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Como esta crise está mudando você?

Muitas pessoas não gostam de mudar. Mudar é assustador. Observe todas as mudanças que todos temos visto este ano ao vermos essa pandemia se espalhar pelo mundo.

Para muitos, essa pandemia resultou em perda de emprego, problemas financeiros, conflito familiar e interrupção de cirurgias, casamentos, viagens e educação.

Sim, como resultado também vimos algumas coisas maravilhosas e temos visto muitos exemplos inspiradores de caridade e amor – mas também nos trouxe um enorme ajuste.

E essas mudanças são somadas a todos os altos e baixos que encontramos ao simplesmente viver na mortalidade.

De algum modo, nos unimos. Quando as mudanças são tão grandes, as pessoas dão um passo à frente. É como quando passamos por grandes desastres juntos, nós nos tornamos mais próximo.

Pesquisas são feitas. Soluções são encontradas. As pessoas concordam com novas regras de distanciamento social e higiene. Os vizinhos apoiam uns aos outros. A crise é grande, então nossa responsabilidade também é.

Mas quero falar sobre um tipo completamente diferente de mudança, uma que quase nunca notamos, a mudança incremental, que é um tipo de mudança que não exige muito planejamento e que acrescenta algo a o que já fazemos, sem exigir planejamento. E todos somos vítima dela.

Observe quantas vezes você se surpreende que um missionário já está a dois anos fora. E como muitos adolescentes eram crianças a alguns anos atrás e cresceram tão rápido.

Você passa na frente da casa que cresceu e se espanta ao ver como aquela rua mudou, ou como aquela árvore está dez vezes maior. Como o tempo passou tão rápido?

A mudança incremental é como a evaporação – em sua grande maioria, acontece sem que notemos. E tem um potencial perigoso. Se negligenciamos perceber as pequenas mudanças em nosso comportamento, logo temos um novo hábito e pode ser que não seja tão bom.

Satanás ama explorar essa realidade – ele nos convence que “só uma vez” não faz mal. Seja ao quebrar um mandamento ou falhar ao seguir uma meta honrosa, ele afirma que podemos corrigir o curso depois.

Claro, quando percebemos, estamos igual ao Pinóquio na Ilha dos Prazeres – virando um burro – e ele nos diz que agora é tarde.

Não podemos nos arrepender, nunca seremos dignos de orar novamente, não podemos alcançar as bênçãos de Deus. Não, estamos condenados, somos viciados, não temos esperança, somos ruins, somos almas perdidas.

Assim como a profecia em 2 Néfi 26:22, satanás nos leva “pelo pescoço com um cordel de linho, até amarrá-los para sempre com suas cordas fortes”.

Um cordel de linho é uma linha fina que pode ser quebrada facilmente. Mas ao juntá-la para fazer uma corda, impressionantemente ela se torna incapaz de ser quebrada.

É como o Presidente Uchtdorf explicou sobre uma pequena mudança no padrão de voo de um avião. A princípio parece minúsculo. Mas ao longo do percurso, a distância do caminho correto aumenta até que a aeronave esteja completamente fora de curso.

É por isso que é bom fazer um inventário frequente da nossa vida. Fazemos isto ao tomar o sacramento, ponderar nas escrituras, orar, e conversar com as pessoas que amamos. Nenhum de nós pode evitar a mudança (espero que para melhor, ao crescermos e amadurecermos).

Mas às vezes as mudanças não nos levam na direção correta. Podemos nos tornar complacentes, apáticos, críticos, indulgentes, egoístas – todas as características negativas existentes – se não estivermos vigilantes.

Mas também podemos usar as mudanças incrementais a nosso favor. Podemos ver as maneiras de melhorar e concordar em como os pequenos passos podem nos ajudar a alcançar nossos objetivos.

Podemos escolher sermos pacientes conosco e com os outros. Podemos estabelecer objetivos pequenos e viáveis. Podemos lembrar que não temos que atingir a perfeição.

Podemos relaxar e permitir-nos tempo e espaço para crescer. Quando vemos pequenas melhorias, podemos comemorar, agradecer ao Senhor e perceber que realmente somos capazes.

A maioria das nossas metas espirituais são assim – elas não precisam ser executadas ou desenvolvidas em dez minutos. Simplesmente devemos concordar com as leis de mudança incremental e lentamente prosseguir na direção certa.

Novamente, satanás nos faz pensar que fracassamos quando nosso progresso parece tão pequeno. Precisamos reconhecer essas mensagens desencorajadoras e ignorá-las.

Às vezes podemos ter certeza de que as coisas estão indo bem se medirmos nosso progresso. Se você manter um registro diário ou semanal de exercícios ou alimentação, você se sairá melhor do que se estiver disperso e não tenderá a cometer erros.

Compartilhar nossas metas com outras pessoas também nos ajuda a mantermos o curso.

Se seu testemunho está abalado? Fala um plano. Leve ao Senhor. Peça uma benção. Fale com pessoas que você ama e podem te ajudar.

E também seja uma pessoa amada que possa oferecer ajuda quando alguém também estiver tendo problemas.

Seja um membro da família ou da sua ala, seja aquele que sabe escutar sem julgar como uma causa perdida (que é a técnica usada por Satanás, certo?).

Precisamos de mais tolerância daqueles que duvidam e questionam – eles precisam saber que nós os ajudaremos a passar pelo problema. Não devemos fazer parte do acúmulo incremental de rejeição que eventualmente os afasta.

Se usarmos a mudança incremental para melhorar, não haverá limite para o bem que podemos conquistar e para o crescimento positivo que podemos experimentar.

Em seu livro, Tipping Point, o autor Malcolm Gladwell compartilha vários exemplos de pequenas mudanças incrementais que resultam em enormes sucessos.

Observe atletas, músicos, empresários, pais importantes – nenhum deles um dia, acordou uma pessoa completamente diferente e muito mais talentosa.

Eles trabalharam duro. Eles permitiram que boas mudanças incrementais se acumulassem por um longo tempo para chegar onde estão hoje. Eles usaram esse fenômeno a seu favor.

E podemos usar também. Podemos prestar atenção e notar quando estamos lentamente saindo do melhor e mais moral comportamento que conhecemos. Podemos cortar maus hábitos pela raiz.

Também podemos regar os melhores brotos – podemos investir pequenos pedaços de tempo e energia nos resultados que realmente queremos, e depois vê-los florescer.

Antes que possamos notar, podemos até olhar espantados e pensar: Nossa, como o tempo passou tão rápido?

Fonte: Meridian Magazine

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