Pergunta
Em um discurso da Conferência Geral, o élder Hales disse: “Nas décadas recentes, a Igreja foi grandemente poupada da terrível incompreensão e perseguição que sofreram os primeiros santos. Nem sempre será assim.” Você prevê que um tempo de perseguição física e violência contra os membros da Igreja retornará às nossas comunidades?
Resposta
Os primeiros dias de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foram marcados por perseguições significativas. Desde a violência de grupos armados no Missouri até a expulsão de Nauvoo, em Illinois, os primeiros Santos enfrentaram provações severas que testaram sua fé e resiliência.
Relatos históricos mostram que essas perseguições muitas vezes foram motivadas por medo e desinformação. Como destacou B. H. Roberts em seus escritos, os primeiros membros da Igreja eram frequentemente vistos como inimigos públicos, enfrentando hostilidade não apenas de indivíduos, mas também de comunidades inteiras e governos.
A perseguição culminou no martírio de Joseph Smith e Hyrum Smith na Cadeia de Carthage — um evento trágico que evidencia a oposição violenta enfrentada pela Igreja. Essa história serve como um lembrete do potencial de reações negativas da sociedade contra aqueles que mantêm crenças diferentes da maioria.
Cristãos, de modo geral, também têm encontrado desafios legais e sociais nos últimos anos. Um exemplo é o de um confeiteiro nos Estados Unidos que enfrentou consequências jurídicas por se recusar a fazer um bolo de casamento para um casal do mesmo sexo.
Esses episódios geraram debates sobre liberdade religiosa e o direito de praticar a fé sem medo de perseguição contra os santos ou repressão a crenças pessoais.
As escrituras oferecem vários alertas sobre as condições que antecederão a Segunda Vinda de Jesus Cristo. Em Mateus 24, no Novo Testamento, são descritos sinais dos últimos dias, como guerras, fomes e perseguição aos fiéis.
Da mesma forma, Doutrina e Convênios fala de grandes calamidades e da necessidade de os fiéis se reunirem em lugares sagrados para proteção.
O presidente Ezra Taft Benson enfatizou que a rejeição aos servos de Deus levaria a calamidades ainda maiores, sugerindo que os fiéis podem enfrentar mais oposição à medida que o mundo se torna mais ímpio.
Esse contexto profético nos leva à pergunta: como os membros da Igreja devem se preparar para uma possível perseguição?
Os ensinamentos dos profetas modernos oferecem orientação sobre como se preparar para os desafios que possam surgir. O presidente Gordon B. Hinckley incentivou os membros a fortalecerem sua fé, seu relacionamento com Deus e a “defenderem algo”.
Essa preparação espiritual é essencial, pois promove resiliência e esperança em meio às adversidades.
Além da preparação espiritual, medidas práticas também são recomendadas, como armazenar alimentos e manter uma reserva financeira.
A Igreja aconselha seus membros a serem sábios e evitarem extremos, mas a estarem preparados para adversidades. Essa abordagem dupla, espiritual e prática, pode ajudar os membros a enfrentarem as incertezas do futuro.
Em tempos de provação, a força da comunidade torna-se essencial. Os primeiros Santos contavam uns com os outros para apoio, e esse princípio continua relevante.
Construir uma rede de pessoas com os mesmos valores pode oferecer apoio emocional e espiritual em tempos difíceis. Como membros da Igreja, cultivar relacionamentos com outros Santos pode criar um senso de pertencimento e propósito compartilhado, algo fundamental diante de possíveis perseguições.
Embora seja importante fortalecer os laços dentro da comunidade da Igreja, também é vital engajar-se com a sociedade em geral. A Igreja incentiva seus membros a agirem com civilidade e respeito para com todos, independentemente das diferenças de crença.
Essa postura não apenas promove entendimento, mas também ajuda a reduzir a perseguição contra os santos, algo que pode voltar a ocorrer nos últimos dias. Como já foi ensinado, tratar os outros com bondade e respeito reflete os ensinamentos de Cristo e pode ajudar a diminuir divisões.
Fonte: Ask Gramps
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