Pergunta:

Uma vez ouvi falar que o nome do último profeta que presidirá a Igreja quando Jesus Cristo voltar se chamará Davi, o famoso “servo davídico”. Isso é verdade?

Resposta:

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias não tem nenhuma alegação ou posicionamento sobre este assunto. Mas então, de onde surgiu essa pergunta? Vamos analisar juntos.

Servo Davídico

Algumas passagens do Antigo Testamento (Ezequiel 34:23-24, 37:24-25, Jeremias 30:9, 23:5-6) mencionam um “Rei Davídico” ou um “Servo Davídico” que teria um papel importante nos últimos dias.

A interpretação mais aceita, tanto entre estudiosos quanto entre os líderes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, é que essas profecias se referem a Jesus Cristo, que reinará sobre a Terra depois de Sua Segunda Vinda.

Entretanto, há pessoas fora da Igreja e alguns estudiosos dissidentes que ensinam uma ideia diferente: eles afirmam que esse “Servo” seria um homem mortal comum, cuja identidade ainda seria revelada no futuro.

Por causa da menção ao nome “Davi” nessas profecias, alguns especularam, em tempos diferentes, que líderes da Igreja com esse nome, como o Élder David A. Bednar ou o Presidente David O. McKay, poderiam ser esse “Servo”.

Esses e quaisquer outros argumentos a favor de um Servo mortal nunca foram apresentados ou retratados como revelações para a Igreja e não constituem, de forma alguma, doutrina da Igreja. 

Nenhum profeta ou líder da Igreja afirmou categoricamente que haverá um Servo davídico mortal, e os líderes que se pronunciaram sobre o assunto declararam que as escrituras em questão se referem a Jesus Cristo.

Jesus Cristo caminhando em um bosque.
Fonte: internet

Sobre revelações 

Os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias acreditam que Deus continua a revelar Sua vontade aos filhos Dele. Essas revelações podem vir por meio do profeta e de outros líderes da Igreja, mas também de forma pessoal, quando Ele inspira e orienta cada indivíduo em sua própria vida.

A Igreja se preocupa com a disseminação de informações verdadeiras e inspiradas do evangelho de Jesus Cristo. Os líderes da Igreja aconselharam especificamente contra o uso de passagens vagas das escrituras ou citações de discursos antigos da Igreja.

Na Conferência Geral de outubro de 2012, o Élder Neil L. Andersen ensinou: 

“Há um princípio importante que governa a doutrina da Igreja. A doutrina é ensinada por todos os 15 membros da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze. Não está oculta num obscuro parágrafo de um discurso. Os princípios verdadeiros são ensinados frequentemente por muitos. Nossa doutrina não é difícil de achar.”

Honramos e reconhecemos o valor do que foi ensinado antes, mas é essencial compreender o contexto histórico e doutrinário em que tais declarações — e também as escrituras — foram dadas.

Extrair uma frase isolada de seu contexto ou interpretá-la de forma literal e desconectada pode levar a conclusões equivocadas. Os ensinamentos antigos que ainda têm aplicação são reafirmados pelos líderes modernos, que recebem revelação para as necessidades e circunstâncias do nosso tempo.

Os ensinamentos recentes são o padrão ao qual os membros devem prestar atenção.

O Presidente Ezra Taft Benson fez a seguinte declaração sobre este assunto:

“O profeta mais importante, no que nos diz respeito, é aquele que vive em nossos dias e em nossa época. Esse é o profeta que recebe hoje as instruções que Deus tem para nós.”

Conclusão

Não há nenhuma revelação ou doutrina oficial que ensine que haverá um “servo davídico” mortal nos últimos dias. As escrituras que mencionam esse servo apontam para Jesus Cristo, o verdadeiro Rei Davídico, que governará a Terra após Sua Segunda Vinda.

Em tempos de tantas interpretações e especulações, é essencial firmar nossa fé na revelação viva e na orientação dos profetas atuais. O Senhor continua a dirigir Sua Igreja por meio de Seus servos escolhidos, e Ele revelará todas as coisas “em seu devido tempo” (Doutrina e Convênios 88:68).

Assim, em vez de nos “perdermos” em teorias, podemos concentrar nossos esforços em seguir o Salvador e preparar-nos espiritualmente para o glorioso dia em que Ele voltará.

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