Um estudioso chamado Gary Chapman criou a teoria das cinco linguagens do amor. Ele disse que cada pessoa tem uma preferência por alguma das cinco linguagens.

Então, em sua teoria, ele também afirma que achar a linguagem correta de alguém ajuda-nos a transmitir mais apropriadamente amor e fortalecer a conexão que temos uns com os outros.

As cinco linguagens do amor são: palavras de afirmação, qualidade de tempo, dar presentes, prestar serviço e tocar.

Todas as linguagens do amor são importantes, mas cada um de nós tem preferência por uma ou duas. Os nossos profetas e as escrituras ensinam essas cinco linguagens do amor. Portanto, cada um de nós pode melhorar a forma como expressamos amor seguindo o que o evangelho ensina.

Assim, essas linguagens podem ser aplicadas em todos os relacionamentos que temos: nosso relacionamento com Deus, nosso relacionamento com amigos e parentes, nosso relacionamento matrimonial.

Dessa forma, à medida que ler as definições, citações e escrituras, pense em como melhorar a expressão de amor em cada uma das linguagens abaixo.

linguagens do amor

Palavras de afirmação

Nas cinco linguagens do amor, as palavras de afirmação são elogios, incentivos e encorajamentos expressos em palavras sinceras.

Em nosso relacionamento com Deus: o presidente Dallin H. Oaks ensinou que devemos falar com Deus de modo respeitoso e amoroso. Ele disse:

“Devemos orar a nosso Pai Celestial usando palavras que denotam amor, respeito, reverência e união. A aplicação desse princípio naturalmente irá variar de acordo com a natureza de cada língua, incluindo a forma de linguagem usada na tradução das escrituras. Algumas línguas possuem pronomes e verbos de tratamento coloquial ou familiar, usados somente com familiares e amigos muito próximos. Outras, têm formas honoráveis de tratamento, que denotam grande respeito, como palavras usadas somente para dirigir-se a um rei ou pessoas de posição elevada. Estes dois tipos especiais de linguagem são apropriados para uso em orações, pois transmitem amor, respeito, reverência ou união.” (“A Linguagem da Oração“, Conferência Geral abril de 1993)

Em nosso relacionamento com amigos e parentes: o presidente Thomas S. Monson contou certa vez:

“Há muitos anos, numa conferência de área realizada em Helsinque, Finlândia, ouvi uma mensagem vigorosa, memorável e motivadora proferida numa sessão para mães e filhas. Nunca esqueci aquela mensagem, embora quase 40 anos se tenham passado desde que a ouvi. Entre as muitas verdades abordadas pela oradora, ela disse que uma mulher precisa que lhe digam que ela é bonita. Precisa que lhe digam que é valorizada. Precisa que lhe digam que tem valor.

Irmãos, sei que os homens são muito semelhantes às mulheres nesse sentido. Precisamos ouvir que valemos algo, que somos capazes e que temos valor.” (“Ver os outros como eles podem vir a ser“, Conferência Geral novembro de 2012)

Em nosso relacionamento com nosso cônjuge e filhos: o élder Jeffrey R. Holland ensinou:

“Marido, foi-lhe confiada a dádiva mais sagrada que Deus pode conceder: uma esposa, uma filha de Deus, a mãe de seus filhos que voluntariamente se dedicou a você por amor e agradável companhia. Pense no tipo de coisas que você dizia quando estavam namorando, pense nas bênçãos que você lhe deu impondo as mãos sobre a cabeça dela com todo o carinho, pense em você e nela como o deus e a deusa que vocês são em potencial e, depois, reflita a respeito de outros momentos marcados por palavras frias, cáusticas e impensadas. (…) Hoje, censuro os maus-tratos verbais e emocionais que qualquer pessoa inflija a qualquer outra, mas especialmente os do marido contra a mulher. Irmãos, não convém que isto se faça assim.

Nesse mesmo espírito, falamos também às irmãs, porque o pecado dos maus-tratos verbais não existe apenas nos homens. Esposas, o que dizer da sua língua desenfreada, ou do bem ou mal que as suas palavras podem fazer? Como pode uma voz tão encantadora, que por natureza divina é tão angelical, tão naturalmente espiritual, tão instintivamente gentil e intrinsecamente bondosa, tornar-se estridente, mordaz, ácida e descontrolada? (…) Irmãs, não há lugar nesse seu espírito magnífico para qualquer tipo de expressão ácida ou cáustica, inclusive para a fofoca, a difamação ou os comentários maldosos. (…)

Gostaria de ampliar esse conselho para aplicá-lo a toda a família. Precisamos ser muito cuidadosos ao falar com as crianças. O que dizemos ou deixamos de dizer, como dizemos e quando dizemos são elementos extremamente importantes na formação da imagem que a criança tem de si mesma; mas isso é ainda mais importante na formação da fé que a criança tem em nós e da fé que tem em Deus. Sejam edificantes nos comentários que fazem às crianças — sempre. Nunca digam para uma criança, nem por brincadeira, que ela é gorda, burra, preguiçosa ou feia. Vocês jamais fariam isso por maldade, mas elas se lembrarão disso e podem passar vários anos tentando esquecer — e perdoar.(…)” (“A língua dos anjos“, Conferência Geral, abril de 2007).

Tempo de qualidade

De acordo com as cinco linguagens do amor, tempo de qualidade significa dar atenção total à pessoa com quem se deseja interagir. Significa remover as distrações e concentrar-se inteiramente.

Do mesmo modo, em nosso relacionamento com Deus: o élder Dieter F. Uchtdorf ensinou:

“Para fortalecer nosso relacionamento com Deus precisamos despender tempo significativo a sós com Ele. Ao concentrar-nos serenamente, a cada dia, na oração pessoal e no estudo das escrituras, procurando estar sempre dignos de uma recomendação para o templo, estaremos investindo sabiamente nosso tempo e empenho para achegar-nos a nosso Pai Celestial. Aceitemos o convite que está em Salmos: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus”. (“As coisas que mais importam“, Conferência Geral, outubro de 2010)

Já em nosso relacionamento com amigos e parentes: o élder Dieter F. Uchtdorf ensinou:

“Edificamos esse relacionamento com uma pessoa por vez — tendo sensibilidade para com as necessidades das pessoas, servindo-as e doando-lhes de nosso tempo e talentos. Fiquei profundamente impressionado com uma irmã que, mesmo enfrentando os desafios da idade e da doença, decidiu que, embora não pudesse fazer muito, poderia ouvir. Então, toda semana, ficava atenta a pessoas que pareciam preocupadas ou desanimadas e passava algum tempo com elas, ouvindo. Que bênção ela foi na vida de tantas pessoas” (“As coisas que mais importam”, Conferência Geral, outubro de 2010)

Em nosso relacionamento com nosso cônjuge e filhos: o élder Dieter F. Uchtdorf também ensinou:

“Como “nenhum sucesso pode compensar o fracasso no lar”, precisamos dar alta prioridade à família. Edificamos um relacionamento familiar profundo e amoroso fazendo coisas simples, como o jantar em família e a reunião de noite familiar, ou simplesmente nos divertindo juntos. No relacionamento familiar, o amor se soletra assim: t-e-m-p-o, tempo. Reservar tempo para passar uns com os outros é a chave para a harmonia no lar. Temos que conversar uns com os outros, em vez de falar uns dos outros. Aprendemos uns com os outros e valorizamos nossas diferenças e também as coisas que temos em comum. Estabelecemos um vínculo divino uns com os outros ao achegar-nos a Deus juntos, por meio da oração familiar, do estudo do evangelho e da adoração aos domingos.” (“As coisas que mais importam”, Conferência Geral, outubro de 2010)

linguagens do amor, presente

Dar presentes

Presentes são símbolos de afeto. Nesta linguagem, o que menos importa é o valor financeiro, pois o amor pode ser expressado por meio de coisas pequenas, como cartas, flores, um chocolate, etc.

Em nosso relacionamento com Deus: o que podemos dar a Deus? Ele, que tem tudo e está acima de tudo, exige que o sirvamos. No final, a única coisa que podemos Lhe ofertar é nosso desejo e vontade. O rei Benjamim ensinou:

“E eis que tudo que ele requer de vós é que guardeis seus mandamentos; e ele prometeu-vos que, se guardásseis seus mandamentos, prosperaríeis na terra; e ele nunca se desvia do que disse; portanto, se guardardes seus mandamentos, ele vos abençoará e far-vos-á prosperar.” (Mosias 2:22)

Desse modo, quando servimos ao próximo, estamos presenteando Jesus Cristo (Mateus 25:37–40).

Em nosso relacionamento com amigos e parentes: o presidente Heber J. Grant foi um grande exemplo de alguém que se doava para abençoar outros. Lemos sobre ele:

“O Presidente Grant gostava muito de dar livros. Doou milhares, na maioria das vezes fazendo uma dedicatória pessoal. (…) Ao dar tantos presentes, às vezes ele até perdia a conta do que fizera. (…). Alguém disse a respeito do Presidente Grant: “Ele dá presentes porque adora fazê-lo; parece ser apenas o impulso de um coração grande e generoso”. Sua filha Lucy Grant Cannon referiu-se a ele como “o homem mais generoso do mundo” e falou de sua preocupação especial com as viúvas e os órfãos, “pagando a hipoteca de muitas casas, conseguindo emprego para muitos deles, garantindo assistência médica adequada para os doentes”. Mesmo “durante os anos difíceis que se seguiram à crise de 1893”, disse ela, “quando dar alguns centavos era mais difícil do que antes dar cinco ou dez dólares, nosso pai continuou a ajudar os necessitados”. (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Heber J. Grant, “A Vida e o Ministério de Heber J. Grant”)

Em nosso relacionamento com nosso cônjuge e filhos: o presidente Henry B. Eyring ensinou algo que se aplica ao darmos presentes no seio familiar.

“Oro para que sejamos tocados pelos sentimentos dos outros, que concedamos um presente sem nos sentirmos compelidos nem esperar lucro, e que saibamos que o sacrifício feito se torna agradável quando entesouramos a alegria que ele proporcionará ao coração de outra pessoa.” — Presidente Henry B. Eyring, (“Preparar Presentes para Sua Futura Família”, A Liahona, janeiro de 2014, p. 49)

linguagens do amor

Prestar serviço

Prestar serviço significa fazer algo por alguém, para ajudar.

Em nosso relacionamento com Deus: o presidente Thomas S. Monson realçou que quando estamos a serviço do nosso próximo estamos somente a serviço de Deus (Mosias 2:17). Ele então ensinou:

“Meus irmãos e irmãs, estamos cercados por pessoas que necessitam de nossa atenção, de nosso incentivo, de nosso apoio, de nosso consolo e de nossa bondade — sejam familiares, amigos, conhecidos ou estranhos. Estamos nas mãos do Senhor aqui na Terra, com o encargo de servir e edificar Seus filhos. Ele precisa de cada um de nós” (“O que fiz hoje por alguém?“, Conferência Geral, outubro de 2009)

Em nosso relacionamento com amigos e parentes: o presidente David O. McKay fez a seguinte declaração:

“A maior felicidade do homem vem quando ele se entrega inteiramente ao serviço ao próximo” (Conference Report, outubro de 1963, p. 8.)

Em nosso relacionamento com nosso cônjuge e filhos: o presidente Thomas S. Monson disse que devemos fazer mais que falar, devemos agir:

“Frequentemente, presumimos que [as pessoas a nosso redor] devem saber o quanto as amamos. Mas não devemos presumir: precisamos fazer com que saibam. (…) Jamais nos arrependeremos das palavras bondosas proferidas ou do afeto demonstrado. Em vez disso, vamos arrepender-nos, se omitirmos tais coisas em nosso relacionamento com aqueles que mais significam para nós” (“Alegria na Jornada”, A Liahona, novembro de 2008, pp. 85–86).

Toque físico

O toque físico é importante nas interações que temos. Aprendemos que Deus tem um corpo tão tangível como o do homem (D&C 130). Embora não possamos tocar Deus, como Tomé no passado, podemos sentir sua presença através de seu Espírito Santo. Podemos abraçar as pessoas ao nosso redor, apertar suas mãos e motivá-las com nosso sorriso.

Do mesmo modo, na família os pais podem demonstrar que amam os filhos abraçando-os e interagindo com eles. E entre um casal casado, essas demonstrações de carinho são muito importantes. Por isso os profetas do passado e presente disseram que o homem e a mulher são um no Senhor.

Em nosso relacionamento com Deus: embora não possamos tocar Deus, podemos estar perto dele ao participarmos das ordenanças, convivermos com os irmãos da Igreja e irmos ao Templo. O Presidente Thomas S. Monson contou:

“Durante certo ano, a organização da Primária esforçou-se para que as crianças se familiarizassem com o templo sagrado de Deus. Esse trabalho frequentemente resultava em uma visita aos jardins do templo. O riso das criancinhas, a alegria da juventude livre e a exuberância de energia demonstrada por elas alegraram meu coração ao observá-las. Enquanto uma professora dedicada encaminhava uma criancinha à grande porta do Templo de Salt Lake e ela estendia a mão para tocá-lo, eu quase vislumbrava o Mestre recebendo as crianças e ouvia Suas palavras confortadoras: “Deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus” (“Encontrar a paz“, A Liahona, março de 2004).

Em nosso relacionamento com amigos e parentes: a irmã Carol F. McConkie, que serviu como Primeira Conselheira na Presidência Geral das Moças, ensinou:

“Muitas vezes, atos pequenos e compassivos de serviço, como um simples sorriso, um cumprimento simpático, um abraço caloroso ou um bilhete de agradecimento é tudo o que é preciso para elevar o coração e alegrar a alma de alguém. Em outras ocasiões, pode ser necessário um grande sacrifício de tempo e energia.

Mas, em todos os casos, o serviço cristão fiel e amoroso convida a companhia do Espírito Santo e garante a cada um de nós a promessa de “paz neste mundo e vida eterna no mundo vindouro” (D&C 59:23) (“Serviço fiel e amoroso“, A Liahona, fevereiro de 2014).

Em nosso relacionamento com nosso cônjuge e filhos: o élder Boyd K. Packer disse que o “romance, amor, casamento, paternidade e maternidade” são “as mais puras, mais belas e atraentes experiências da vida”. (A Liahona, janeiro de 1994, p. 23.)

O élder David A. Bednar ensinou que Satanás pode fazer com que usemos nosso corpo de maneira errada ou que, simplesmente, não o usemos. Falando sobre as interações na família, ele disse:

“Dói-me o coração quando um jovem casal — selado na Casa do Senhor para o tempo e a eternidade pelo poder do santo sacerdócio — tem dificuldades conjugais por causa do efeito viciante do uso excessivo de videogames ou de redes de relacionamentos sociais da Internet. Um rapaz ou uma moça pode desperdiçar incontáveis horas, adiar ou perder realizações profissionais ou acadêmicas e, por fim, sacrificar ternos relacionamentos humanos por causa de videogames e jogos on-line que embotam a mente e o espírito. O Senhor declarou: “Portanto dou-lhes o seguinte mandamento: Não desperdiçarás teu tempo nem enterrarás teu talento, de modo que não seja conhecido” (D&C 60:13). (…)

O calor do doce abraço de um companheiro eterno ou a sinceridade nos olhos de alguém que nos presta seu testemunho — tudo que é sentido como realmente é graças ao corpo físico — são coisas que podem ser sacrificadas em troca de uma fantasia de alta fidelidade sem nenhum valor duradouro. Se não estivermos atentos, podemos “[perder] a sensibilidade” (1 Néfi 17:45), como aconteceu com Lamã e Lemuel no passado.

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