Nos últimos anos, tenho refletido muito sobre o conceito de adoção. Depois do nosso casamento, minha esposa e eu fomos abençoados com dois filhos rapidamente. Taylor nasceu pouco mais de dez meses após o casamento, e Trenton chegou quinze meses depois. Então, durante quatro anos, não conseguimos engravidar novamente.

Quando Kristyn finalmente engravidou, logo em seguida ela ficou gravemente doente. A febre intensa resultou em um aborto espontâneo. Os médicos foram unânimes: ela não poderia mais ter filhos biológicos. Foi um momento devastador.

A dor e a dúvida

Diante dessa notícia, perguntei-me por que Deus permitiria tal coisa com uma mãe tão dedicada, enquanto tantas outras mulheres têm filhos sem querer. Bebês são abandonados, abortados ou negligenciados. E ali estava Kristyn, esperando ansiosamente por mais filhos. Tivemos sorte de ter dois filhos lindos, mas e quanto aos pais que não puderam ter nenhum?

Como homem, eu também sonhava com o título de “pai”. Quando essa chance parece inalcançável, o que nos resta? Foi a partir disso que comecei a me aprofundar no significado da adoção. Afinal, seria possível encontrar um propósito maior nisso tudo?

Adoção no evangelho: Um princípio celestial

Descobri que, aos olhos de Deus, não há distinção entre filhos biológicos e adotivos. No evangelho de Jesus Cristo, todos somos irmãos e irmãs, chamados a exercer mordomia uns sobre os outros para aprendermos a ser pais celestiais.

Aliás, a adoção é central em toda a mensagem do evangelho. Está presente nas escrituras e foi usada pelo próprio Pai Celestial ao confiar Seu Filho Unigênito a José e Maria. Foi uma escolha divina baseada em amor, propósito e confiança.

Para entender melhor, conversei com Brandon Doman, ex-treinador da BYU e jogador recrutado pela NFL. Conheci Brandon em projetos profissionais e, com o tempo, admirei-o mais como pai do que como esportista.

Ele e sua esposa, Alisha, adotaram seis filhos. Brandon recusou ofertas lucrativas como treinador para estar mais presente com sua família. Para ele, essas crianças são verdadeiramente suas. Ele é o pai delas, não importa os laços sanguíneos. A família que eles construíram é fruto de amor e inspiração divina.

Ele disse: “A adoção é um ato milagroso que une famílias de forma direta e inspirada. Sentimos que nossos filhos abençoaram nossa vida mais do que jamais poderíamos abençoar as deles”.

Selamento, fé e eternidade

Naturalmente, perguntei a Brandon como ele desenvolveu essa visão tão clara. Ele apontou para o plano de salvação. A história de José, pai adotivo de Jesus, serviu como guia. Sua dedicação foi essencial para o ministério de Cristo.

Brandon resumiu: “Deus quer selar sobre nós as bênçãos de Abraão, Isaque e Jacó, quer sejamos nascidos na aliança ou adotados nela. O que importa é encontrarmos essas bênçãos”.

Essa visão me tocou profundamente. O selamento mais importante é entre marido e mulher. Depois, pais se tornam canais para selar filhos, sejam biológicos ou adotivos, aos seus Pais Celestiais. É esse elo que nos permite habitar com Deus e com nossas famílias na eternidade.

Ou seja, pais terrenos agem por procuração divina, ligando filhos aos pais celestiais. Assim como Cristo agiu por nós, fazemos isso por nossas famílias.

Jeremy Jergensen, presidente de estaca, compartilhou sua experiência com a adoção. Ele e sua esposa, Liz, agiram com base na fé. Liz disse: “Minha fé foi tudo no processo de adoção. Graças à Restauração, a adoção ganhou novo significado. Antes, todos nós éramos filhos sem pais. Agora, podemos ser reunidos pela Expiação”.

Jeremy completou: “A maior benção foi entrar no templo e selar uma criança adotada à nossa família para a eternidade”.

O Pai Celestial nos confia papéis importantes. A adoção não é um plano B. Muito pelo contrário, é um princípio divino, nobre e essencial. Pais adotivos representam a mais alta expressão de amor, sacrifício e confiança divina. São exemplos vivos de como o evangelho se manifesta em atos diários de amor.

Fonte: GregTrimble

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