Nosso impulso de volta ao lar – Presidente Uchtdorf
Deixe-me compartilhar com vocês uma experiência pessoal. Depois do tumulto da Segunda Guerra Mundial, minha família acabou no território dominado pelos russos na Alemanha Oriental. Nós tinhamos fugido da Tchecoslováquia antes que a frente russa chegasse e perdemos tudo durante esta guerra terrível. Na cidade de Zwickau, Alemanha Oriental, a minha família aprendeu sobre o evangelho restaurado e se juntou à Igreja. Naquela época, eu tinha apenas seis anos de idade.
Mais tarde, como um menino de 10 anos de idade, cursei a quarta série e tive que aprender russo como minha primeira língua estrangeira. Inicialmente foi muito difícil por causa do alfabeto cirílico, mas com o tempo eu consegui aprender bem.
Quando completei 11 anos, tivemos de deixar a Alemanha Oriental durante a noite por causa da orientação política de meu pai. Ele era visto como um dissidente pelo governo comunista, e sua vida estava em perigo. Éramos refugiados de novo e tínhamos perdido tudo pela segunda vez.
E então eu estava indo para a escola na Alemanha Ocidental, e a língua russa não era bem vista por lá. Estávamos na parte da Alemanha dominada pelos americanos, e na escola eu tinha que aprender inglês. De alguma forma eu não conseguia aprender essa língua. Aprender russo foi difícil, mas aprender inglês era impossível. Eu até pensei que a minha boca não foi feita para falar inglês.
Sofri durante estes anos escolares, ajudado e encorajado por professores de inglês gentis e compreensivos. Mas eu simplesmente não conseguia falar inglês. Não era a minha área!
Naquela época, o meu sonho na vida era se tornar um piloto. Quase todos os dias eu ia de bicicleta para o aeroporto. Eu poderia me imaginar no cockpit de um avião ou até mesmo em um caça a jato militar. Esta era definitivamente a minha área!

Foi então que eu aprendi que, para me tornar um piloto, eu precisava falar inglês. De repente, a condição na minha boca mudou. Eu era capaz de aprender a língua. Por quê? Por causa de um motivo forte!
Esse motivo perdurou por toda minha carreira como um piloto de caça e um capitão de um avião. Quando terminei a carreira, eu tinha voado mais de 15000 horas, seis anos como um piloto de caça e 30 anos como um piloto de uma companhia aérea que voa por todo o mundo. Eu sentia – e ainda sinto – um desejo de estar no céu.
Um impulso de volta ao lar
Eric Hoffer, um filósofo americano, disse: “Nossa preocupação apaixonada com o céu, as estrelas e um Deus em algum lugar no espaço exterior é um impulso para o lar. Somos atraídos de volta para onde viemos “(New York Times, 21 de julho de 1969).

Eu gosto de pensar que, do ponto de vista de Deus, não há fronteiras. Deus vê cada um de nós como Seus filhos, não importa onde vivemos. Ele é o nosso “impulso para o lar”. Nos sentimos atraídos a Ele porque Ele é nosso Pai, e o céu é o nosso lar.
Ele nos vê não apenas como um ser mortal em um pequeno planeta que vive por um breve período. Ele nos vê como Seus filhos. Ele nos vê como o ser que somos capazes e destinados a ser. Que possamos inclinar os nossos corações a Ele e permanecer fiéis para que possamos voltar um dia para Sua presença celeste.
Este artigo foi escrito por Dieter F. Uchtdorf no Blog do site LDS.org. Traduzido por Esdras Kutomi.
Somos um bumerangue ansiosos por voltar as mãos que nos enviou!