Estou orando “certo”? 5 dicas que podem melhorar nossas orações

Existe um jeito correto de fazer oração? E se existe, como sei se estou fazendo “errado”?

As 5 dicas a seguir são exemplos de coisas que podemos fazer para melhorarmos nossas orações. Essas dicas vão nos ajudar não só ao orarmos, mas também ao tentarmos entender as respostas que recebemos do Senhor.

Este artigo não é uma lista de erros e acertos. Por isso, entenda como uma série de ideias que, caso não esteja usando ainda, vão fazer muita diferença.

1 – O que exatamente são “vãs repetições” e como evitá-las

Alguns podem pensar que pedir a mesma coisa várias vezes é algo que o Senhor condena. Afinal, o próprio salvador nos alerta sobre vãs repetições (Mateus 6:7). Porém, se nos atentarmos ao fato de que, nessa escritura, Ele não diz repetições apenas, mas sim vãs repetições, aprendemos algo muito valioso.

Se pesquisarmos o significado e origem da palavra vã, vamos nos deparar com o sinônimo “oco”, que também pode ser entendido como “vazio”. Tendo isso em mente, fica claro que Cristo estava falando sobre “repetições vazias”, sem sentimento, apenas para “cumprir tabela”.

Vãs repetições podem ser entendidas como coisas que sempre falamos como se estivéssemos num tipo de piloto automático. Frases como “abençoe o mundo todo” ou “obrigado por tudo” podem ser exemplos de repetições vazias, ou vãs repetições.

Sendo assim, não precisamos ter medo de agradecer todos os dias pela saúde que nosso Pai Celestial
nos deu, nem de sempre pedir que abençoe nossos entes queridos. Basta agradecer e pedir por essas
coisas com fé e real intenção e Ele vai escutar.

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2 – Evite transferir responsabilidades

Orar com real intenção também é aceitar nossas responsabilidades e deveres no evangelho de Jesus
Cristo. O Elder David A. Bednar ensinou esse princípio usando como exemplo o trabalho missionário:

“É comum que em nossas orações roguemos para que os missionários encontrem pessoas e famílias
preparadas para receber a mensagem da Restauração. Porém a responsabilidade de encontrar pessoas para os missionários ensinarem é minha e sua.” (Conferência Geral, Maio de 2008).

É claro que Elder Bednar não nos proibiu de orar pelo sucesso dos missionários. Na verdade, devemos sempre orar para que todos tenhamos êxito no trabalho de pregação do evangelho.

O problema surge quando esquecemos que esse trabalho também é nosso. Ao orarmos a Deus, precisamos sempre lembrar não só das coisas que ele nos prometeu, mas também das coisas que nós devemos fazer para sermos instrumentos em suas mãos.

Apesar de termos o trabalho missionário como exemplo, situações semelhantes podem ser orar pedindo que o Senhor nos dê conhecimento, saúde, perdão e outras coisas que necessitamos, mas sem esforço da nossa parte. Ele sabe exatamente o que precisamos aprender e estará disposto a nos ajudar sempre. É essa transferência de responsabilidade que traz, em muitas situações, a sensação de não termos recebido uma resposta.

Uma forma de aceitarmos nossas responsabilidades como filhos de Deus é, em vez de transferirmos para ele outras pessoas a nossa responsabilidade, sempre orarmos pedindo ao Senhor que nos dê forças, assim como Néfi orou, dizendo:

“…Ó Senhor, de acordo com minha fé em ti… dá-me forças para romper estas cordas com que estou amarrado.” (1 Néfi 7:17)

3 – Não existe assunto irrelevante

É difícil entender como um ser tão poderoso consegue atender a tantas orações a todo momento. Por isso, em algumas situações, podemos pensar que nossas necessidades mais “simples” não são problema dele.

Isso faz com que não falemos com Deus sobre coisas que falaríamos com nossos pais terrenos.
Por mais que, às vezes, pensamos dessa forma, as escrituras ainda deixam claro:

“Aconselha-te com o Senhor em tudo que fizeres e ele dirigir-te-á para o bem” (Alma 37:37).

Essa escritura, que com frequência é lembrada em aulas e discursos, tem o incrível poder de nos lembrar que podemos e devemos nos aconselhar com o Senhor “em tudo o que fizermos”.

Em outra situação, o próprio salvador afirma: “Ora sempre! Para que saias vencedor;” (D&C 10:5). Se a orientação divina é para orar sempre, não existe dor, preocupação ou dúvida que ele não queira ouvir de nós através de uma sincera oração.

4 – Converse com Deus

Orações não precisam ser padronizadas como uma receita. Em vez disso, podemos optar por conversas
simples e sinceras.

Agradecer e pedir fazem parte desse pacote, mas não precisamos ter medo de colocar nossos
sentimentos e dizer o que realmente trazemos no coração.

Alma, ao chefiar uma expedição missionária, abre seu coração ao orar:

“Ó Senhor, meu coração está extremamente aflito; consola minha alma em Cristo… Ó Senhor, conforta-me a alma e faze com que eu tenha êxito(…)” (Alma 31:31-32).

Pode ser que não sejamos tão eloquentes quanto Alma, mas garante que o Senhor está mais preocupado com sua fé do que com nossa oratória.

5 – Não é errado planejar uma oração

Já aconteceu de você se ajoelhar para orar, mas acabou não sabendo o que dizer? Se já passou por isso,
saiba que não tem problema nenhum você parar uns segundos, ou minutos se quiser, para perguntar a si
mesmo quais são as coisas que quer agradecer, quais sentimentos deseja compartilhar e até mesmo
analisar as coisas que quer pedir.

Não precisa escrever um texto longo antes de orar, a não ser que queira. Pode ser uma simples reflexão
que te ajude a sentir o Espírito já antes de orar. É como se você tivesse uma entrevista de emprego e
treinasse o que acha que deve falar antes.

O irmão de Jarede, no livro de Éter, apresentou um plano pronto para o Senhor ao pedir que Ele desse luz a seu povo durante a viagem (Éter 3:4). Isso mostra que ele foi falar com Deus já ciente do diria.

Conclusão

O hino “Oração de uma criança” traz ensinamentos que reafirmam o forte desejo que o Pai Celestial tem
de falar com seus filhos. Não existe lugar nem hora certa para orar.

Caso algum dia se pergunte qual é o motivo que faz o ser mais poderoso do universo estar sempre
disposto a te escutar, lembre-se que “ele é teu pai e muito te ama.”

Escrito por Mosiah Melo