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O que a Igreja diz sobre as decisões como: cremação, eutanásia e doação de órgãos

Como membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, somos ensinados que nossos corpos são templos e criações sagradas de Deus. Isto parece ser uma doutrina bastante direta, isto é, até chegarmos ao fim de nossa jornada aqui na Terra.

Em tempos de aflição, muitas vezes nos voltamos para a Igreja em busca de orientação. Abaixo você encontrará as políticas da Igreja sobre doação de órgãos, suicídio assistido, cremação e prolongamento da vida.

A Igreja e Doação de Órgãos

No “Manual Geral: Servir em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias” lemos as seguintes orientações relacionadas à doação de órgãos:

“A doação de órgãos e tecidos é um ato altruísta que frequentemente resulta em grande benefício para pessoas com problemas médicos. A decisão de uma pessoa viva de doar um órgão a outra ou de receber um órgão doado deve ser tomada em conselho com um médico competente e em espírito de oração. A decisão de autorizar o transplante de órgãos ou tecidos de uma pessoa falecida é da própria pessoa ou de sua família.”

No Brasil, mais de 20 mil transplantes de órgãos são feitos ao ano. Esses transplantes oferecem esperança tanto para pacientes receptores como para seus famíliares. Do ponto de vista médico, a doação de órgãos é uma bênção para muitas vidas. Cecil O. Samuelson, autoridade geral emérito e ex-presidente da BYU que também era médico, escreveu um artigo para o site da Igreja sobre doação de órgãos. Ele disse:

“Muitas bênçãos vieram para incontáveis famílias através da doação e substituição de órgãos …Famílias lamentando a morte de um ente querido foram grandemente consoladas pelo conhecimento de que outras vidas foram salvas ou melhoradas através do recebimento de um transplante de órgão vital. Outras famílias foram poupadas de doenças debilitantes ou morte, porque um membro da família vivo foi capaz de doar um órgão para um ente querido ”.

Ele continuou dizendo:

“Ao trabalhar com doadores e receptores e testemunhar o amor altruísta que é evidente neste dom da vida e da saúde, muitas vezes me lembro do encontro de Pedro e João com o coxo mendigo quando os dois apóstolos entraram no templo. O homem coxo pediu apenas esmolas, mas em vez disso foi curado. Para o necessitado, Pedro disse: ‘Prata e ouro não tenho nenhum; mas o que tenho eu te dou ‘”.

Um exemplo específico das bênçãos da doação de órgãos é a história da filha do treinador de futebol da BYU, Reno Mahe, Elsie. Ela tinha apenas 3 anos de idade quando faleceu. Cerca de um ano depois da tragédia, Mahe disse à ABC News que sua filha serviu uma importante missão e propósito em uma idade tão jovem.

“Estávamos orando para que ela tivesse um milagre e que ela pudesse sair disso. Você sabe que está esperançoso de poder levar sua menininha para casa … Quando os resultados voltaram do jeito que aconteceu, fomos ao templo para encontrar algum tipo de paz em relação à situação a ela … Esse é o tipo de sentimento que temos. Não era suposto milagre para ela, mas a partir dela na forma de doação de órgãos.”

A Igreja e a prolongação da vida

Embora os avanços modernos da tecnologia façam tão bem à humanidade, elas também podem colocar famílias em posições difíceis quando chega a hora de decidir se prolongam ou não a vida de um ente querido.

Também no Manual Geral, a Igreja faz as seguintes afirmações sobre o prolongamento da vida:

“Ao enfrentar uma doença grave, os membros devem exercer fé no Senhor e procurar atendimento médico competente. No entanto, quando a morte se torna inevitável, ela deve ser encarada como uma bênção e uma parte significativa de nossa existência eterna (ver 2 Néfi 9:6Alma 42:8).

Os membros não devem se sentir obrigados a prolongar a vida mortal por meios extremos. Essas decisões são mais bem tomadas pela pessoa, se possível, ou por membros da família. Eles devem buscar conselho médico competente e a orientação divina por meio da oração.

Os líderes oferecem apoio aos que tiverem que decidir se vão ou não remover o equipamento de suporte à vida de um familiar.”

Posso testificar que o poder da revelação é real e muito necessário num momento de tamanha dificuldade, já vi isso em minha própria família. Quando meu avô chegou ao fim de uma doença terminal que durou vários meses, onde parecia que sua saúde um dia melhorada e no outro decaía, havia muitas decisões a serem tomadas.

Sou grato por membros da minha família poderem usar a oração e o jejum para encontrar suas próprias respostas para os problemas que continuavam surgindo. A última coisa que uma família precisa em um momento como esse é desacordo ou disputa, e eu acho que a capacidade de orar e jejuar sobre essas decisões pode ajudar seriamente uma família a encontrar paz e entendimento como uma unidade.

A Igreja e a eutanásia

Agora, enquanto a Igreja deixou o julgamento para as famílias sobre esse assunto, ela deixa claro que a eutanásia, ou suicídio assistido, “viola dos mandamentos de Deus”. Ainda no Manual Geral, a Igreja deixa clara sua posição e afirma:

“A vida mortal é uma dádiva preciosa de Deus. A eutanásia é o fim deliberado da vida de uma pessoa que sofre de uma doença incurável ou outra condição. Uma pessoa que participe de uma eutanásia, inclusive o assim chamado “suicídio assistido”, viola os mandamentos de Deus e pode violar leis locais.

Descontinuar ou renunciar a medidas extremas de suporte de vida para uma pessoa no final da vida não é considerado eutanásia.”Urna funerária

A Igreja e a cremação

A estigmatização no mundo ocidental contra a cremação surge de uma ideia no início do cristianismo de que a cremação desvalorizava a herança divina de nossos corpos. Muitas pessoas viam a cremação como uma crença pagã, já que algumas religiões acreditam que o fogo age como um agente de limpeza que libera o espírito de uma prisão mortal e imunda.

À medida que a Igreja se expandiu para abranger um número de membros internacionais diversificados, sua atitude em relação à cremação diminuiu. Como com a doação de órgãos, a cremação é uma questão que é melhor abordada com oração e consideração cuidadosa em cada situação individual. O Manual Geral declara:

“A família da pessoa falecida decide se seu corpo deve ser enterrado ou cremado. Os desejos da pessoa são respeitados.

Em alguns países, a cremação é exigida por lei. Em outros casos, o enterro não é prático ou acessível para a família. Em todos os casos, o corpo deve ser tratado com respeito e reverência. Os membros devem ter certeza de que o poder da ressurreição sempre se aplica (ver Alma 11:42–45).

Se possível, o corpo de um membro que tenha recebido a investidura deve estar vestido com as roupas cerimoniais do templo quando for enterrado ou cremado.”

Em 1991, o professor de religião da BYU, Roger R. Keller, escreveu um artigo de 1972 da New Era para a Igreja, lançando alguma luz sobre as práticas de cremação na Igreja. Ele teve o cuidado de salientar que, independentemente de qualquer que seja o fim de nossos corpos – seja um enterro tradicional, uma sepultura aquática ou cremação – eles serão restaurados à sua completa plenitude na ressurreição.

Os membros não devem se sentir culpados por escolher a cremação. Em alguns casos, a cremação é a única escolha. Isso vale para muitas áreas urbanas onde simplesmente não há espaço suficiente para enterrar todos os mortos. Às vezes, um enterro tradicional pode não estar dentro dos meios financeiros de uma família, tornando a cremação uma opção melhor. A Igreja nos deu o dom de julgar nossas próprias circunstâncias e tomar uma decisão a partir daí.

A importância do arbítrio

A Igreja aconselha os membros a usarem seu próprio livre arbítrio ao tomarem decisões quando se trata dos assuntos citados acima.

A responsabilidade que vem com essas decisões pode nos fazer desejar que a Igreja adotasse uma abordagem mais direta e prática, já que as regras e diretrizes podem ser reconfortantes quando tudo na vida parece estar desmoronando. Infelizmente, se queremos que tudo nos seja dado, estamos na Igreja errada. Aprendemos em D&C 58:27 que:

“Pois eis que não é certo que eu ordene em todas as coisas; porque o que é compelido em todas as coisas é um preguiçoso e não um sábio servo; portanto ele não recebe recompensa”.

Por fim, muitas circunstâncias em nossa vida não serão fáceis, isso se torna claro quando nos deparamos com nossa própria morte ou a morte de alguém próximo. Felizmente, o Pai Celestial nos deu o dom da revelação para tornar as coisas um pouco mais fáceis.

Nosso uso do arbítrio deve ser exercitado de mãos dadas com oração e jejum. Enquanto lidamos com questões difíceis que surgem quando encaramos as realidades da morte, a única maneira real de encontrar uma saída é procurar por respostas e consolo através da revelação pessoal.

Fonte: Third Hour

 

 

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