“Sei em quem Confiei” – Comentários da Escola Dominical: Curso “O Livro de Mórmon” – 2 Néfi 3-5
O mormonsud.net publica semanalmente comentários que ajudam no estudo das lições da Escola Dominical do Curso de Membros Adultos da Igreja. A ordem das lições apresentadas nas alas e ramos da Igreja podem sofrer alguma variação devido a calendários locais – que incluem conferências de alas e Estaca. Caso os comentários abaixo não se apliquem a lição que será apresentada na sua classe de Escola Dominical neste próximo domingo, você ainda poderá se beneficiar da leitura do texto abaixo, para reforçar algo já aprendido ou observar algo que será debatido em um futuro próximo.
“Sei em quem Confiei” – Lição 7
O estudo dessa semana concentra-se em 2 Néfi 3-5. Leí termina de se dirigir a seus filhos, citando grandes profecias e Néfi expressa seu famoso “salmo”. Abaixo destacamos alguns pontos da lição:
1- Profecia e Convênios
Leí foi um profeta. Em 2 Néfi 3 ele faz profecias e cita profecias de outros. Todo profeta possuí o dom espiritual da profecia. Paulo via na profecia um dos maiores dons (1 Coríntios 14:1). Trata-se da capacidade de receber e reconhecer a vontade de Deus. Pedro ensinou que “a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (2 Pedro 1:21). Normalmente profecia se refere a uma revelação sobre o futuro.
Leí disse que José do Egito profetizara sobre sua própria descendência e sobre o Messias. Também profetizara sobre Moisés – e sobre Joseph Smith. Ao ler esses ensinamentos ficamos impressionados com os detalhes que o Senhor revelara a tanto tempo atrás. Mas o ponto que quero destacar é: qual o motivo de Leí ensinar sobre tais profecias para seu filho mais novo? As últimas palavras do “pai moribundo” ao “pequeno” José foram certamente escolhidas com muito amor e cuidado. A resposta esta no próprio texto de 2 Néfi 3:
- Leí queria que José guardasse os mandamentos de Deus, tal como seus antepassados – inclusive José do Egito (2 Néfi 3:2)
- Leí queria que José entendesse que ele era abençoado (bem como os filhos que lhe nasceriam) devido a convênios sagrados (2 Néfi 3:3, 22-23)
- Leí queria que José visse o poder de Deus para cumprir seus propósitos (2 Néfi 3:16)
Assim, é sábio que os pais expliquem a seus filhos as profecias antigas – e as promessas que se cumprirão neles. Ele precisam entender a razão de terem a bênção do evangelho e a importância dos convênios. Não há nada melhor para fazer isso do que ler e citar as escrituras.
2- O Salmo de Néfi
Uma moça da Igreja compartilhou uma experiência pessoal sobre o famoso “Salmo de Néfi”, em 2 Néfi 4:
Sempre quis ser como Néfi: estritamente obediente, extremamente fiel e profundamente espiritual. Para mim, Néfi era o supremo exemplo de virtude. Poucas coisas me entusiasmavam tanto quanto a ideia de crescer e ser como ele, ou ao menos começar a ter — nem que fosse em parte — sua excelência.
Certo dia, eu estava passando por uma pequena crise pessoal, causada por sentimentos de incapacidade. Tinha muitas ambições e metas. Mas simplesmente não parecia estar chegando a lugar algum. Em meio a lágrimas de desânimo, expressei esses sentimentos a meu pai. Ele prontamente se ergueu, foi até a estante e pegou um de seus exemplares do Livro de Mórmon. Sem dizer uma palavra, abriu em 2 Néfi 4 e começou a ler o versículo 17.
Senti arrepios pelo corpo como eletricidade ao ouvir estas vigorosas palavras: “Oh! Que homem miserável sou!” Um milhão de pensamentos me vieram à mente. Como é que Néfi, meu herói e exemplo, podia dizer que era “miserável”? Se ele era miserável, então o que eu seria?
Novamente, senti como se um choque me percorresse o corpo quando meu pai leu o versículo 28: “Desperta, minha alma! Não te deixes abater pelo pecado”. Senti como se as nuvens tenebrosas que me cobriam a mente se dissipassem para revelar o calor e o esplendor de um límpido céu azul e de um sol brilhante. É impossível descrever como aquele versículo iluminou-me a alma. Poucos versículos das escrituras me deram tanta esperança, inspiração e alegria como aquele.
No versículo 30, Néfi disse exatamente o que eu estava pensando, mas com palavras mais eloquentes: “Minha alma regozijar-se-á em ti, meu Deus e rocha de minha salvação”. Esse versículo me fez sentir paz e gratidão pela terna misericórdia e pelo amor do Senhor.
Meu pai fechou o livro e explicou-me que aqueles versículos são, às vezes, chamados de salmo de Néfi. Depois me ensinou, com carinho, que até as maiores pessoas da Terra são imperfeitas e que elas precisam reconhecer suas imperfeições ou se tornarão orgulhosas e, portanto, não serão mais tão grandes.
Então, compreendi. O simples fato de eu ter fraquezas não significava que era incapaz de tornar-me como Néfi. O reconhecimento de minhas fraquezas me levou para mais perto do nível de Néfi. Ele foi grande porque, além de ser obediente e fiel, também era humilde e desejoso de admitir suas faltas.
A partir dessa experiência, entesourei aquelas palavras de Néfi. Toda vez que as leio, sinto a mesma emoção e a mesma inspiração de quando as li pela primeira vez. Os versículos são como uma canção que declara que sou uma filha de Deus, com uma capacidade muito maior do que poderia imaginar. Sei que, se eu for fiel e perseverar, há um número incontável de bênçãos reservadas para mim. (Shauna Skoubye, A Liahona, Março de 2010)