“Jamais esqueçamos que somos os filhos e as filhas de Deus, iguais à vista Dele com diferentes responsabilidades e capacidades que nos foram designadas por Ele, tendo recebido acesso a Seu poder do sacerdócio.” -Élder M. Russell Ballard

Muitos questionamentos ao longo da história da Igreja foram feitos com relação ao sacerdócio. Assim, um dos maiores questionamentos envolve as mulheres. As perguntas giram em torno do porquê de o sacerdócio não ser conferido às mulheres.

Alguns questionam que se os direitos são realmente iguais porque as mulheres não têm o sacerdócio assim como homens.

O Sacerdócio é para todos

A chave para entender esse questionamento talvez esteja em uma definição simples sobre o que é o sacerdócio:

“O sacerdócio é o poder de Deus delegado ao homem para agir em prol da salvação da humanidade.”  

Por essa definição entendemos que o poder é conferido aos homens, mas não para agir unicamente em seu próprio benefício! O sacerdócio sempre será para outra pessoa! O portador do sacerdócio, por exemplo, nunca se dá uma bênção, ele sempre precisa de outro portador.

Para enfatizar esse ponto tão importante, de que o Sacerdócio nunca deve ser usado para “tirar vantagem” recorremos a uma admoestação contida em Doutrina e Convênios 121:41:

“Nenhum poder ou influência pode ou deve ser mantido em virtude do sacerdócio, a não ser com persuasão, com longanimidade, com brandura e mansidão e com amor não fingido”.  

O Sacerdócio é para todos!

No treinamento mundial de liderança de 2013, o Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, disse enfaticamente:

“Os homens não são o sacerdócio!”

Como isso se aplica às mulheres?

Num discurso para a Sociedade de Socorro, o Presidente Joseph Fielding Smith, que na época era o Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, disse o seguinte:

“Embora as irmãs não tenham recebido o sacerdócio, isso não significa que o Senhor não lhes concedeu autoridade. Um homem ou uma mulher podem receber autoridade para fazer certas coisas na Igreja que são válidas e absolutamente necessárias para nossa salvação, como o trabalho que nossas irmãs realizam na casa do Senhor. Elas receberam autoridade para realizar algumas coisas grandiosas e maravilhosas, sagradas para o Senhor, e tão absolutamente válidas quanto as bênçãos concedidas aos homens que possuem o sacerdócio.”

É muito interessante notar os pequenos detalhes na fala do Presidente Joseph Fielding Smith! Repetimos:

Elas [as mulheres] receberam autoridade para realizar algumas coisas grandiosas e maravilhosas, sagradas para o Senhor, e “tão absolutamente válidas quanto as bênçãos concedidas aos homens que possuem o sacerdócio”.

Trabalho mútuo

Se pararmos para pensar em todas as coisas que as mulheres fazem, podemos começar a entender essa citação. Elas estão em todos os lugares, ocupam muitas posições, tantas que não precisamos enumerá-las aqui. As mulheres não devem se sentir menores, nem os homens maiores. Nas palavras do Élder M. Russell Ballard:

“Jamais esqueçamos que somos os filhos e as filhas de Deus, iguais à vista Dele com diferentes responsabilidades e capacidades que nos foram designadas por Ele, tendo recebido acesso a Seu poder do sacerdócio.”

Em um discurso na Conferência Geral de abril de 2014, o Élder Dallin H.Oaks disse:

“Não estamos acostumados a dizer que as mulheres têm a autoridade do sacerdócio em seu chamado na Igreja, mas que outra autoridade poderia ser? Quando uma mulher — jovem ou idosa — é designada a pregar o evangelho como missionária de tempo integral, ela recebe a autoridade do sacerdócio para realizar uma função do sacerdócio. O mesmo se aplica quando uma mulher é designada para atuar como líder ou professora em uma organização da Igreja, sob a direção de alguém que possui as chaves do sacerdócio. Qualquer pessoa que atue em um ofício ou chamado recebido de alguém que possui as chaves do sacerdócio exerce a autoridade do sacerdócio ao cumprir seus deveres designados.”

A igualdade é um fato na Igreja de Jesus Cristo. Há, no entanto, diferentes responsabilidades.

“Assim como uma mulher não pode conceber um filho sem um homem, da mesma forma um homem não pode exercer plenamente o poder do sacerdócio para estabelecer uma família eterna sem uma mulher. Na perspectiva eterna, tanto o poder de procriação quanto o poder do sacerdócio são compartilhados pelo marido e pela mulher.”

As bênçãos são para todos

Definitivamente, entendemos que os homens recebem o sacerdócio para beneficiar a todos.

“Quando homens e mulheres vão ao templo, ambos são investidos com o mesmo poder, que por definição é o poder do sacerdócio. Embora a autoridade do sacerdócio seja dirigida pelas chaves do sacerdócio e as chaves do sacerdócio sejam conferidas apenas aos homens dignos, as bênçãos do sacerdócio estão à disposição de todos os filhos de Deus”.

O Presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) explicou:

“As bênçãos do sacerdócio estão ao alcance de todos. Elas também são derramadas (…) sobre todas as mulheres fiéis da Igreja. (…) Deus oferece a Suas filhas todos os dons e todas as bênçãos espirituais colocados à disposição de Seus filhos homens.”

Todos os papéis que as mulheres têm, todos os cargos que elas ocupam, todos os chamados em que elas servem e tudo o que elas são, mostram-nos uma única verdade: que sua esfera de influência é inigualável — uma esfera que não pode ser duplicada pelos homens. Ninguém pode defender nosso Salvador com mais persuasão ou poder do que mulheres! As filhas de Deus que têm essa força e convicção interiores. O poder da voz de uma mulher convertida é imensurável.

Que ao pensar no sacerdócio possamos sempre nos lembrar das palavras da irmã Linda K. Burton:

“A autoridade do sacerdócio é conferida pela ordenação, mas o poder do sacerdócio está ao alcance de todos. A retidão é o que permite a cada um de nós convidar o poder do sacerdócio para nossa vida.”

Embora a maioria das mulheres da igreja se sintam muito valorizadas e felizes na Igreja, para outras, é uma questão difícil. Pensando nisso, separamos estas três razões do porquê as mulheres não precisam de ser ordenadas ao sacerdócio escritas por Payton Jones.

1. As mulheres têm um poder muito mais importante

Mulheres podem fazer tanto quanto os homens, mas cada gênero tem um papel individual e importante. A Família–Proclamação Ao Mundo diz:

“Cada indivíduo é um filho (ou filha) gerado em espírito por pais celestiais que o amam e, como tal, possui natureza e destino divinos. O sexo (masculino ou feminino) é uma característica essencial da identidade e do propósito pré-mortal, mortal e eterno de cada um.”

“Segundo o modelo divino, o pai deve presidir a família com amor e retidão, tendo a responsabilidade de atender às necessidades de seus familiares e de protegê-los. A responsabilidade primordial da mãe é cuidar dos filhos. Nessas atribuições sagradas, o pai e a mãe têm a obrigação de ajudar-se mutuamente, como parceiros iguais.”

Homens, portanto, têm um dever importante de atender às necessidades da família, presidir, e proteger. O sacerdócio ajuda ao homem para que ele possa atender as necessidades da família. Em casos em que a família não tenha um membro do sexo masculino digno que possa exercer o sacerdócio, os mestres familiares e líderes da igreja ajudam com esse papel.

Mulheres carregam um poder muito mais sagrado, um poder inato que ninguém precisa dar a elas. Mulheres têm o poder de criar a vida e têm uma habilidade incrível de cuidar e criar os filhos. Os homens devem ajudar igualmente nesta responsabilidade, mas nada pode substituir o amor de uma mãe.

Este poder, não o sacerdócio ou a liderança na igreja, é o poder de mudar o futuro. É o poder de mudar o mundo, uma pessoa por vez. Como o mundo mudaria se toda pessoa tivesse uma mãe amável que a criasse? Neal A. Maxwell declarou o seguinte:

“Quando a história verdadeira da humanidade for revelada, retratará dos ecos de tiros, ou do som de canções de ninar? Os grandes armistícios feitos por militares ou a tranquila pacificação feita por mulheres nos lares e na vizinhança? Será que aquilo que acontece em berços e em cozinhas prova ser mais influente do que aquilo que aconteceu nos congressos? Quando as ondas dos séculos fazem com que as grandes pirâmides se desintegram em areia, a família eterna ficará, porque é uma instituição celestial, criada fora do tempo telestial.”

A maternidade é um poder e um dever mais importante do que qualquer sacerdócio. Howard W. Hunter afirmou, “A maternidade se aproxima a divindade. É o serviço mais alto e sagrado a ser assumido pela humanidade.”

2. As mulheres já exercem o sacerdócio

O Élder Dallin H. Oaks do Quórum dos Doze Apóstolos discursou à respeito das mulheres e o sacerdócio.Ele indicou que, mesmo sem ordenar mulheres ao sacerdócio, a igreja lhes confere poder quando elas desempenham funções. O Élder Oaks disse:

“Não estamos acostumados a dizer que as mulheres têm a autoridade do sacerdócio em seu chamado na Igreja, mas que outra autoridade poderia ser? Quando uma mulher — jovem ou idosa — é designada a pregar o evangelho como missionária de tempo integral, ela recebe a autoridade do sacerdócio para realizar uma função do sacerdócio.”

Adicionalmente, as mulheres designadas para trabalhar no templo oficiam nas ordenanças do sacerdócio. Elas não precisam receber o sacerdócio da mesma maneira que os homens recebem. Elas simplesmente recebem uma designação e aí trabalham na mesma função que os homens.

Spencer W. Kimball ecoou as palavras do templo quando disse:

“Trazemos filhos para o mundo para se tornarem reis e rainhas, sacerdotes e sacerdotisas para o Senhor” (Guia do Aluno, Instituto- Doutrina e Convênios 93)

As mulheres já exercem o poder do sacerdócio e exercerão para sempre como rainhas e sacerdotisas para o Senhor, se permanecerem dignas desse chamado sagrado.

3. Nem todo mundo precisa ter o sacerdócio de uma vez

Quem detém o sacerdócio nunca o usa para benefício próprio.É impossível usar o sacerdócio para se beneficiar: pense como seria ridículo colocar as próprias mãos sobre a cabeça e se dar uma bênção.

Do mesmo modo, quem possui o sacerdócio também não pode usá-lo para obter ganho. Nenhum líder da igreja recebe um salário. Acreditamos que “artimanhas sacerdotais” (o ato de receber dinheiro por serviço ou liderança na igreja) vem do diabo. Alma disse que “se tais artimanhas tivessem sido impostas [ao] povo, teriam acarretado a sua total destruição.”

Quando Simão o Mago ofereceu dinheiro para receber o sacerdócio, Pedro o amaldiçoou dizendo “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro” (Atos 8:20). Néfi explicou o propósito verdadeiro do sacerdócio:

“Eis que ordenou o Senhor a alguém que não participasse de sua bondade? Eis que vos digo: Não; mas todo homem tem tanto privilégio quanto qualquer outro e nenhum é excluído. Ele ordena que não haja artimanhas sacerdotais; pois eis que artimanha sacerdotal é o homem pregar e estabelecer-se como uma luz para o mundo, a fim de obter lucros e louvor do mundo; não procura, porém, o bem-estar de Sião. Eis que o Senhor proibiu isto; portanto deu o Senhor Deus um mandamento de que todos os homens tenham caridade; e a caridade é amor. E se não têm caridade, nada são (2 Néfi 26:28-30)”

Devemos exercer o sacerdócio com caridade e altruísmo. Portanto, não é necessário que todo mundo tenha o sacerdócio.

Ter funções ainda mais importantes

Ao longo da história, grupos específicos exerceram o sacerdócio. No antigo reino de Israel, concederam o sacerdócio apenas a uma das doze tribos — a tribo de Levi (veja Números 3:5-10). Pessoas de outras tribos não podiam ter ofício no sacerdócio Levítico.

Hoje, todos os homens dignos podem receber o sacerdócio. Mesmo assim, isso não significa que todos os homens recebem todas as chaves e poderes do sacerdócio. De fato, só Jesus Cristo possui todas as chaves do sacerdócio. Mesmo que o profeta tenha todas as chaves para liderar a igreja, ele não tem muitas chaves, como as chaves de ressurreição e da criação. Por que não? Porque não é preciso. Isso não iria nos beneficiar neste ponto em nossas vidas.

Acredito que é o mesmo com as mulheres e a ordenação ao sacerdócio. É claro que as mulheres são tão dignas e capazes quanto os homens. Porém, as mulheres não precisam exercer exatamente as mesmas funções que os homens—como disse anteriormente, elas exercem funções que são ainda mais importantes.

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