Muitas pessoas ficam confusas ao estudar as escrituras e encontrar os termos Elias, Elijah e Espírito de Elias. Às vezes parece que estamos falando da mesma pessoa, outras vezes parecem três conceitos diferentes. Parte da confusão vem do fato de que “Elias” pode ser um nome, um título ou uma tradução diferente de “Elijah”. Entender essa diferença ajuda a compreender melhor o papel do profeta Elijah, o uso do título Elias nas escrituras e o significado do Espírito de Elias relacionado ao templo e à história da família.
1. Elias
Nas escrituras, especialmente em Doutrina e Convênios e nos ensinamentos do Profeta Joseph Smith, o nome Elias pode ter dois sentidos distintos.
Primeiro, existe Elias como um profeta real, que viveu na época de Abraão. Não sabemos quase nada sobre sua vida ou missão mortal, as escrituras não registram detalhes sobre ele.
Segundo, Elias também é usado como título, aplicado a qualquer mensageiro que tem a missão de preparar ou restaurar algo na obra de Deus. João Batista, por exemplo, recebe o título de Elias porque preparou o caminho para Cristo. Jesus Cristo também recebe esse título porque restaurou o evangelho e o sacerdócio. Outros servos de Deus nas escrituras também são chamados de Elias nesse sentido.
No Novo Testamento, a palavra Elias é a tradução grega do nome hebraico Eliyahu, que em inglês aparece como Elijah. Em português, nas Bíblias tradicionais, “Elijah” aparece como “Elias” e é isso que causa tanta confusão.

2. Elijah (o profeta do Velho Testamento)
Quando usamos o nome Elijah, estamos falando de uma pessoa específica: o profeta do Velho Testamento que enfrentou os profetas de Baal e foi levado ao céu sem experimentar a morte. Em português, nas Bíblias cristãs, ele aparece com o nome Elias.
O profeta Malaquias profetizou seu retorno:
“Eis que eu vos envio o profeta Elias antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.”
(Malaquias 4:5)
Essa profecia foi cumprida em 3 de abril de 1836, no Templo de Kirtland, quando Elijah apareceu a Joseph Smith e Oliver Cowdery e restaurou as chaves do selamento eterno, que permitem ligar na terra e no céu (Doutrina e Convênios 110:13–15). Graças a esse retorno, selamentos familiares e ordenanças vicárias existem nos templos hoje.
Na tradição judaica, Elijah ainda é aguardado. Na celebração da Páscoa (Seder), uma cadeira é deixada vazia e a porta é aberta simbolicamente para sua chegada.

3. O Espírito de Elias (a influência que move corações ao templo e à família)
O Espírito de Elias não é uma pessoa, mas uma influência espiritual. Esse termo representa o poder que faz com que os corações se voltem à família, tanto aos antepassados quanto aos descendentes. É esse espírito que desperta em nós o desejo de fazer história da família e fortalecer conexões eternas.
Esse é o cumprimento da profecia: “Ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos pais.”
Enquanto Elijah trouxe as chaves do selamento, o Espírito de Elias é o impulso espiritual que nos move a usar essas chaves, preenchendo o templo com nomes e histórias.
Assim como Elijah restaurou as chaves do selamento no Templo de Kirtland, o Presidente Russell M. Nelson tem reforçado que essas mesmas chaves continuam operando hoje. Em sua mensagem na Conferência Geral de abril de 2024, ele explicou que a adoração no templo só é possível porque as chaves do sacerdócio foram restauradas à Terra.
Ele declarou: “Sem as chaves do sacerdócio, nenhum de nós teria acesso às ordenanças e aos convênios essenciais que nos unem eternamente a nossos entes queridos.”
Ao compreender a diferença entre Elias e Elijah nas escrituras, percebemos que a restauração não é apenas um evento histórico, ela afeta diretamente nossa vida hoje.
O Presidente Nelson testificou que o templo é o lugar onde o céu se abre, onde recebemos revelação pessoal, força espiritual e onde as bênçãos prometidas a Abraão se tornam acessíveis a todos. Para ele, adorar no templo é agarrar-se mais firmemente à barra de ferro e uma evidência de que as chaves restauradas por Elijah continuam ativas na obra de Deus em nossos dias.
Ver também:
- Elias já voltou? O que o retorno dele significaria?
- Como a Bíblia e o Livro de Mórmon nos ajudam a entender o poder selador?
- O anjo Gabriel é Noé, o antigo patriarca bíblico? Ele também seria Elias?



