”, lds.org)
Este texto foi escrito originalmente no blog Teologia Mórmon.
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fui batizado a mas de 18 anos na igreja e não na cidade de paulista pe
e preciso se batizado para entra em outra igreja
Se você foi batizado na Igreja, e não foi excomungado, não precisa de rebatismo. Basta procurar um secretário numa ala, e ele resgatará teu registro de membro.
Agora se seu batismo não ocorreu na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, mas em outra igreja, ainda que cristã. Você precisa ser novamente batizado – pois o sacerdócio está somente na Igreja restaurada.
quis dizer foi en paulista pe
e posivel ter um documento uma declara coe ha um registo o e IM possível isso
Ola, sou batizado na igreja dos santos dos últimos dias, e faz alguns anos que não frequento, se me lembro bem eu estava batizado, minha participação nas reuniões era de levar a ceia aos demais na sala de reunião, sera preciso eu ser batizado novamente ou terei que falar com o bispo ou algum Élder que esteja em trabalho na minha região?
se vc foi batizado irmão na juventude não precisa mais procure o bispo que ele vai tomar as providencias