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O que a parábola do semeador ensina sobre nosso coração

“Eis que o semeador saiu a semear. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na; e outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, logo nasceu, porque não tinha terra funda. Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se porque não tinha raiz. E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, e sufocaram-na. E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”

(Mateus 13:3-8,18-23)

Embora comumente conhecida como a Parábola do Semeador, a história contada por Cristo poderia ser chamada, expressivamente, de “Parábola das Quatro Espécies de Solo”.

Já que é para o solo, sobre o qual a semente é lançada, que a história direciona nossa atenção e de maneira muito apropriada, usa para simbolizar o coração manso e humilde com terreno limpo ou o hostil e endurecido infestado de espinhos.

Observe que os tipos de solo são apresentados na ordem crescente de sua fertilidade:

  • (1) a estrada compacta, a trilha à beira da estrada, na qual, a não ser por um  milagre, nenhuma semente pode criar raízes ou crescer;
  • (2) a fina camada de solo que cobre um impenetrável leito de rocha firme, onde a semente pode germinar, mas jamais amadurecer;
  • (3) o campo coberto de ervas daninhas, capaz de produzir uma rica colheita, se não fosse pelos cardos e espinhos; e
  • (4) a limpa e rica terra — receptiva e fértil. Mais ainda, mesmo os solos classificados de bons possuem diferentes graus de produtividade, rendendo trinta, sessenta e até cem vezes, com várias gradações intermediárias.

Na parábola que estamos considerando, o Mestre retratou os vários graus de receptividade existentes entre os homens, e caracterizou com incisiva brevidade cada um dos graus especificados.

Ele não disse ou sugeriu que a terra dura da beira da estrada não pode ser arada, aplanada, fertilizada, tornando-se assim produtiva, nem que a pedra que impedia o crescimento não poderia ser quebrada ou removida, ou que o solo bom não poderia ser aumentado, acrescentando-se mais terra; nem que os espinhos jamais teriam a possibilidade de ser arrancados, tornando-se o seu habitat adequado para o plantio. 

As parábolas devem ser estudadas no verdadeiro espírito de seu propósito; e não se justificam deduções ou ampliações forçadas. Uma poderosa metáfora, uma vigorosa analogia, uma expressiva figura de linguagem, são válidas somente quando racionalmente aplicadas; se levadas além dos limites razoáveis, a melhor delas pode perder seu significado ou mesmo tornar-se absurda. (Jesus, o Cristo)

Ilumina-se o entendimento

Assim como os solos representam o nosso coração diante da exposição à palavra do Senhor e seus principais efeitos, somos nós os elementos que possuem a capacidade de compreender a boa palavra a partir do Espírito Santo. Espírito este que ilumina nossa mente e dá luz ao nosso entendimento para absorver esses conceitos, se obedecermos às leis que governam o Seu uso.

Essa é a forma pela qual o Pai Celestial nos ensina a distinguir o certo do errado, a verdade do erro.  Alma, ensinou ao povo a respeito de como eles poderiam reconhecer que por haver passado por aflições e sofrimentos, desenvolveram humildade para serem ensinados a respeito da verdadeira fé,

5 E aproximaram-se de Alma e o mais influente deles disse-lhe: Que deverão fazer estes meus irmãos, pois são desprezados por todos devido a sua pobreza; sim, e principalmente por nossos sacerdotes, pois expulsaram-nos de nossas sinagogas, em cuja construção trabalhamos muito com nossas próprias mãos; e expulsaram-nos devido a nossa grande pobreza e não temos um lugar onde adorar nosso Deus; que devemos fazer?

6 E então, quando ouviu isso, Alma voltou-se para ele e olhou com grande alegria, pois viu que suas aflições verdadeiramente os haviam tornado humildes e que estavam preparados para ouvir a palavra.

Mesmo que seja uma busca justa entender as palavras de Cristo em Seu perfeito evangelho, é sábio e prudente aceitar que o conhecimento não virá sem esforço. Os efeitos da semente no solo, são os mesmos que as palavras do Senhor terão em nossa vida e em nosso coração.

Ou seja, se as aplicarmos diariamente, estabeleceremos um compromisso com Ele, um relacionamento por convênio de que ao praticar o que aprendemos e construímos o alicerce seguro de nosso progresso seremos como o coração fértil. Simbolicamente, Alma comparou a palavra a uma boa semente, e nos ajudou a enxergar quais podem ser os sinais dela no coração disposto a recebê-la,

28 Compararemos a palavra a uma semente. Ora, se derdes lugar em vosso coração para que uma semente seja plantada, eis que, se for uma semente verdadeira, ou seja, uma boa semente, se não a lançardes fora por vossa incredulidade, resistindo ao Espírito do Senhor, eis que ela começará a inchar em vosso peito; e quando tiverdes essa sensação de crescimento, começareis a dizer a vós mesmos: Deve ser uma boa semente, ou melhor, a palavra é boa porque começa a dilatar-me a alma; sim, começa a iluminar-me o entendimento; sim, começa a ser-me deliciosa.

Se pensarmos em nossa própria vida, perceberemos que nosso progresso no evangelho surge da mesma maneira que Alma citou, como uma semente. A palavra do Senhor é poderosa, e deliciosa ao paladar, como citado por Leí em sua visão da árvore da vida.

Com isso, percebemos que nosso amado Pai Celestial tem um amor especial pela natureza e a prática da agricultura, uma maneira simples e grandiosa de nos fazer refletir sobre Sua mão estar em todas as coisas. Devemos elevar o coração em oração continuamente, colocando a palavra de Deus à prova, levando-nos a ter fé em Cristo (ver Alma 33:1–11; 34:17–27, 39).

Qual tipo de solo nosso coração vem se tornando?

Temos o hábito de dizer que “mente e coração é terra que ninguém pisa” porém, bem sabemos que isso é um grande mito, que o diga o nosso amado Profeta Russel M. Nelson em sua experiência na cirurgia de coração, a peito aberto do profeta Spencer W. Kimball.

Por meio de seu esforço contínuo em aprender e praticar, além de grandes perdas que ele teve no processo de se aprimorar, ele pode proporcionar consideráveis avanços na medicina cardiovascular. E por meio de sua influência espiritual, tem nos ensinado a entender, cuidar e examinar nossos corações a partir de nossos sentimentos e emoções, e uma das maneiras que mais tem enfatizado em seus ensinamentos é a oração.

A oração é um assunto do coração e, um profeta no Livro de Mórmon sabia disso. Quando Alma ensinou que devíamos nos aconselhar com Senhor em tudo que fizessemos e, Ele irá nos dirigirá para o bem,  le acreditou que poderíamos saber por nós mesmo que obter um testemunho de Jesus Cristo e de Sua crucificação é a verdade que tem maior probabilidade de nos ajudar a sentir a necessidade de Deus e desenvolver um relacionamento com Ele.

Alguém cujo coração tenha sido tocado por essa imensa necessidade de purificação recebe resposta a suas orações. O hino “Semeando” n° 165, representa muito bem como as sementes, seu desenvolvimento e progresso estão intimamente relacionados à nossa conversão diante do que aprendemos.

Alma, mostrou-nos passos que podemos identificar que tipo de solo nosso coração tem se tornado ou pode se tornar e, como isso afeta nossa capacidade de possuir um relacionamento como nosso Pai Celestial. Assim como Jesus ensinou na parábola do semeador, Alma demonstrou ter sido o terreno fértil que a semente cria raiz e frutifica.

E nós? Como nosso coração tem reagido à palavra de Deus?

Os 7 passos para pôr à prova as palavras de Cristo em nosso coração, e perceber em qual terreno ele está

  • Deseje de acreditar — versículo 27
  • Dê lugar para que a palavra seja plantada no coração — versículos 27–28
  • Não lance  fora a semente devido à incredulidade — versículo 28
  • Reconheça  que a semente está crescendo — versículo 28
  • Trate da planta que cresce — versículo 37
  • Não negligencie a árvore — versículo 38
  • Espere pelos frutos da árvore — versículo 40
  • Colha os frutos, por eles o Senhor os conhecerá — versículo 42

Testifico que Jesus Cristo é o melhor e mais perfeito professor, suas simbologias permitem com que entendamos conforme nossas necessidades, e assim percebemos que crescemos gradualmente, permitindo a semente enraizar e dar frutos ao Seu tempo. Ele é o único nome pelo qual podemos obter a salvação.

Ele é o mestre de toda criação, compreende-nos, ajuda-nos e fortalece-nos ao retornar para casa. Que Ele nos abençoe em nosso compromisso de desenvolver um relacionamento com Ele por meio de um convênio de Fé!

 

| Para refletir
Publicado por: Eva Falcão Amorim
Neuropsicopedagoga, escritora criativa, esposa e fotográfa nas horas vagas. Trabalha como professora de língua portuguesa para crianças. Fez missão de serviço nos programas de seminários e institutos de religião. Ama ler, ensinar, conversar e conhecer pessoas. O serviço voluntário é uma das coisas que mais alegram sua vida.
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