À primeira vista, o episódio da figueira registrado em Mateus 21:18-22 e Marcos 11:12-14, 20-26, pode parecer um pouco confuso. Por que Jesus Cristo amaldiçoaria uma árvore? Teria sido apenas fome? Irritação? Ou existe algo além disso?
A resposta é clara: não foi sobre a figueira. Foi sobre nós.
Vamos aprender juntos sobre os princípios e a doutrina que esse episódio nas escrituras nos ensina!
O contexto
Poucos dias antes de sua crucificação, Jesus estava a caminho de Jerusalém com seus discípulos. Com fome, no caminho, avistou uma figueira cheia de folhas, um sinal tangível de que a árvore deveria ter frutos.
Mas ao se aproximar da figueira, percebeu que não havia nada além de folhas.
“E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente.” (Mateus 21: 19)
Embora esse acontecimento demonstre o poder de Deus na Terra, pode haver um simbolismo adicional nessa história.
Nada disso foi acidental. Jesus ensinava por meio de simbolismos.
O simbolismo da figueira
No Velho Testamento, a figueira é um símbolo de Judá e Israel. Isso sugere que a maldição da figueira “foi um pronunciamento de juízo sobre Jerusalém e Israel”.
A árvore com folhas, mas sem frutos, representava um povo que aparentava religiosidade, mas não vivia os frutos da verdadeira conversão a Jesus Cristo.
Isso nos lembra outro ensinamento do Salvador, quando apareceu a Joseph Smith e disse:
“Eles se aproximam de mim com os lábios, mas seu coração está longe de mim; ensinam como doutrina os mandamentos de homens, tendo aparência de religiosidade, mas negam o seu poder.” (Joseph Smith – História)
Eles tinham templos, sacrifícios e rituais de adoração, mas os verdadeiros frutos do arrependimento e a fé verdadeira estavam ausentes.

O que a figueira me ensina?
Deus nos enviou à Terra para produzirmos bons frutos. Isso é o que Ele espera de nós:
“Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?
Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus.
Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons.
Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
E assim, pelos seus frutos os conhecereis.” (Mateus 7: 16-20)
Podemos frequentar a Igreja semanalmente, conhecer bem as escrituras ou até falar bonito em um discurso na reunião sacramental. Mas a pergunta que Ele nos faz é: onde estão seus frutos?
Frutos dignos do arrependimento são visíveis em:
- Mudança de comportamento
- Perdão
- Humildade
- Obediência
- Amor ao próximo
- Santificação diária
Jesus Cristo não procura performance espiritual. Ele procura conversão real.
Todo mundo precisa de arrependimento
Se pararmos para observar, a figueira estava em um local privilegiado, à beira do caminho. Assim como Israel era o povo da aliança. Mas privilégio sem arrependimento gera estagnação.
Aprendemos então que não basta servir na Igreja, conhecimento do evangelho ou bênçãos prometidas se não entregarmos ao Senhor a única coisa que ele requer de nós: um coração quebrantado e um espírito contrito. Sem arrependimento contínuo, não há crescimento espiritual.
Fé que move montanhas
Logo após o milagre, Jesus declara:
“Se tiverdes fé e não duvidardes… direis a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e assim será.” (Mateus 21:21)
A figueira, então, se torna uma lição viva sobre o poder da fé e a importância das obras. Não é sobre secar árvores, é sobre remover os obstáculos espirituais que nos impedem de crescer e dar frutos. Esses montes podem ser:
- Medos
- Pecados recorrentes
- Traumas
- Dúvidas
- Desânimo
- E tudo aquilo que tenta nos separar da presença de Deus.
Isso nos relembra o que Tiago nos ensina:
“Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem as obras é morta.” (Tiago 2: 26)
A figueira tinha folhas (aparência), mas não tinha frutos (obras). Resultado: a figueira secou. Ela representa um dos maiores perigos da vida espiritual: parecer vivo, mas estar seco por dentro.
Jesus Cristo nos chama para uma fé viva, frutífera, ativa e transformadora. E isso nos leva a uma última reflexão: Se hoje Ele estivesse passando pelo “caminho” da nossa vida, encontraria apenas folhas… ou também encontraria frutos?
Essa é a pergunta que realmente importa.
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