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Como Satanás pode destruir a Igreja de Jesus Cristo hoje?

O Presidente Brigham Young disse certa vez:

[É importante] estudar (…) o mal e suas consequências”[1].

O Presidente James E. Faust acrescentou:

“Sendo Satanás o autor de todo o mal no mundo, é essencial, portanto, dar-nos conta de que ele é a influência por trás da oposição à obra de Deus. Alma declarou esse ponto sucintamente: “Tudo que é bom vem de Deus e tudo que é mau vem do diabo” [2].

Claro que este esforço não tem nada haver com interessar-se por Satanás e seus mistérios [3]. Significa tão somente reconhecer os perigos que nos cercam e aprender com a história das escrituras, para nos prevenir contra o mal e vencer.

A Igreja verdadeira e viva é real

Antes de pensar em como Satanás e seus servos podem destruir a Igreja é preciso constatar que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é o Reino do Senhor na Terra. Ela não é mais uma entre as muitas igrejas boas existentes – ela é, como disse o próprio Senhor, “a única igreja verdadeira e viva na face de toda a Terra, com a qual eu, o Senhor, me deleito” (D&C 1:30).

A Igreja é a portadora do Evangelho de Jesus Cristo em sua Plenitude. Os membros da Igreja desfrutam de sacerdócio, profetas, apóstolos, novas escrituras, milagres, dons espirituais, Templos, e muito mais. A Igreja é a restauração perfeita da “mesma organização que existia na Igreja Primitiva” (Regras de Fé 1:6).

Satanás é um “ser real do mundo invisível, que [possui] uma força [muito] assombrosa” (JS-H 1:16). Uma de suas táticas mais bem sucedidas é dizer aos homens que Ele é um ser imaginário. “Eu não sou o diabo, porque ele não existe” (2 Néfi 28:22). A Primeira Presidência da Igreja descreveu Satanás:

“Ele trabalha tão bem disfarçado, que muitos não o reconhecem, nem a seus métodos. Não existe crime que não cometa, nem devassidão que não invente, nem praga que não envie, nem coração que não despedace, nem vida que não tome ou alma que não destrua. Vem como o ladrão à noite; é um lobo disfarçado em pele de cordeiro”. [4]

Como Satanás destruiu a Igreja no passado

“Certa vez” disse o Elder James E. Faust, “ouvi Ernest LeRoy Hatch, que foi presidente do templo da Cidade da Guatemala, dizer: ‘O diabo não é esperto por ser o diabo; ele é esperto por ser muito velho”. De fato, o diabo é velho, e nem sempre foi o diabo. A princípio não era o perpetrador do mal.'”[5] Satanás é “aquela velha serpente (…) o pai de todas as mentiras” (2 Néfi 2:18). Ele teve êxito em levar um terço dos filhos de Deus que viriam a este mundo para as Trevas (D&C 29:36). Ele persuadiu Caim a matar Abel e levou milhares a fazer o mal. Seu sucesso fez com que a verdade, os convênios , as escrituras, os Templos, o sacerdócio e os profetas fossem vez após ver removidos a Terra. Chamamos a vitória de Satanás de Apostasia.

Pregar Meu Evangelho ensina:

“A história bíblica relata muitas ocasiões em que Deus falou a profetas, e também conta que houve muitas ocasiões em que houve apostasia. Para encerrar cada período de apostasia generalizada, Deus demonstra Seu amor por Seus filhos chamando outro profeta e dando-lhe a autoridade do sacerdócio para restaurar e ensinar o evangelho de Jesus Cristo novamente. Em resumo, o profeta age como um servo para supervisionar a família de Deus aqui na Terra. Esses períodos de tempo em que o povo foi guiado por um profeta são chamados de dispensação.”[6]

A citação acima demonstra o “ciclo de dispensações e apostasia”, que se repetiu na História do Mundo. Vivemos na “dispensação da plenitude dos tempos” (Efésios 1:10, D&C 128:18 e 138:48), que foi precedida por uma Grande Apostasia. De fato, o intervalo entre a Dispensação do Meridiano dos Tempos (que é a época do Salvador e do ministério de seus apóstolos) até a Restauração do Evangelho, por meio do Profeta Joseph Smith, foi um tempo longo – em que o mundo regrediu em diversos aspectos. Muitos historiadores chamam parte desta época de “A Idade das Trevas”, pois a humanidade se viu em um retrocesso humanístico profundo.

Nossa intenção não é analisar a Grande Apostasia em si, mas afirmar que a Grande Apostasia é a ocasião em que o diabo fez guerra aos santos, e os venceu (Apocalipse 13:7). E como o fez? Certamente da mesma forma que fez sempre, desde o começo do mundo.

E como é? O Elder James E. Talmage respondeu:

“A perseguição, quando muito, foi apenas uma causa indireta do declínio do cristianismo e da perversão dos princípios salvadores do evangelho de Cristo. Os maiores e mais imediatos perigos que ameaçavam a Igreja devem ser procurados dentro da própria Igreja. Na verdade, as pressões da oposição vinda de fora serviram para conter as fontes borbulhantes da dissensão interna e, de fato, retardaram as mais destrutivas erupções de heresia. Uma revisão geral da história da Igreja até o fim do terceiro século mostra que os períodos de relativa paz foram épocas de fraqueza e declínio na determinação espiritual, e que a volta da perseguição trazia um reavivamento e renovação da fé cristã. Os líderes devotos do povo não hesitavam em declarar que cada novo período de perseguição era um castigo natural e necessário para o pecado e corrupção que haviam progredido dentro da Igreja.” [7]

O que Elder Talmage disse, portanto, é que o que levou a Igreja a se deteriorar – e entrar em Apostasia – não foram as perseguições – mas a apostasia individual dos próprios membros da Igreja.

A Perseguição é uma bênção disfarçada

O Presidente Young afirmou que a perseguição faz a obra de Deus progredir:

“Joseph não poderia ter sido aperfeiçoado, ainda que vivesse mil anos, se não tivesse sofrido perseguição. Se ele tivesse vivido mil anos, conduzido este povo e pregado o evangelho sem ser perseguido, ele não se teria aperfeiçoado tão bem como quando estava com a idade de trinta e oito anos. Pode-se presumir que quando esse povo passa por momentos de aflição e sofrimento, quando é forçado a abandonar o lar e sente-se desencorajado, disperso, agredido e esfolado, o Todo-Poderoso está levando Sua obra avante com maior rapidez. [8]

Ele também disse:

“Toda vez que perseguirem o “mormonismo”, estarão impulsionando-o para cima, nunca para baixo. O Senhor Todo-Poderoso assim determina.” [9]

Satanás não consegue destruir toda a Igreja com a perseguição, embora tenha sucesso com um ou outro individuo, como nos ensina a Parábola das Sementes: “[Alguns] não têm raiz em si mesmos, antes são de pouca duração; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam” (Marcos 4:17).

A apostasia pessoal

A Igreja, porém, como Instituição, e a maior parte dos membros – chamados santos – não são derrotados pela perseguição. O que os derrota, então?

Como já falamos: a apostasia interna. E quando a apostasia interna de cada um se torna majoritária, Deus retirá seus servos e seu poder.

O Presidente Harold B. Lee foi direto sobre como evitar a apostasia pessoal:

“A segurança da Igreja reside na obediência dos membros aos mandamentos. Não posso dizer nada de mais importante. Ao guardarem os mandamentos, receberão bênçãos” [10]

Há pelo menos 5 cuidados que todo membro deve ter para não entrar em apostasia pessoal:

  • Não caluniar os ungidos do Senhor.

O Presidente Brigham Young disse: “Um dos primeiros passos da apostasia é procurar imperfeições em seu bispo. Quando tal acontece, a menos que a pessoa se arrependa, logo é dado o segundo passo. Não demora para que a pessoa se afaste da Igreja, e esse é seu fim. Vocês, por acaso, estarão entre os que procuram imperfeições em seu bispo? [11]

  • Pagar um dízimo integral.

O Senhor disse através de Malaquias que os que forem fiéis a lei do Dízimo não só terão as janelas do céu abertas, mas reprenderia o “devorador” (Malaquias 3:10-11). A lei do Dízimo é uma proteção contra o orgulho e o mal.

  • Não misturar a doutrina com as filosofias dos homens.

A religião dos santos dos últimos dias não é hostil a nenhuma verdade nem pesquisa científica em busca da verdade. “Aquilo que for demonstrado, aceitamos com alegria”, disse a Primeira Presidência em certa ocasião, “mas a vã filosofia, as teorias humanas e a mera especulação dos homens são coisas que não aceitamos, tampouco abraçamos qualquer coisa que seja contrária à revelação divina ou ao bom senso comum, mas tudo que propicia a conduta justa, que está em harmonia com a moralidade sadia e aumenta a fé em Deus tem a nossa aprovação, não importando onde tenha sido descoberto”. [“Words in Season from the First Presidency” [12]

  • Seguir o profeta vivo.

“O profeta mais importante, no que nos diz respeito, é aquele que vive em nossos dias e em nossa época”, disse o Presidente Ezra Taft Benson. Se seguirmos a profeta vivo temos a promessa de Deus de que “as portas do inferno não prevalecerão contra [nós]” (D&C 21:4-6).

  • Receber e manter o Espírito Santo.

Nada é mais importante do que receber e manter o Espírito Santo. Este companheiro divino nos faz lembrar sempre de Cristo e abundar em boas obras. Ele nos ensina a verdade de todas as coisas e nos enche de alegria. Os Espírito é a chave para vencermos o mal. Coisas como ler as escrituras (Alma 37:9), orar sempre (D&C 10:5) e servir (Alma 5:41, Helamã 12:24) convidam o Espírito para nossa vida.

Apostasia nunca mais, mas Satanás não desistiu

Satanás ainda deseja destruir a Igreja, embora o Senhor tenha afirmado, por meio do Profeta, que “não há mão ímpia que possa obstar o progresso da obra(…) até que os propósitos de Deus sejam atingidos e o Grande Jeová diga que a obra está concluída.” [13]. Mas ele não conseguirá fazê-lo. Não faz parte do Plano de Deus. Esta dispensação não terminará em Apostasia, como as anteriores, mas com o Retorno Triunfal do Salvador. O Presidente Wilford Woodruff disse:

“Embora todos os poderes das trevas nos dêem combate, o Senhor é nosso Amigo, nos apoiará e nos dará o poder de edificar Sião e levar avante esta obra até a volta do Filho do Homem. Portanto, que seu coração se reconforte. (…) Devemos todos estar unidos na causa que abraçamos. (…) Se assim fizermos, alcançaremos a vitória” [14]

Sabendo que Apostasia generalizada não irá acontecer, pois Deus erguerá nestes últimos dias um povo que não o trairá, Satanás se empenha em destruir indivíduos, famílias, ramos e ala da Igreja. Cada membro que ele consegue afastar é um grande sucesso para ele. Em seu desespero ele ataca procurando somar o maior número de vítimas possivel, já que os tempos serão abreviados e ele será amarado (JS- Mateus 1:20, D&C 45:55).

O diabo procurará destruir a Igreja para você (em sua intimidade), e para os que estão próximos de ti. Ele tem diversas táticas: pornografia, ociosidade, distração, doutrinas falsas, inversão de valores, ódio, rebelião, vaidade, etc.

C. S. Lewis, um escritor cristão, escreveu sobre uma carta fictícia em que Screwtape, o diabo-chefe, instrui o aprendiz de diabo. Lá é mostrado como o diabo, apesar de ansioso por nos destruir, é engenhoso e calculista:

“Você dirá que são apenas pecados insignificantes. Sem dúvida, como todos os jovens tentadores, você está ansioso para relatar iniquidades espetaculares. (…) Não importa quão pequenos sejam os pecados, uma vez que seu efeito cumulativo é afastar o homem da Luz e levá-lo ao Nada. (…) Na verdade, o caminho mais seguro para o inferno é o caminho gradual — declive suave, pavimento macio, sem curvas fechadas, sem marcos, sinais ou postes indicadores.” [15]

O Profeta Joseph Smith disse por experiência própria:

“Quanto mais a pessoa se aproxima do Senhor, maior poder será manifestado pelo adversário para impedir a realização de Seus propósitos” [16]

Apesar do poder e conhecimento do diabo, o Elder Faust disse:

“(…) não precisamos ficar paralisados por medo do poder de Satanás. Ele não tem poder sobre nós, a menos que o permitamos. Na verdade, ele é covarde, e se ficarmos firmes, ele recuará. O Apóstolo Tiago aconselhou: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”. Ele não consegue ler nossos pensamentos, a menos que os expressemos com palavras. Néfi disse que o diabo “não tem poder sobre o coração” das pessoas justas. Ouvimos comediantes e outras pessoas justificarem ou explicarem suas más ações, dizendo: “O diabo me induziu”. Não creio que o diabo consiga realmente nos induzir a fazer coisa alguma. Sem dúvida ele pode tentar e enganar, mas não tem autoridade sobre nós, a menos que o permitamos.” [17]

Isto esta de acordo com o que o Profeta Joseph Smith ensinou:

“Todos os seres com corpos possuem domínio sobre os que os não têm. O diabo não tem poder sobre nós, exceto se o permitirmos. No momento em que nos rebelarmos contra qualquer coisa que vier de Deus, o diabo exercerá seu domínio”. [18]

Portanto, se escolhermos não ceder as tentações de Satanás e guardarmos os mandamentos, evitaremos a tentação – e ele não nos vencerá.

Conclusão

Satanás procurará destruir a Igreja hoje como fez no passado: atacando os membros da Igreja e fazendo-os pecar e desacreditar no Salvador. Ele foi bem-sucedido no passado, e a Igreja foi tirada da Terra em muitas ocasiões. Entretanto, dessa vez, na Última e Grande Dispensação, ele, o diabo não vencerá. A Igreja permanecerá crescendo, pois Deus escolheu santos que não o trairão e não apostatarão.

Precisamos nos precaver contra a apostasia pessoal guardando os mandamentos e mantendo o Espírito Santo, pois se não o fizermos Satanás destruirá a Igreja – não coletivamente – mas individualmente, pois nos afastaremos da verdade. Seguir os líderes locais e gerais, especialmente o profeta vivo, pagar o dízimo, estudar a verdade e manter o Espírito são elementos para não deixar-nos vencer.

_______________

NOTAS

[1] Discourses of Brigham Young, sel. John A. Widtsoe, 1941, p. 257

[2] “As Forças que nos Salvarão”, A Liahona, Janeiro de 2007

[3] “Não é uma coisa boa interessar-se por Satanás e seus mistérios. Nada de bom pode resultar de aproximar-nos do mal. Tal como quando brincamos com fogo, é muito fácil nos queimar: “O conhecimento do pecado induz à sua prática”. O único caminho seguro é manter-nos bem distante dele e de quaisquer de suas atividades iníquas e práticas depravadas. Os males do culto ao diabo, da feitiçaria, da bruxaria, do ocultismo, dos encantamentos, da magia negra e todas as outras formas de demonismo devem ser evitados como praga.” (“As Forças que nos Salvarão”, A Liahona, Janeiro de 2007)

[4] James R. Clark, comp., Messages of the First Presidency of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints,6 vols., 1965–1975, volume 6, p. 179.

[5] Idem a nota 2

[6] Pregar Meu Evangelho, pg. 33

[7] A Grande Apostasia, pg. 84

[8] Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Young, pg. 264

[9] Idem

[10] Citado por Stephen W. Gibson, “Presidency Meets the Press”, Church News, 15 de julho de 1972, p. 3.

[11] Idem a Nota 8, pg. 81

[12] Pronunciamento da Primeira Presidência para o Natal), Deseret Evening News,17 de dezembro de 1910, p. 3.

[13] History of the Church, 4:540; ou M. Russell Ballard, “Deveres, Recompensas e Riscos”, A Liahona, jan. 1990, p. 39.

[14] “Discourse by President Wilford Woodruff”,Millennial Star, 6 de junho de 1895, p. 354.

[15] The Screwtape Letters, 1961, p. 56.

[16] Orson F. Whitney, Life of Heber C. Kimball, 1945, p. 132.

[17] Idem a Nota 2

[18] The Words of Joseph Smith, ed. Andrew F. Ehat e Lyndon W. Cook, 1980, p. 60.

| Para refletir
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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