Você já ouviu falar no morango do amor? No famoso Bobbie Goodies? No Labubu? E em outras modinhas atuais? Se não, parabéns! Você está bem! Se já ouviu, tudo certo, é normal encontrar essas coisas nas redes. Mas se você só vê isso e vive para isso, temos um problema. Essas coisas são “brainrot“, ou melhor dizendo, apodrecimento mental. Isso pode ser muito ruim para nós. E como sair disso?
O fenômeno das redes sociais
O termo brainrot ganhou força nos últimos tempos porque, muitas pessoas têm ficado sem assunto ou conhecimento útil, vivendo apenas de superficialidades ligadas à vida de influencers ou modinhas. Contudo, sua primeira utilização foi feita por Henry David Thoreau, no livro Walden, ou A Vida nos Bosques, onde ele fala sobre como a sociedade nos influencia a pensar menos e a rejeitar ideias complexas.
O brainrot surge quando buscamos apenas conforto mental, evitando qualquer esforço que estimule nosso cérebro. Esse “apodrecimento mental” pode vir de conteúdos virais, de passar horas nas redes sociais, de “maratonar” séries sem pausa ou de viver sempre no piloto automático. Em vez das redes sociais serem um momento, acabam virando uma vida.
Por que estamos no “brainrot”?
É quase impossível nunca ter acordado e, no automático, pegado o celular. Quando isso se torna rotina, não é mais lazer, é vício. E não poupa ninguém: adultos disfarçam, crianças choram porque não querem largar. Mas por que é tão difícil admitir que estamos presos ao celular?
As redes sociais funcionam como uma anestesia: nosso cérebro quase não trabalha enquanto rolamos a tela. Só que esse estímulo barato cobra caro depois, quando perdemos a capacidade de focar como naquela aula na Igreja que parece interminável ou na ansiedade para saber se o time fez gol durante as reuniões dominicais.
Não é “eu preciso ver mensagens importantes”. Não! Isso é brainrot. A luz da tela, as cores escolhidas, as músicas tocadas são sempre escolhidas friamente para nos prender e o próprio algoritmo entrega sempre o que agrada. E nós aceitamos sem questionar. Esse conforto preguiçoso corrói a mente, gera dependência e abre caminho para algo muito mais perigoso: depressão, apatia e perda de propósito. E então, o apodrecimento mental.

Sabedoria ou ignorância?
Com tudo, já entendemos que nosso cérebro tende a preferir o brainrot porque ele dá uma recompensa rápida e fácil. E quase nenhum esforço é necessário. Mas em Mosias 4:30 diz:
“Isto, porém, posso dizer-vos: se não tomardes cuidado com vós mesmos e vossos pensamentos e vossas palavras e vossas obras; e se não observardes os mandamentos de Deus nem continuardes tendo fé no que ouvistes concernente à vinda de nosso Senhor, até o fim de vossa vida, perecereis. E agora, ó homem, lembra-te e não pereças.”
Quando não cuidamos de corpo e mente de verdade, o espírito enfraquece. “Cuidar”, nesse contexto, significa vigiar o que predomina em nossos pensamentos, em nossas falas e em nossas ações ao longo do dia. Se tudo o que é feito durante o dia é referente a vida virtual, estamos permitindo a morte espiritual e mental. Já se ouve que “quem nada conhece, muito é feliz”, a famosa ignorância. Mas se estivermos na ignorância das redes, o prazer momentâneo até aparece, só que nosso cérebro perece, e os efeitos negativos aparecerão depois.
Natureza divina
Coisas como estudar as escrituras, refletir profundamente e se dedicar a atividades que desafiam a mente dão crescimento verdadeiro, mas exigem disciplina e paciência. Além disso, experiências de vida que nos fazem servir e trabalhar de forma significativa também nos fortalecem: o testemunho da Igreja, o prazer de um dia na praia, cuidar de crianças como professores ou de pacientes como médicos, tudo isso enriquece o homem, fortalece a mente, o corpo e o espírito.
Nossa natureza vem do trabalho e do serviço verdadeiro; quem busca apenas conforto ou descanso constante nada terá, nem mente, nem corpo, nem resultados na vida. Como alerta, devemos vigiar nossos pensamentos e não deixar que o superficial domine, porque senão a vida passa, os dias continuam girando e, quando percebemos, acabamos sem ter realizado nada de significativo.
O impacto do brainrot nas gerações
As gerações anteriores não tinham acesso fácil a telas, redes sociais ou conteúdo instantâneo. Mesmo naquela época, ansiedade e depressão existiam, mas os fatores eram diferentes e muitas vezes as pessoas eram até mais felizes, pois não estavam constantemente sobrecarregadas de informações.
Para os adultos, o brainrot se torna vício: há a parte superficial, ligada aos conteúdos famosos, e a parte mais profunda, ligada às horas gastas sem propósito. Mesmo que o conteúdo seja bom, podcasts instrutivos, artigos, vídeos edificantes ou engraçados, quando usado apenas para prazer, sem aprendizado ou crescimento, transforma-se em vício. E isto é porque há um vazio que tentamos preencher com essas distrações que poderia, na verdade, ser preenchido de maneira muito mais saudável: por Jesus Cristo.

O Salvador como solução para o vazio mental e espiritual
Não há outra forma: somente por Ele o vazio pode ser verdadeiramente preenchido. Jesus Cristo é vida e luz. Ele entende nossas dores, nossas lutas diárias e o cansaço mental que sentimos, porque venceu o mundo e passou pelas dificuldades da vida.
Cristo pode alimentar nossa mente, nosso espírito e até fortalecer nosso corpo de uma forma que nenhuma rede social ou distração digital consegue. Quem tem um testemunho verdadeiro sobre Ele sabe que não é apenas da boca para fora: Ele preenche o vazio em todas as áreas da vida.
Quando deixamos de buscar apenas conforto e prazer momentâneo, Ele nos transforma, trazendo luz, propósito e alegria verdadeira. Fomos criados para ser felizes e ter alegria, e não para viver presos ao vazio das distrações. Por isso, precisamos cuidar de nós mesmos, proteger nossas crianças e nossas vidas, e estabelecer limites conscientes: desligar-se das redes, buscar esportes, hobbies e momentos espirituais, fortalecendo mente, corpo e espírito.
Quanto mais deixamos o brainrot dominar, mais difícil será sair dele; mas com disciplina, esforço e Cristo, podemos preencher nosso coração de luz e viver plenamente.
Viver além das redes sociais
A vida não foi feita para as redes sociais. Se alguém sente medo de perder uma moda passageira ou se preocupa em não receber aquela mensagem, no fim das contas, isso pouco importa. É muito melhor escolher viver de verdade, em vez de apenas existir. Cristo pode nos ajudar nisso. Ele nos transforma a cada dia, quando permitimos que Ele entre em nossa vida.
Se deixarmos que modinhas ocupem nossa mente de forma tão perigosa, corremos o risco de deixar as palavras boas, as boas novas e as notícias edificantes terem menos espaço em nosso coração. Precisamos ser cautelosos ao usar as redes sociais: elas podem ser boas, mas também podem se tornar um vício. Não fomos criados para isso!
Fomos criados para transformar o mundo de outras maneiras. Podemos usar redes sociais, é claro, mas nunca permitindo que elas se tornem nossa vida. A vida é maior, mais rica e mais significativa do que qualquer tela pode oferecer.
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