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1 Néfi 18 – Rebelião sobre as águas – 3 lições de 1 Néfi 18 #23

lição

Estamos estudando o Livro de Mórmon todo, conforme o pedido do Presidente Russell M. Nelson e da Presidência de Área do Brasil, que lançou um desafio a todos os membros da Igreja do país para terminarem a leitura do Livro de Mórmon até Dezembro.

Leia 1 Néfi 18 aqui.

Esse é um dos capítulos do Livro de mórmon que mais gosto, pois ensinam lições valiosas para todas as épocas de nossa vida. Separei 3 lições sobre este importante capítulo do Livro de Mórmon.

Lição 1: “não trabalhei a madeira pelo método dos homens”

Néfi nos conta que “ia frequentemente à montanha e orava frequentemente ao Senhor; por isso o Senhor me mostrou grandes coisas.” Todos precisamos de revelação – a orientação divina para nossa vida e das pessoas que amamos. Se fizermos o mesmo que Néfi – e ai está a lição – vamos também receber muitas e importantes revelações. Não precisamos subir uma montanha – mas precisamos ir até o Templo – que é o Monte do Senhor. Lá é um lugar sagrado e reservado – dedicado para Deus. Devemos ir frequentemente. Tão constantemente quanto pudermos. E também precisamos orar: orar todos os dias.

Para Néfi, as revelações o ajudaram a construir um navio diferente das embarcações de seu tempo. Era algo divinamente inspirado. Quando recebemos revelação talvez sejamos inspirados a agir de maneira um tanto diferente dos outros – deixando de lado as filosofias e conhecimentos do mundo. Construindo nosso próprio navio pelo método de Deus.

Lição 2: “não murmurei contra o Senhor”

Lamã, Lemuel e os filhos de Ismael estavam alegres com a viagem – contudo, sua alegria se tornou irreverencia, e a irreverência vulgaridade. Eles começaram a dançar, cantar e a usar linguagem inapropriada. Néfi os advertiu. Eles não gostaram. Por isso seguraram Néfi e ataram-no com cordas e trataram-no rudemente.

Com consequência a Liahona (a bussola) parou de funcionar e levantou-se uma grande tempestade. A família ficou aflita. Leí e sua esposa quase morreram. Os jovens irmãos de Néfi: Jacó e José também sofreram muito. A esposa de Néfi e seus filhos, que eram bem pequeninos, choraram e imploraram para Néfi fosse solto. Mas nada abrandou o coração de Lamã e Lemuel – nada exceto o poder de Deus que ameaçava destruí-los.

Quando eles finalmente soltaram Néfi após 4 dias de intensa tempestade – que certamente destruiria o navio – os “pulsos ]de Néfi estavam] muito inchados; e também [seus] tornozelos estavam muito inchados e doloridos”. Néfi ficou provavelmente sem comer e beber por 4 dias, viu seus pais e irmãos mais jovens sofrerem – e quase morrerem. Viu sua esposa ser humilhada e seus filhos desprezados. E apesar de tudo isso, quando foi solto “voltei-me para Deus e louvei-o todo o dia; e não murmurei contra o Senhor por causa de minhas aflições.”

Isso não é incrível? No passado Néfi orou para que o Senhor o soltasse – e as cordas simplesmente se desprenderam de suas mãos. (1 Néfi 7:17-18). Ele também recebeu poder para sacudir os irmãos rebeldes – e eles reconheceram um poder divino nele (1 Néfi 17:53-55). Estou certo de que Néfi tinha autoridade e poder para fazer cessar aquela maldade. Mas ele não o fez. Tal como Cristo ele suportou. Que grande coragem cristã – que grande lição de fé: uma fé não para mudar a situação difícil, mas para ter forçar para se submeter a situação sem murmurar.

Lição 3: Chegamos na terra prometida, e trabalhamos

A Liahona voltou a funcionar, quando Néfi foi solto, e a tempestade cessou. Após muitos dias no mar eles finalmente chegaram às Américas – a terra prometida. E embora a terra fosse boa, e as sementes cresciam de modo extraordinário – eles ainda sim precisaram plantar.

Eis a lição: embora encontraram “animais de toda espécie nas florestas” – eles ainda precisaram caça-los e criá-los. É verdade também que encontraram “toda espécie de minérios, tanto de ouro quanto de prata e de cobre” – mas este ainda precisava ser extraído e refinado para ser usado.

O que quero mostrar é que ao chegarmos na Terra Prometida ainda teremos trabalho. Nossa terra da promissão pode ser um novo emprego, o casamento ou a exaltação eterna – não importa. Cada um desses nobres objetivos é uma bênção – mas não representa um fim em si mesmo. Exige dedicação, cuidado, manutenção e diligencia.

Um dos propósitos de nossa existência mortal é progredirmos para nos tornarmos mais semelhantes a nosso Pai Celestial. Embora entremos no mundo espiritual com as mesmas tendências que apresentamos na mortalidade, há oportunidades de crescimento e progresso lá. O Profeta Joseph Smith explicou a natureza gradativa de nosso crescimento depois de morrermos:

“Quando subimos uma escada, somos obrigados a começar de baixo e subir degrau por degrau, até chegar ao alto; o mesmo acontece com os princípios do Evangelho — devemos começar com o primeiro e continuar subindo até que tenhamos aprendido todos os princípios de exaltação. Mas só muito tempo depois de termos passado pelo véu é que os aprenderemos. Não compreenderemos tudo neste mundo; teremos muito trabalho para aprender nossa salvação e exaltação, mesmo depois da morte” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 280).

| Livro de Mórmon
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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