Desde a última conferência geral, espero que você tenha refletido sobre como pode se preparar melhor — tanto temporal quanto espiritualmente.
“…dei-lhe mandamento, mas nenhum mandamento temporal dei; pois meus mandamentos são espirituais…”
Doutrina e Convênios 29:35
Se você está começando ou recomeçando sua jornada de armazenamento de alimentos, aqui estão alguns erros que você deve evitar:
1. Adivinhar o que e quanto armazenar
Se alguém te disser para “chutar” o que precisa guardar ou quanto, fuja! Você é a pessoa mais capacitada para saber o que sua família consome. Aquelas porções de rótulo que “servem quatro” muitas vezes mal servem dois. Em tempos difíceis, as pessoas precisarão de mais calorias para se manterem bem alimentadas e com energia.
Comece a observar: quando abrir qualquer item (óleo, arroz, sabão, etc), escreva a data no rótulo. Quando acabar, você saberá por quanto tempo aquele produto dura. Isso vale até para papel higiênico: vá guardando os rolinhos usados por duas ou três semanas para entender o consumo real.
E lembre-se: nas férias escolares ou quando a casa está mais cheia, o consumo aumenta. Planeje com base na realidade do seu lar, não em listas genéricas da internet.
2. Armazenar apenas alimentos desidratados ou liofilizados
Esses alimentos têm seu valor, mas se alguém te oferecer um kit completo só com esse tipo de comida, desconfie. Durante crises mais graves, como apagões ou desastres naturais, a água pode ser escassa.
E consumir esses alimentos sem reidratar corretamente pode causar desidratação, mal-estar e até risco de vida.
Prefira incluir esses itens aos poucos e aprenda a usá-los no dia a dia.
3. Ficar só no básico
Durante uma crise, você também vai querer um docinho. Ter ingredientes para preparar bolos, biscoitos ou chocolate quente pode parecer supérfluo, mas ajuda muito no conforto emocional — principalmente com crianças em casa.
Mesmo que a crise seja apenas um desemprego ou aumento no mercado, crianças sentem o peso. Ter comidas familiares e atrativas ajuda a trazer segurança.
4. Seguir listas prontas da internet
Muitas dessas listas são bem limitadas e não atendem às necessidades nutricionais de uma família. Pouca proteína, frutas e vegetais. Confie mais no que você conhece sobre seus hábitos e monte uma lista baseada na sua realidade.
5. Escolher apenas 7 ou 10 refeições e repetir
Essa estratégia parece prática, mas causa o que chamamos de fadiga alimentar — quando comer vira uma obrigação sem prazer. Isso pode levar especialmente crianças e idosos a comerem menos do que precisam.
Em vez disso, identifique os ingredientes comuns das suas receitas favoritas e estoque esses ingredientes — incluindo temperos — para ter flexibilidade na cozinha.

6. Comprar grandes quantidades de um único alimento (tipo 100kg de arroz)
É melhor montar um estoque semanal completo, com todos os grupos alimentares, e depois expandir para 1 mês, 2 meses e assim por diante.
Cada grupo fornece nutrientes diferentes. E se a crise começar daqui a 3 semanas e tudo o que você tiver for arroz? Agora… se alguém te oferecer frutas ou legumes de graça, aceite! Congele, faça compotas ou cozinhe. Se puder encher 50 potes com pêssegos e não tiver outras frutas no momento, tudo bem — você pode diversificar depois.
7. Confiar que a Igreja ou o governo vão resolver tudo
Muita gente pensa: “A assistência social da Igreja vai cuidar de mim” ou “O governo sempre ajuda”. Mas a realidade é que em momentos de desastre, nenhuma instituição consegue chegar a todos.
Se cada um fizer sua parte, haverá mais recursos para aqueles que realmente perderem tudo. Durante a pandemia e em enchentes recentes, muitas doações nem chegaram às famílias — ficaram nos órgãos públicos.
8. Ignorar o valor das habilidades
Se você perder tudo, o que fica com você são as habilidades que aprendeu.
Sabe costurar? Fazer sabão? Cultivar alimentos? Cozinhar com o básico? Essas habilidades são fundamentais — e fazem diferença mesmo em tempos de instabilidade financeira. Durante a pandemia, quem sabia costurar ajudou muita gente com máscaras, por exemplo.
9. Esquecer os itens não alimentares
Você gostaria de ficar sem analgésico no meio de uma crise? Ou sem sabão, fraldas ou papel higiênico? Muitos produtos são esquecidos: medicamentos, produtos de limpeza, higiene pessoal, protetor solar, repelentes e até material para controle de pragas (ratos e baratas também buscam abrigo em desastres).
Abra os armários do banheiro e da lavanderia e monte uma lista do que precisa ter em reserva.
10. E o mais errado de todos: achar que se preparar é exagero ou egoísmo
Se você acha que se preparar é “paranoia”, talvez seja hora de rever esse pensamento.
Depois de tudo o que passamos nos últimos anos — pandemia, aumento dos preços, desastres climáticos — é difícil acreditar que a autossuficiência ainda seja vista como “exagero”.
Também há quem confunda preparo com acúmulo egoísta. Não é disso que estamos falando. Acumular é comprar mais do que sua família poderia consumir em anos e impedir que outros tenham acesso.
Preparar-se é adquirir, de forma organizada e responsável, aquilo que sua família realmente pode usar — e já usar no dia a dia. Isso, sim, é sabedoria. Em tempos de inflação, isso também é economia: quem armazenou antes da alta, economizou muito.

Hora de arregaçar as mangas
Agora é a hora de deixar os comentários negativos de lado e acreditar em você mesmo. Você consegue fazer isso! Confie no Senhor, ore por direção e siga em frente.
“Jesus, porém, olhando para eles disse: Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis.” Marcos 10:27
Fonte: Meridian Magazine
Ver também: O desafio de ter um armazenamento de alimentos: como começar?