No dia 5 de setembro chegou aos cinemas o filme “Light of the World” (“Jesus, Luz do Mundo” em português – tradução livre), uma animação em 2D que foge do padrão das produções religiosas tradicionais. Segundo o site oficial do projeto, a estreia nos cinemas do Brasil acontecerá no dia 11 de dezembro.
A organização sem fins lucrativos Salvation Poem Project idealizou o filme não apenas como uma estreia de bilheteria, mas como o ponto de partida de um plano internacional de 30 anos. Dirigido por John Schafer e pelo ex-animador da Disney, Tom Bancroft, com roteiro financiado por Matthew McPherson, fundador da organização sem fins lucrativos Salvation Poem Project.
McPherson financiou integralmente o orçamento de 20 milhões de dólares e se comprometeu a não direcionar nenhum lucro a bolsos privados. Toda a arrecadação será reinvestida em novos projetos da organização.
O objetivo é claro: transformar “Jesus, Luz do Mundo” em uma força motriz de um ecossistema de produtos religiosos. A iniciativa inclui séries, curtas, videogames gratuitos e material educativo infantil.
A organização também planeja traduzir o filme para 500 idiomas. Se concretizada, essa meta colocará a produção entre as de maior alcance linguístico da história do cinema.

Uma narrativa pouco comum
O filme conta a história de Jesus pela perspectiva de João, o discípulo mais jovem. Segundo os criadores, é uma narrativa como uma história de iniciação e crescimento pessoal.
Segundo Brennan McPherson, produtor do projeto, a equipe decidiu evitar abordagens tradicionais e buscou oferecer uma visão mais íntima, pensada para quem não tem um contexto religioso prévio. Schafer explicou:
“Queríamos que fosse divertida, acessível e fiel ao essencial do relato bíblico, mas também diferente: mostrar um Jesus humano, que ri e faz brincadeiras.”
A opção pela animação 2D, em vez das técnicas digitais hiper-realistas, foi uma escolha estratégica. A intenção é criar uma estética atemporal, inspirada nos livros ilustrados infantis, capaz de se manter relevante em diferentes culturas e gerações.
Concorrência ou complemento
A estreia ocorre em um momento em que o cinema religioso está ganhando espaço, com exemplos recentes como The Chosen e Casa de Davi. No entanto, os responsáveis insistem que não buscam competir, mas ampliar o espaço para esse tipo de conteúdo.
A verdadeira incógnita está na capacidade de “Jesus, Luz do Mundo” de gerar impacto para além do público religioso tradicional.
Se a aposta de Schafer, Bancroft e McPherson der certo, uma nova franquia poderá se consolidar. Além disso, será colocado à prova um modelo alternativo de produção e distribuição: filmes concebidos como motores de projetos sociais e culturais em larga escala.
O tempo dirá se esta animação se tornará um caso de estudo dentro do crescente mercado do cinema de inspiração espiritual.
Assista ao trailer em inglês aqui.
Fonte: Deseret News
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