Mórmons criam jogo MOBA online e lançam no Steam
Alunos da BYU criaram jogo online rápido e fácil de se aprender
Apenas três dias após o lançamento de Vanguards – o projeto principal dos estudantes do grupo de animações da BYU – 1.500 pessoas já baixaram e jogaram o jogo.
“Pensamos que entre 30 a 400 pessoas jogariam o jogo após o lançamento no Steam, que é o equivalente ao App Store ou Google Play para jogos”, disse o estudante de animação Garrett Egan, produtor do jogo. “Não esperamos obter quatro vezes mais downloads, de forma tão rápida.”
Apesar da surpresa, isso não significa que o sucesso de Vanguards tenha sido conquistado. Todos os anos, os alunos de animação seniores lideram um projeto para construir um jogo. Este ano eles aceitaram um desafio difícil: criar sua versão de um jogo multiplayer online de batalha, ou MOBA, um dos gêneros mais populares e complexos, e torná-lo simples para que qualquer pessoa consiga jogar – jogadores com ou sem experiência.
Você pode baixar Vanguards agora, disponível gratuitamente no Steam.
A equipe, liderada por Egan e o desenvolvedor Jordan Taylor, criou um mini-MOBA, um jogo de batalha que ocorre numa arena, inspirado em jogos populares como League of Legends e Heroes of the Storm.
“Queríamos encolher o gênero MOBA ficando apenas com as partes que gostamos, nos livrando de todo o resto no processo”, disse Egan. “Nós gostamos da parte do jogo em que todos se encontram e lutam. Fizemos com que isso acontecesse sempre.”
No processo de deixar o gênero mais enxuto, a equipe manteve o básico do MOBA: duas equipes lutam para destruir a base do outro, cada jogador escolhe um personagem com um conjunto de habilidades específicas, clica com o botão direito para se mover e pressiona uma das teclas QWER para usar uma habilidade. Mas em vez de escolher 1 dentre 150 de personagens, Vanguards oferece três opções. E em vez de jogos de 40 minutos com regras complexas, as rodadas de Vanguards duram entre 7 a 10 minutos.
Esta abordagem do gênero MOBA torna o jogo acessível para a maioria das pessoas. Jogadores não precisam de experiência prévia ou muito tempo para poder jogar – em 30 minutos eles deixam de ser jogadores que só apertam botões para estrategistas.
“Aliás, eu não me juntei ao projeto no começo porque eu não estava interessado em MOBAs – eu odeio o gênero”, disse o diretor de arte de Vanguards Tom Woodbury. “Mas esta versão é apenas para diversão, sem mecânicas estranhas. Eu continuo jogando para realizar testes, mas termino apenas jogando para me divertir, uma prova de que o jogo é bom.”
O que separa Vanguards de outros MOBAs é a inclusão do elemento fantasma, que começa uma contagem regressiva quando é colocado na base inimiga. Neste ponto, a equipe atacante tenta danificar a base, enquanto a equipe defensora tenta recuperar o controle de sua base e mover o fantasma para a base do seu oponente antes que a contagem regressiva pare e o jogo termine.
“Ele funciona como um esporte, como futebol, basquete ou rouba bandeira, onde existe um objetivo principal que todos estão buscando alcançar”, disse Egan. “Em nosso jogo, o objetivo é o fantasma.”
Vanguards é o resultado de quase um ano e meio de trabalho de uma equipe interdisciplinar de estudantes – programadores, ilustradores, fotógrafos e músicos – às vezes com 50 pessoas trabalhando no projeto. Coordenar tantas pessoas e opiniões para criar um produto simples e simplificado nem sempre foi fácil.
Um dos maiores desafios para a equipe estudantil foi a construção de um jogo em rede, onde as pessoas poderiam jogar de computadores diferentes, sem atrasos.
“É cerca de 10 vezes mais difícil construir um jogo em rede do que construir um jogo para um único jogador, razão pela qual a BYU pensou durante muito tempo que os alunos não conseguiriam completá-lo”, disse o principal desenvolvedor Jordan Taylor.
Conseguir colocar o jogo Vanguards no Steam foi uma conquista por si só – o distribuidor só aceita cerca de 15 por cento dos envios. Porém, o trabalho da equipe não está concluído, pelo menos do lado da programação.
“Muito mais pessoas do que imaginamos estão jogando Vanguards, o que é estimulante e validador. Mas muitas das coisas que nós varremos para debaixo do tapete já não são tão insignificantes agora”, disse Taylor. “Então, enquanto houver interesse e as pessoas estiverem jogando o jogo, vou continuar trabalhando nisso e torná-lo melhor por um longo tempo.”
O professor de animação Seth Holladay, o conselheiro do projeto, disse que o sucesso no Steam fala tanto da qualidade de Vanguards como dos alunos que a criaram.
“É o jogo deles, e eles fizeram um trabalho incrível”, disse Holladay. “Eu sei que preciso lembrar os estudantes de passarem nas outras matérias. Mas eles estão sendo bem sucedidos em sua criação.”
Este artigo foi escrito no site cs.byu.edu. Traduzido por Esdras Kutomi.